Capítulo 10

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1º PESSOA (LIAM)

- Mais um drink, por favor. - Eu pedi para a mocinha loira que passava de cinco em cinco minutos pela minha mesa, o bloco de anotações e uma caneta esferográfica nas mãos, a ponta hora ou outra sendo mordida conforme ela olhava nos meus olhos com a típica carinha de quem está a fim de uma trepada rápida no banheiro. Era bonitinha, sim. Mas eu ainda precisava relaxar e aquietar meu amiguinho de baixo. Havia acabado de chegar, afinal.

Califórnia, como sempre, continuava a mesma; o ciclo vicioso de praias, universidades e industrias, turismo e trabalho. As praias eram a melhor parte, então, passar a véspera e ano novo em Coronado Beach não seria uma tarefa tão dolorosa assim, ainda mais se eu me mantivesse plantado num pub paradisíaco, longe de preocupações - a não ser por aquela que me esperava dali a alguns minutos. O pub era em grande parte meu, com uma vista incrível para a praia, num local quente e com toques sensuais que qualquer clube precisa ter para render muita grana.

Os americanos nunca gostaram muito de mim, e eu não os culparia a julgar pela quantidade de gente que matei no território deles, nas mais cruéis proporções. Mas isso não me impediria de encontrar falhas policiais aqui e ali, pagar uns ou outros e ter minha guarda e sigilo garantidos. O pub, apesar de ser meu, estava no nome de Niall. Com isso, tudo o que eu fazia ali era agir como um completo riquinho e turista britânico à procura de muita bebida e sexo.

Por falar em sexo, eu estava enlouquecendo nesse tópico. Durante quase uma semana, na seca, pensando nele. Não era algo que se podia chamar de normal, e eu de fato não estava nos meus dias mais lúcidos. Bater uma no banho, pensando em Zayn Malik, fazia parte da lista de coisas que eu nunca havia planejado fazer, mas fiz. Afinal, para que usar as mãos quando eu podia ter alguém fazendo todo o trabalho para mim, no minuto ou segundo que eu quisesse?

Portanto, de uma hora para outra, me decidi: A última noite do ano estava marcada para o fim dos meus dias dependentes de Zayn Malik. Mesmo que eu ainda pensasse em suas pequenas curvas, na sua boquinha macia e apetitosa, além daquela bunda fora do comum, e mesmo que eu ainda sentisse uma vontade quilométrica de senti-lo em mim, de tê-lo em todos os sentidos, eu precisava viver a minha vida da maneira como sempre vivi. Enquanto Zayn negasse as minhas vontades, eu não poderia ficar subindo pelas paredes por causa dele.

- Em frente ao banheiro em cinco minutos. - Ordenei para a mesma garçonete loira que havia tempo que estava dando mole para mim, assim que ela trouxe minha bebida. A julgar pela forma com que ela mordeu os lábios em direção à minha calça jeans, seria um grande favor e uma realização de sonhos para a garota.

A fodinha acabou como algo que os americanos chamariam de incredible. Dois orgasmos para a loira e apenas um para mim, ainda que extremamente intenso. Mesmo assim? Nem metade do tesão que o simples amasso com o meu diabinho francês havia causado no Natal.

Quando dispensei a garota, logo agradeci mentalmente por ela entender, de imediato, que do banheiro para fora nós não seríamos absolutamente nada. Ela apenas seguiu para o bar, enquanto eu seguia para o andar superior como se nada muito significante houvesse acontecido. De fato, mulheres costumam ser mais espertas que os homens.

O andar superior era indiscutivelmente mais moderno em comparação ao inferior. Mais reservado também. Havia poucas pessoas e as luzes pareciam mais intensas, ou era a bebida que causava a sensação alucinatória em mim. Com metade do andar reservado para a pista, a outra metade era descoberta e repleta de mesas e cadeiras, com uma visão adorável do céu estrelado e as ondas do mar indo e vindo pelo horizonte. Por um momento, eu fechei meus olhos enquanto sentia a brisa e, ao mesmo tempo, o calor fazendo com que eu sentisse incômodo no terno que usava, mesmo que o mesmo estivesse amassado e, a camisa por baixo, com os botões desabotoados por conta do ocorrido com a garçonete.

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