A garota dos olhos de esmeralda - Duskwood

Rosas Japonesas

Ok, tenho que admitir que não lembro como chegar a casa usando o acesso para carros, mas vou falar isso pro Jake? Jamais.

Esse tipo de coisa não é realmente minha culpa quando todos os caminhos são exatamente iguais rodeados por árvores e a casa não aparece no maps.

Arhg. Preciso pensar rápido.

Pego meu celular procurando o contato de Richy e enviando em seguida uma mensagem pra ele.

_Richy
_Você lembra como chegar a casa dos meus pais?

Imediatamente recebo sua resposta.

_Sei, mas você está indo lá nessa chuva?

_Claro que não.

Menti.

_Ok... Você precisa pegar a quarta entrada a direita depois da placa da cidade.

_Obrigada.

Bloqueei o celular agora sorrindo orgulhosa, sabia o caminho e estava tudo certo nada poderia dar errado.

- Onde devo entrar? - Jake me perguntou.

- A direita na quarta entrada depois da placa de Duskwood.

Tinha certeza que naquele momento meu nariz poderia bater no teto do carro de tão erguido que estava por ter indicado o caminho certo.

- Ok.

♧♧

As rodas do carro giravam sobre a lama escura que cobria toda a estrada, o som alto do motor mostrava todo o esforço do automóvel para sair daquele lugar. Suspirei alto sabia que ir visitar aquela casa no meio de uma tempestade não acabaria bem e aqui estamos nós presos. Tínhamos gastado toda a nossa sorte encontrando o caminho.

- Eu disse que nós deveríamos ter esperado a chuva passar. - Encarei Jake que acelerava mais uma vez forçando o motor - Você disse "confia em mim, nada vai dar errado".

Imitei sua voz revirando os olhos no final da frase.

- Não esperava que a casa de sua família fosse nesse lugar.

Respirei fundo evitando encará-lo porque certamente iria estrangulá-lo se o fizesse. Sua voz com a certeza irritante de que nada iria dar errado se viessemos repetia na minha cabeça fazendo com que a parte inferior da mesma latejasse.

Abri a porta do carro encarando toda a lama que teria que enfrentar antes de retirar meus sapatos e pisar no chão sentindo meus pés afundarem alguns centímetros. Agradeci mentalmente por não ter escolhido vestir uma calça jeans naquela manhã.

- Onde você está indo? - A porta do carro abriu e fechou no mesmo instante.

- Vou chegar até a casa a pé. Eu avisei que era uma péssima ideia, mas não me ouviu e olhe onde estamos.

Abri os braços mostrando toda a floresta e a estrada repleta de lama que se estendia por metros a nossa frente.

- Volte para o carro.

- Se eu ficar mais um minuto com você nesse carro pode se considerar alguém morto.

Antes que pudesse raciocinar um pouco a fúria que sentia me dominou e arremessei um de meus sapatos contra o peito dele o acertando em cheio. Eu não queria ter feito aquilo, mas meus episódios de raiva se tornaram mais comuns depois do acidente, não me orgulhava daquilo.

- Aí, isso me machucou.

Eu sabia que nem sequer tinha causado um mínima dor.

- Idiota. - Murmurei baixinho - Idiota.