"O velho só poderia estar senil, onde já se viu! Me casar na flor da juventude? ", Sakura pensou enquanto olhava para um Kizashi despreocupado.
- Querida, você está na idade para se casar.- ele falou como se explicasse quando é pra ser feita a colheita.- e eu estou velho, você precisa de alguém para cuidar de você.
- Eu sei cuidar de mim papai, não preciso de nenhum homem para fazer isso ou cuidar da Fazenda - ela foi enfática no "Fazenda", seu pai não queria somente um genro, mas também alguém para administrar a herança da garota, ela tinha certeza. Mas Sakura, em seu tempo em Paris estudou alguns fundamentos da administração, exatamente para quando chegasse esse momento.
- Querida, você irá precisar de ajuda quando eu me for.
- Não preciso da ajuda de ninguém.
- Não diga isso - Kizashi repreendeu a filha, afinal nada se faz sozinho - se não fossem todas as pessoas que me ajudaram com essa fazenda onde estaríamos agora?
- Exatamente papai, os empregados da fazenda nos ajudaram, e tenho certeza que eles continuarão a me ajudar.
- Esse não é o ponto. - ele estava começando a se irritar - Para passar seriedade e compromisso aos nossos compradores eu preciso que você se case.
- Eu não preciso me casar para mostrar o quanto sou séria, enquanto estive em Paris estudei o suficiente para assumir essa fazenda, sem ajuda de marido nenhum.
- Sakura, isso não depende de você. - Kizashi aumentou o tom de voz na intenção de fazer com que ela cedesse, mas ela era Sakura Haruno e nada a fazia recuar.
- Claro que depende! É a minha vida ! - ela falou mais alto e Kizashi se levantou abruptamente com a afronta da filha.
- Você irá se casar ou estará fora do meu testamento. - Sakura ficou boquiaberta com a declaração do pai, não era justo, ter que se casar para herdar o que era seu. A vontade era de mandar o velho para o quinto dos infernos, mesmo ele sendo seu pai. Ahh mas se ele acha que ela ia ceder assim tão facilmente ele estava muito enganado.
- Está bem, quer me casar ? Ótimo! Pois então faça um jantar com os meus pretendentes. - ela falou com a voz de alguém vencida mas por dentro ela já bolava um plano. E o velho se arrependeria de chantagear Sakura.
- Ó que ótimo vou arrumar tudo e no sábado faremos um jantar aqui na fazenda mesmo. - ele se animou, nem mesmo desconfiou que pudesse haver um plano maligno por trás, e Sakura saiu de cara amarrada para o seu antigo quarto, que Rin ainda mantinha arrumado, sempre na esperança de que ela voltasse a morar ali.
Ela tomou um banho após a discussão e a ajudante de Rin, Tayuya deixou uma bandeja com um lanche para depois do banho.
Sentada na escrivaninha, Sakura começou a pensar no que poderia fazer nesse jantar que seria em uma semana, e quem seriam os homens que apareceriam para esse jantar. Com certeza homens da capital, loucos para abocanhar a fazenda do pai, claro quem não queria herdar a fazenda de café que mais exporta no Estado, quiçá até mesmo no país, mas ela precisava de um plano.
Pó de mico nas cadeiras seria muito infantil, óleo de rícino na comida seria perigoso, afinal não só os pretendentes irão comer. Então o que fazer ?
Provar para o pai que ela não precisava de nenhum homem para defende-la seria complicado, mas ela havia tido uma ideia estupenda.
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Até os dez anos Sakura estudava em casa, a mãe era professora, então lhe ensinou a ler, escrever, matemática, ciências e historia. Porém, quando a garota fez onze anos foi matriculada na Escola Para Meninas de Konoha. Lá ela fez muitas amizades entre elas Ino Yamanaka, filha do delegado da cidade. A princípio as duas se odiaram, chegaram até mesmo a discutir em sala, mas após uma punição que as duas levaram por discutirem no corredor elas se tornaram amigas e com o tempo melhores amigas.
O pai de Ino, Inoichi além da delegacia tinha uma chácara próxima a mata, em que a família passava os finais de semana, a pequena propriedade tinha uma vaquinha leiteira, algumas galinhas, codornas e dois cavalos que Sakura de vez em quando ia até lá para andar, já que ela fez o pai a ensinar, ou melhor Kakashi a ensinou.
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Se tem uma coisa que Sakura se orgulhava era de sempre se lembrar das promessas que fazia ou que faziam para ela, então na semana seguinte a chegada da família, Sakura pegou uma calça do pai, mesmo ficando enorme, suas botas com cano mais alto, vestiu e saiu jardim a fora atrás do cavalo recém domado.
- Estou pronta - ela parou atrás do pai, que estava apoiado no estábulo onde o cavalo dava algumas voltas, ele se virou olhando para baixo, vendo a pequena figura de cabelo cor de rosa - quando vou poder montar?
- Ó, querida.- ele havia se esquecido completamente da promessa - Você é uma dama e damas não andam a cavalo.
- Papai, você se esqueceu da sua promessa? - ela perguntou, já começando a formar um bico - eu vou aprender a andar a cavalo sim.
- Eu também não sei andar a cavalo querida. - ele tentou mudar a ideia da filha de qualquer maneira mas não tinha jeito, ela já havia posto na cabeça.
- Não estou pedindo pra você me ensinar ... - ela olhou Kakashi que prestava atenção na conversa de longe mas fingia não ouvir. - o Kakashi me ensina, ele deve saber andar, tenho certeza.
- Kakashi você que deu essa ideia a ela? - o homem se assustou com a pergunta repentina e claro ele não tinha nada com isso.
- Não senhor - ele olhou de Kizashi para uma Sakura que parecia muito brava e por incrível que pareça, ele ficou com mais medo da menina do que do pai dela, pois o mesmo sabia que se não ensinasse com o patrão sabendo ele teria que ensinar escondido e em qualquer uma das hipóteses estaria encrencado - mas se o senhor permitir eu ensino Sakura a andar a cavalo.
Kizashi perdeu mais uma vez para sua filha, e naquela tarde Sakura aprendeu a andar a cavalo, e diga-se de passagem estava indo muito bem.
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Em um dos finais de semana que Sakura e Ino passaram na chácara, pegaram os dois cavalos e partiram para uma cachoeira que havia próximo a propriedade, iriam aproveitar a tarde de sol e calor, prepararam lanches e roupas de banho e partiram para as águas cristalinas.
Se instalaram na cachoeira e iam começando a tirar os vestidos para entrar na água quando um barulho parecido com um rosnado baixo chamou a atenção das duas adolescentes, elas se olharam sem saber o que fazer, Sakura estava com medo mas ficou curiosa e Ino estava se borrando de medo
- Precisamos saber o que é - Sakura disse a uma Ino tão assustada que parecia um fantasma.
- E se for o curupira. - com os anos Sakura se acostumou com a mania dos moradores de Konoha a acreditar em lendas. - Sakura, vamos embora, se esse bicho comer os nossos cavalos?
Ela revirou os olhos com a bobagem dita e seguiu em direção ao rosnado incessante, após um minuto caminhando em direção ao barulho eles encontraram uma onça pintada deitada, as duas se assustaram até que Sakura percebeu o sangue em baixo da mesma. Pelo jeito havia sido abatida, talvez por caçadores que existiam aos montes naquela região.
- Ela está morta Ino. - Sakura ponderou. O barulho continuava
- Então de onde vem o som ? - Ino ainda estava com medo - será o espírito da onça?
- Ino pelo amor de deus, pare com essas crendices.
Sakura se aproximou e pode ver o ferimento que a matou, uma bala de rifle, e deitado próximo ao peito se encontrava um filhote que chorava e fazia o barulho que chamou a atenção das duas adolescentes.
- Ahhh que coisa mais fofa Sakura - Ino, que a cinco minutos estava morrendo de medo agora se derretia pelo bebê onça - aí deixa eu ficar com ele?
- Ino ele não é um bichinho de estimação igual a um gato, é uma onça! - exclamou.
- Então vamos deixar aqui a deus dará?
- Claro que não, mas temos que levar a alguém que saiba o que vai fazer.
- Ah deixe de bobagem, eu vou ficar com ela. Meu pai não precisa saber que é uma onça.
- Ela vai ficar enorme Ino. E só se seu pai for um tolo para não perceber que isso é uma onça.
- Não tem problema, depois que todos em casa estiverem apegados, ela não vai sair mais.
Sakura suspirou, até queria ficar com o bichinho mas havia um limite para a paciência do pai, Ino era tão mimada quanto ela, a diferença era que os pais de Ino era totalmente passivos a qualquer coisa que Ino pedisse. Então ficou decidido, Fubá viveria com Ino até ter idade para voltar para a floresta, se é que voltaria.
Com o tempo animal se tornou dócil, ou melhor dócil para as garotas e os moradores do sítio dos Yamanaka, que receberam o animal com certa relutância, mas perceberam que não adiantaria fazer Ino mudar de ideia, Fubá iria morar no sítio.
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Os convites do jantar, começaram a ser entregues na segunda feira, dois dias após a chegada de Sakura, foram distribuídos cerca de vinte convites endereçados a famílias de Konoha, Suna e cidades vizinhas.
E claro, se foi para tão longe também foi para bem perto.
Karin a governanta da casa foi quem recebeu das mãos de Kakashi o convite, e como boa alcoviteira que era colocou o papel contra a luz do sol para ver do que se tratava, já que o mesmo estava endereçado aos irmãos Uchiha.
Ela conseguiu verificar que era um convite mas não conseguiu decifrar para que seria, com certeza algo relacionado a fazenda.
Após a morte dos pais, Itachi e Sasuke assumiram a administração da fazenda, Itachi como o mais civilizado dos dois cuidava da administração da fazenda e vivia no centro da cidade com a esposa, que casará a menos de um ano.
A ele cabia a parte de contabilidade, venda, compra e pagamento de funcionário. Já Sasuke com sua falta de traquejo social cuidava do que ele mais amava, do pomar que agora tinha não só laranjas e maçãs mas também tomates, morangos e algumas hortaliças.
Ele era letrado mas não tinha a menor paciência para cuidar da burocracia da fazenda. O máximo que fazia era tratar com fornecedores de insumos, como sacas, cestos, peças para as carroças e alimentos para os animais.
Havia se tornado um rapaz bonito, com seus cabelos negros bagunçados e olhos de obsidiana, cobiçado por muitas moças de Konoha, mas o problema era quando abria a boca.
Ele era grosseiro, não de propósito como muitos deduziam, ele só se acostumou a lidar mais com plantações e animais do que gente. O fato de não treinar o diálogo o deixou bruto como uma pedra encontrada num rio.
Se vestia de qualquer jeito, afinal trabalhar no campo exigia roupas confortáveis, normalmente a camisa larga, amarrotada, com botões faltando, as calças sempre rasgadas no joelho, o cabelo bagunçado escondido por um chapéu de palha puido.
De poucas palavras, suas respostas eram curtas e grossas e se ofendido respondia com o maior número de xingamentos e palavrões existentes, mas ninguém, eu repito NINGUEM conseguia tirar mais o rapaz do sério do que o herdeiro da Fazenda Kurama.
Os dois tinham um rincha desde meninos, não podiam se ver em hipótese alguma, ou seria certeza de trocarem socos e pontapés. O garoto Uzumaki fazia questão de irritar o Uchiha a ponto dele perder completamente o controle e os dois se socarem até que alguém separasse.
Claro tinha a herdeira Haruno, mas ela a muito tinha ido morar na França e por hora não era um problema, ou assim ele achava. "Ela com aqueles olhos verdes, e aquele cabelo rosa e o nariz arrebitado..." Se eu pegasse ela, tirava aquela arrogância dela num beijo só... Não! o que ? Tá louco Sasuke! Garota arrogante, nunca chegaria perto dela"
A verdade era que ele no fundo achava a garota muito atraente, e que ela era como um cavalo arisco, precisava ser domada.
Ah pobre Sasuke, não sabe da missa a metade...
Sakura não podia ser domada, talvez conquistada mas com certeza não seria tarefa fácil, ainda mais para o Uchiha que não tinha o menor jeito para ser um romântico.
Chegou no casarão para almoçar as onze horas em ponto como sempre. Ele e Suigetsu eram os encarregados de orientar todos os funcionário do pomar, e o almoço era servido para todos que almoçavam juntos na cozinha, a comida preparada por Karin que era casada com Suigetsu.
Ao ver o patrão chegar a curiosidade da moça estava nas nuvens, ela queria saber para que era o convite com um selo da Fazenda Ouro Verde, e sem nenhuma cerimônia entregou a Sasuke.
- Sasuke, chego agora cedo - disse estendendo o convite.
- Hum - sem entusiasmo nenhum ele pegou o envelope, analisou o selo vindo da fazenda vizinha, a curiosidade em abrir foi grande, mas lá no fundo do seu coração algo dizia que podia ser o convite de casamento da diaba rosa, se sua memória não o enganava ela devia estar na idade de contrair matrimônio, algo dentro do Uchiha dizia que esse lugar devia ser dele, mas ele nunca, repito, NUNCA! admitiria que se sentia atraído pela garota desde a primeira vez em que se viram. - não me interessa. Queime. - respondeu sem tato nenhum a uma Karin que ficou atordoada.
- Por que ? Vai que é uma festa ? - o desespero da curiosidade chegava a doer.
- Se você quiser abrir, abra, mas eu não quero saber o que está escrito aí. - sem cerimônia o Uchiha deu as costas e ia saindo, fingindo não se importar. Karin abriu o envelope e começou a ler em voz alta, e de um jeito meio lento.
Karin cresceu na fazenda e aprendeu apenas o básico, ler e escrever e pela falta de prática não conseguia ler em silêncio, mesmo lendo bem baixo o Uchiha pode ouvir o que estava escrito. Na verdade ele saiu lentamente da cozinha de propósito, o corpo traia a mente, seu coração queria ouvir e ter certeza de que suas esperanças podiam ser enterradas.
"A família Uchiha está cordialmente convidada a participar do jantar em Honra ao retorno da herdeira Haruno que irá se suceder no sábado próximo, na Fazenda Ouro Verde.
Contamos com a sua presença.
Kizashi Haruno."
- Pra que fazer um jantar só pra receber aquela mimadinha - Suigetsu começou a reclamar de modo preguiçoso, afinal se Sasuke ou Itachi fossem ele teria que os levar e esperar a palhaçada acabar - desperdício de comida, isso sim.
- Claro que não seu idiota,você não percebe ? - Karin ralhou com ele - o pai dela está querendo que ela se case.
Nesse momento Sasuke, que estava escondido no corredor se alarmou, sentiu o coração dar um tranco, se o que Karin disse era verdade, então ela não havia se casado ainda. E ele tinha uma mínima chance, certo ? Não. Ele não queria chance nenhuma, nunca se casaria com aquela diaba louca e sem rédia.
- Ah mas os pretendente dela deve se pra lá de bonito, uns homi refinado, educado, letrado. - Karin começou a sonhar acordada - bonita e arrumada daquele jeito, ela não vai querer nenhum pé rapado daqui não.
- Nossa Karin, eu sou um pé rapado pra você? - Suigetsu fingiu estar ofendido.
- É sim, eu amo ocê mas cê não é nenhum um pouco educado, que dirá letrado...
- Hum - ele disse com a cabeça apoiada na mão - mas tenho certeza que nenhum deles guenta oito segundo num toro igual eu, e pra aguentar ocê tem que ser bruto.
Karin ia dar um tapão na cabeça dele quando Sasuke retornou a cozinha onde os dois estavam, congelaram na hora e olharam para ele esperando um xingo ou uma ordem.
- Karin, prepara meu terno, que eu vô nesse jantar. - e saiu em silêncio de volta ao trabalho.
Os dois ficaram quietos, olhando de boca aberta o patrão. Seria a primeira vez que veriam Sasuke arrumado, sem a camisa larga e abotoada de qualquer jeito, ou as calças rasgadas, as botinas sujas, e o cabelo arrumado com certeza seria a primeira vez. Na verdade seria a primeira vez até mesmo para o próprio Sasuke.
- Acho que vô ter que sair pra comprar um terno pra ele.
🍅... O calor da panela
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Um pé de que ?
RomanceSe Sasuke Uchiha quer se casar com Sakura Haruno ele terá que domar essa fera antes. Mas será que ele consegue domar a Diaba Rosa ? " Quem sabe o que planta não teme a colheita"