Depois do jantar fracassado Sakura passou a contar vantagem por não ter um pretendente a altura, o sorriso de orelha a orelha e as malas prontas para a voltar a França, se não iria se casar não tinha porque estar naquele fim de mundo, ela pensava. Mas para sua surpresa ao final da tarde de uma sexta feira viu pela janela central um automóvel se aproximar do casarão. Um modelo mercedes TYP 170 verde, dentro um motorista e atrás duas pessoas, que de longe, Sakura não conseguia identificar.
O carro estacionou e Kizashi foi até a porta receber as visitas, que nem mesmo ele sabia quem eram até a cabeleira ruiva sair do veículo.
Sasori Akasuna e a avó voltaram para cumprir a promessa feita a anos atrás. Pedir a mão de Sakura em casamento. Pedido esse que Kizashi tinha esquecido, veio a se lembrar no dia em que enviou os convites do jantar.
E desde esse dia tinha a esperança de conseguir alguém melhor que o Akasuna para sua filha, mas seus esforços foram em vão. Ao velho sobrará apenas a esperança de que sua filha fosse como sempre foi, hostil com pessoas de mau caráter. Claro ela tinha língua afiada com qualquer um que a desafiasse, mas uma pessoa de mau caráter ela reconhecia de longe. Sempre fora assim, com Sasori e a avó não seria diferente.
- Kizashi Haruno que bom revê-lo - Sasori cumprimentou o patriarca, a avó logo atrás dele estendeu a mão ao pai de Sakura e com um olhar maldoso cutucou o neto para que cumprimentasse a filha dele.- sempre linda Sakura.
Era de conhecimento dos dois que Sasori queria se casar só pelo dinheiro, o que Kizashi não sabia era das humilhações que Sakura sofria por causa do Akasuna e também pelo ódio que ela sentia por ele.
- O que você quer aqui Akasuna ? - Sakura não tinha paciência para galanteios, principalmente os falsos. Então para que sustentar essa situação constrangedora.
- Ora minha querida - a avó dele interveio. Chyo Akasuna era uma senhora muito idosa, mas extremamente astuta, muito elegante usava um vestido floral azul, sapatos pretos e um belo colar de pérolas quase na altura dos seios. O rosto cheio de rugas mostrava que ela tinha bastante idade, porém muita classe - Sasori a espera desde quando era uma adolescente, não é mesmo Kizashi?
- Desculpe Sra Chyo, nunca cheguei a contar da proposta de Sasori a Sakura - Kizashi se desculpou, realmente tinha esquecido, lembrou-se apenas quando fora enviar os convites para o jantar, Sakura ficou incrédula com a intenção dos dois se casarem. - a Sra entende não é? A morte de Mebuki nos deixou muito abalados.
- Sim, sim claro, eu mesma já passei por isso. Mas será que podemos entrar ? - Chyo já ia subindo as escadas para entrar na casa, como se já fosse dela. Isso incomodou Sakura. Saber que fora proposto um casamento estava deixando-a com os nervos a flor da pele.
- Vamos até meu escritório, sim ? Lá é mais reservado. Rin poderia servir o café para nós quatro ?
- Sim senhor - Rin assentiu olhando desconfiada para Sakura que fez cara de poucos amigos.
- Papai preciso guardar meus instrumentos de costura que deixei no quarto. Retorno logo, sim ? - Kizashi entendeu que a filha precisava de cinco minutos para pensar no que fazer. Mesmo ele querendo que a filha de case, a decisão de quem e quando ainda era dela, não queria a filha infeliz muito menos um abutre em cima dela, ou melhor em cima da fortuna dela.
Ela correu para cozinha aflita. Não havia agulha nenhuma, Sakura nem mesmo sabia costurar. Precisava respirar e pensar no que fazer. Precisava de uma saída para aquilo tudo.
- Quem são eles Sakura ? - Rin perguntou vendo a aflição da menina que cresceu sob as asas dela e do marido. Sempre na cozinha roubado comida ou a procura de Kakashi para lhe ajudar a subir no cavalo.
- Aves de rapina Rin - ela disse com a voz embargada, o desespero de ter que se casar com uma pessoa que ela odiava. Sakura não tinha noção de que o pai também não confiava nos Akasuna, achou que os dois estavam ali a pedido de Kizashi. - preciso me livrar deles e rápido. O que eu faço ? - ela andava em círculos pela cozinha
- Calma Sakura, respira fundo, nervosa desse jeito cê não chega a lugar nenhum, vai só cavar um buraco no chão. - Rin era calma e sempre com um sorriso, pronta ajudar. Sentou Sakura no banco grande que havia na mesa da cozinha. - acha que algum susto vai tira-los daqui? - Sajura maneou a cabeça negativamente. Mexia nos cabelos desesperada, sem esperanças. Até alguém bater na porta aberta da cozinha.
Eram Kakashi, Suigetsu e Sasuke trazendo os alimentos que seriam usados na semana, algumas frutas, verduras, legumes e temperos que a Mangekyo vendia para Ouro Verde. A fazenda fazia o almoço dos funcionários todos os dias, sem contar o jantar dos que moravam no casarão.
Sakura engoliu as lágrimas que teimavam em cair, sabia que Kakashi se incomodaria em vê-la chorando e perguntaria na frente do Uchiha o motivo. Disfarçou que iria na pia e aproveitou para beber água e se acalmar. Enquanto isso Rin conversava com kakashi pelo olhar, anos casados dava esse poder ao casal, com um movimento de sobrancelha Rin informou que havia algo de errado, Kakashi arrumou uma desculpa qualquer e foi para o saguão de entrada do casarão onde avistou o automóvel parado próximo a fonte que havia na entrada. Entendeu rapidamente, assim como entendeu porque Sakura parecia tão abalada.
Sendo um funcionário de confiança de Kizashi ele sabia de todos os passos da fazenda, até mesmo da condição de saúde de seu patrão e o porque de arrumar alguém para Sakura as pressas como estava fazendo, mas ele não acreditava que o velho faria tal atrocidade com a própria filha, por baixo do lenço que usava sobre a boca, torceu o lábio em desgosto, Sakura era como a filha que eles nunca tiveram, não queria que ela sofresse. Voltou a cozinha, trocando olhares com Rin e olhando para uma Sakura nervosa na pia, que olhava fixamente pelo vitro, sua cabeça só faltava sair fumaça de tanto que pensava. Quebrando o silêncio Sakura olhou para trás vendo Sasuke e Suigetsu.
- Sasuke pode me acompanhar por favor ? Preciao trocar duas palavrinhas com você - ela tinha a voz calma mas levemente embargada. Ele confirmou com a cabeça, já pensando em como aquela diaba iria atormenta-lo hoje. Já não bastava o quase beijo que tirou sua sanidade a semana toda? Mas ao chegarem no corredor que dava para o escritório e os quartos Sakura parou de frente a ele. - eu preciso de um favor.
- Hn - ele já sentia uma cilada se aproximando, de alguma forma ele ia se dar mal.
- Finja que é meu noivo - ela falou tão rápido que ele demorou alguns segundos para processar o pedido - eu não posso me casar com aquele mentecapto.
- E acha que eu sou seu brinquedo, que sou seu cãozinho e que pode me usar quando bem entende? - a paciência dele nem entrou dentro do casarão.
- O que você quer em troca ? - ela perguntou já entrando em desespero.
- Você não ouviu nem uma palavra do que eu disse semana passada? Tem coisas que não se compra. Isso é uma delas. - ia saindo quando Sakura engoliu o orgulho.
- Eu estou desesperada ! - disse com um nó na garganta. Sasuke não fazia ideia de quem era o pretendente.- eu não posso me casar com o Akasuna.
O nome alarmou o Uchiha. Akasuna era o ruivo do jantar. Aquele que Sasuke apostou consigo de que seria o escolhido. Ela não ficaria com ele ? Os dois pareciam combinar tanto. O que havia de errado? Ahh havia algo errado. O ciúme que brotava em seu peito, imaginando o ruivo pondo as mãos em Sakura, os dois se aproximando para um beijo, de forma bem parecida que ela fez com ele, porém concluindo o ato. Algo dentro de Sasuke gritou e ele não conseguiu paras as palavras que vieram a seguir
- Do que cê precisa?
🌸
Sasori e a avó não paravam de falar sobre a vida na cidade e o quanto Sakura iria adorar, como se o pedido de casamento já tivesse sido feito e aceito. Kizashi olhava para nada em particular, pensando que seu salvador podia entrar pela enorme janela atrás de si, expulsando os Akasuna para bem longe. Mas isso seria impossível.
O pai de Sasori foi um dos sócios que comprou a parte de Kizashi no escritório de advocacia, por isso a "consideração", Kizashi ainda era amigo dele e não tinha achado jeito de dizer que preferia ver a filha num convento a vê-la casada com esse mimadinho
- Para quando marcamos o casamento? - a velha Chyo fez a pergunta e Kizashi saiu dos devaneios. Ficou tanto tempo pensando na morte da bezerra que não prestou atenção quando a idosa fez o pedido e já entendeu que foi aceito.
- O que quer dizer ... - Kizashi não chegou a terminar a pergunta quando Sakura abriu a porta triunfante. Kizashi chegou a suspirar de alívio. Contudo ela vinha acompanhada, o garoto Uchiha vinha sendo arrastado por ela. Sasori e Chyo se viraram para ver quem entrava pela porta
- Ah senhora Chyo, tem alguém que eu quero que conheça - ela sorria e olhava para Kizashi que já estava de boca aberta, como ela convenceu o cabeça dura do Uchiha? - Sasuke Uchiha, meu noivo.
O silêncio se instaurou na sala, Chyo não conseguiu nem mesmo fechar a boca e Sasori começou a ficar vermelho de raiva, encarando Sasuke que estava completamente diferente do jantar, com sua botina esgarçada, a calça na altura da canela e a camisa xadrez mal abotoada e o chapéu de palha que tinha um furo na parte de cima, sem contar o quanto estava sujo de terra, afinal era fim de tarde e ele trabalhará o dia todo nas plantações.
- Isso é algum tipo de brincadeira menina ? - a velha não acreditava no que os olhos viam. O casamento já estava certo. Seu neto teria um futuro digno, as dividas dos Akasuna estariam pagas e ele teria uma vida de príncipe, esse era o plano." Essa mimadinha não vai estragar tudo" foi o pensamento de Chyo.
- Ora senhora Chyo me pareço com uma palhaça para a senhora ? - a lingua de Sakura nunca falha.
- Me respeite menina. Você vai se casar com meu neto. Já estava decidido desde antes de sua mãe morrer. Você nem mesmo combina com esse pé rapado - Sasuke já ia soltar desaforos para a velha quando Sakura começou.
- Escuta aqui sua velha - Sakura apontou o dedo no peito dela, a velhota era pelo menos uma cabeça menor que Sakura, e com a afronta pareceu menor ainda - Sasuke pode ser várias coisas, grosseiro, estupido, turrão, ignorante mas sabe uma coisa que ele não é ? COVARDE.
- Quem você está chamando de covarde? - Sasori se levantou e puxou Sakura pelo braço, lhe dando um solavanco - espero que não seja eu, Haruno. Você vai se casar comigo nem que seja a última coisa que você faça em vida
Sasuke que até o momento tinha ficado quieto se irritou mais ainda com a atitude do Akasuna, podia ser todos os adjetivos que Sakura falou sobre ele mas nunca, em hipótese alguma aceitava qualquer tipo de agressão a uma mulher.
- Tire as mãos de cima dela. - disse num rosnado baixo, a mão já no braço do ruivo.
- Ou o que ? O que vai fazer pra mim? - Sasori ia começar a gargalhar quando um soco atingiu em cheio o nariz dele,fazendo com que ele soltasse o braço de Sakura. Ele colocou a mão no nariz e viu o sangue, no mesmo instante partiu para cima de Sasuke numa tentativa pífia de acerta-lo com um soco, do qual Sasuke se esquivou com facilidade, e no desespero de demonstrar o quanto ele poderia ser corajoso, se jogou sobre o Uchiha no intuito de agredi-lo sem chance de defesa, porém Sasuke e Itachi desde crianças brincavam de luta, e com o tempo foram se aperfeiçoando e também o fato de sair no soco com Naruto ajudou. Sasori já não tinha essa vantagem, parecia mais uma galinha tentando fugir do abate, acertando poucos golpes que não faziam efeito em Sasuke. Num movimento rápido Sasuke agarrou o pulso dele e torceu seu braço até chegar nas costas e colocar o rosto do ruivo no chão. Subjugando o Akasuna.
- Acho melhor você parar antes que sua avó tenha que levar ocê embora numa caixa de fósforo. - Sasori se debatia e cada vez que ele fazia força Sasuke forçava mais o braço dele - isso é pr'ocê aprender que não se põe as mão em mulher nenhuma. - e chegando bem perto dele falou tão baixo que só Sasori ouviu - principalmente a minha.
Ninguém além dele ouviu, ou assim Sasuke pensava, afinal no escritório se ouvia somente os gritos de Chyo pedindo para parar e Kizashi chamando Kakashi para separar a briga, ou melhor salvar o almofadinha da surra.
Kakashi chegou rápido e segurou Sasuke pelo ombro, mas o soltou logo em seguida, pois percebeu que não seria um perigo para o Akasuna.
- Vamos embora vovó, não vamos nos misturar com esses selvagens. - um Sasori ensanguentado caminhou nervoso porta afora, a velha não disse nada, só olhou de cara feia para uma Sakura que não conseguia disfarçar o sorrisinho sínico.
- E não voltem mais - a Haruno gritou quando o automóvel era ligado. Ela se voltou pra dentro feliz da vida, sorrindo de orelha a orelha.
- Então você aceitou a minha proposta? - Kizashi iludido.
- Não papai, Sasuke só me ajudou a me livrar daquele almofadinha que você queria jogar pra cima de mim. - Sakura podia ser o que fosse, a Diaba que Sasuke achava que ela era, mas sempre reconhecia e era grata pelos que a ajudavam. - deixe ele ir agora. Ele tem as coisas da fazenda dele para cuidar, não é? - o rapaz assentiu e ia saindo - eu te acompanho - o que ela ouviu no escritório não podia ficar barato.
Caminharam em silêncio até a porta principal, a mesma que Sasori e Chyo saíram cuspindo fogo. Sakura dava olhares de relance para Sasuke, ela não podia negar o quanto ele ficou bonito e charmoso, e o quanto ela ficou mexida em vê-lo a defendendo, isso sem contar o que ele falou para Sasori, quando achou que ninguém mais ouvia. Podia ter sido um delírio da Haruno ou ela talvez tenha ouvido mal e por isso queria tirar isso a limpo.
- Até mais, senhor Uchiha. - ela disse irônica. Mordendo o lábio inferior e olhando para ele com a cara mais dissimulada que ela conseguia. Sasuke como sempre travou nas quatro, ela percebeu e se aproximou dele, praticamente colando ao corpo do Uchiha, chegou o rosto bem perto do ouvido dele - e eu não sou sua. - sussurrou
O controle de Sasuke nesse dia estava fraco, primeiro socou o Akasuna depois demonstrou que sentia ciúmes de Sakura e agora estava ali, segurando uma ereção por causa do hálito quente da Haruno em seu pescoço.
" ahh que se foda meu orgulho"
Quando ela ia se afastando lentamente ele a segurou pelos ombros, olhou nos olhos dela de forma tão forte que as pupilas de Sakura se dilataram. Medo? Angústia? Ansiedade? Vontade ? Não se sabe, mas antes mesmo que a língua ferina dissesse algo Sasuke lhe deu um beijo, tão forte quanto o agarro em seus ombros pequenos, a boca macia dela só faziam o Uchiha querer mais, e diferente do que ele sempre pensou Sakura correspondeu seu beijo com o mesmo ardor. Claro num primeiro momento ela resistiu, Fingindo uma surpresa, porque ela já imaginava que o Uchiha faria isso. A dúvida que fica era: ela queria ?
Podia até não admitir em voz alta, mas sim ela queria. Na verdade quando, ouviu as empregadas da casa falando dele no último encontro, o que imaginou foi ela mesma sendo prensada pelo Uchiha contra a parede.
Ele soltou do beijo, alguém podia chegar e ele podia ser mal interpretado e ela sendo a Diaba que era também podia querer zombar dele na frente do pai e das pessoas que moravam ali.
- Vai ser minha. Boa noite senhorita Haruno. - saiu rumo a carroça em que veio que estava do outro lado da casa.
Suigetsu ja o esperava, subiu e seguiu de volta pra casa, podia ter saído do seu padrão de comportamento, mas não se arrependeu em momento algum e esperava que a Haruno tivesse aprendido a lição.
Enquanto isso Sakura estava atordoada, não sabia o que pensar, a não ser no beijo roubado. Seu coração parecia que fugiria de seu peito, as mãos trêmulas não saiam dos lábios, queria tentar chegar perto de sentir a sensação dos lábios do Uchiha.
Sua mente estava longe quando seu pai adentrou o recinto, a tirando de seus devaneios.
- Sakura, preciso conversar com você. - Kizashi estranhou quando a filha assentiu sem reclamar e o seguiu para o escritório. Sakura estava estranha... Dois não brigam
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Um pé de que ?
RomanceSe Sasuke Uchiha quer se casar com Sakura Haruno ele terá que domar essa fera antes. Mas será que ele consegue domar a Diaba Rosa ? " Quem sabe o que planta não teme a colheita"