A descoberta das Ômegas - FINALIZADO (Em Revisão)

Capítulo 20 - Mar 6 x 0 Heli

   —Não ouço nada, e você? — Monara diz.

   —Nem... Mas como isso aconteceu? Nunca erramos.

   O QUE?

   —Quer destruir o barco? — Monara, minha Monara sugere.

   —Ná... Jade que gosta de fazer show.

   —Tá, até amanhã. Pode voltar pra sua refeição, amanhã… — Monara fala.

   —Uma só?! Como assim?

   —Agora eu cumpro metas? Amanhã te dou mais, prometo... Quero voltar pra minha pedra.

   —Não, espera — A mulher ergue a mão. Seus dedos são longos, bonitos e sua unha está pintada de negro, curvadas como as de um urso... Como as de Monara e sobre seu rosto perfeito... Escamas negras — Tenho uma proposta pra você. Fica na superfície.

   Pelo minúsculo buraquinho, assisto a boca de Monara entortar em desgosto.

   —Está vendo aquele iate ali? — A mulher aponta pra trás de Monara. — Pensei numa coisa pra substituir a Pérola que, vamos ser sinceras, você não vai me dar.

   Apesar das ondas que batem contra ela, Monara não se move um milímetro sequer, como um pedaço de ferro muito, muito pesado... São mesmo escamas? Não...

   —Dorothy, você está me sugerindo o que eu acho que está me sugerindo? — Monara diz incrédula.

   —Se for matar o filho prodígio é sim. Não precisa tombar o iate, Jade se comprometeu.

   Filho prodígio?

   —Órion concordou com isso? — Sua voz perfeita sai novamente incrédula.

   —Eu sou a líder desse lado.

   —Então não concordou, até ela tem um pouco de juízo. Sabe muito bem que as...

   —Você interveio duas vezes do meu lado garota! Não venha me falar sobre a polícia corrupta... — A voz de Dorothy é tão diferente, tão mais robusta, mais poderosa... — Estou te dando a oportunidade de poupar de dez a cem mil vidas por alguém que matou Rosemary. É tão ruim assim?

   Dez a cem mil vidas? Elas vão entregar tudo aos tubarões? Por que?

   —Se ia me propor isso, por que eu tive que cantar?

   —Não queria ficar com fome. — Dorothy diz — Topa?

   Fome? FOME?!

   —Pra te fazer melhor, um presentinho, tudo bem?

   A tal Dorothy submerge enquanto Monara volta seus olhos pro mar, pro horizonte. O que ela quis dizer com fome meu Deus?

   Quando ela volta... Eu não consigo respirar. Ela segura a mão de Line, com o anel brilhante de noivado refletindo o sol... Mas apenas a mão, ainda sangrando... Line...

   O rosto de Monara ao menos se fecha antes de pegar a mão decepada. Sem hesitar um momento sequer ela arremessa o que antes era a mão que Line escrevia para longe.

   —Não desperdice comida! — Dorothy rosna.

   —Essa não é minha comida. Sabe disso! Porque continua me provocando? Não tem ninguém por perto, Dorothy!

   —Não quero saber de você e seus sentimentos imbecis! Eu quero saber se você topa ou não. Responde.

   —Eu não sei, tá bom? Não sei! — Monara aperta seus neurônios cobertos de... Uma coisa brilhante e esverdeada — Amanhã a gente se encontra e eu respondo. Tudo bem?