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|capítulo dois

|Andreas, narrando.

Cheguei tão exausto quanto estou agora. E pra piorar minha mãe apronta mais uma de suas artes. Digamos assim.

Eu sempre soube da longa amizade entre minha família e Amanda, eu só não imaginava a encontrar aqui. A viagem toda me esquivando, tentando evitar ao máximo qualquer contato visual com ela. Depois de todo o caos que passei, eu estava preferindo ficar em paz e para isso eu preciso poupar muitas coisas.

O pior é que eu tenho que lidar com a fera, Lívia era geniosa. Eu sempre soube, mas esses dias tem sido duros para ela.

— Vida? — a chamo. E logo percebo que ela está na sacada.

— Será que vai chover? — ela se vira para mim. Sinto o vento gelado.

— Está com uma cara. — paro ao seu lado.

— Parece cansado, amor. — aperto os lábios me sentindo confortável novamente.

Ela poderia até estar chateada, mas sempre dava um jeito de mudar o assunto, de conversarmos sobre qualquer outra coisa para amenizar o clima. Observo bem o corpo de Lívia, ela está mais magra. Perdeu uma quantia significativa de peso e eu estranho isso desde que venho a observando.

— Estou um pouco. — comento. — não via a hora de chegar aqui.

— Podíamos pensar em algo legal para fazer esse final de semana, aproveitar que você está em casa. — Ela encosta as mãos em meu abdômen. — algo haver com natureza, o que acha?

— Tipo, acampar? — acabo gostando da ideia.

— Isso. — ela sorri passando os braços por meu pescoço. — com barracas e tudo que tiver direito.

— Tudo o que você quiser. — sussurro. — minha noiva.

— Falando nisso — ela coça a cabeça, parece preocupada. — vai brigar comigo se eu dizer que ainda não escrevi os votos?

— O que? — finjo desapontamento. E depois dou risada. — Então, eu ainda não pensei em nada.

— Ótimo — ela ri. — temos sincronização até nisso.

— Já pensou em quem mais vai chamar? — prendo as mãos na cintura de Lívia.

— Bom, eu acho que todas as pessoas que importam já foram convidadas. Eu prefiro assim. — assenti. Eu também preferia algo discreto.

— Está ansiosa? — ela confirma.

— E com medo também, acredita?

— Medo do que mulher? — me afasto para olhar ela melhor. — É só dizer sim e o resto você deixa comigo.

— E você? — ela faz um biquinho. — ansioso?

— Parece que vou jogar o meu primeiro jogo de todos. — Confesso. — mas não chega a ser medo e sim preocupação, quero que seja um dos melhores dias da sua vida.

— Jura? — ela da risada. — eu fico pensando no depois. — olho para ela com um sorriso malicioso.

— Não esse depois, Andreas. — ela revira os olhos.

— Ah, eu pensei que fosse esse. — dou risada.

— A vida a dois, você sabe, eu já fico nervosa só de pensar e pra piorar, sua mãe não parece gostar muito de mim.

𝐇𝐢𝐥𝐥𝐢𝐠𝐡𝐭 ² • 𝐀𝐧𝐝𝐫𝐞𝐚𝐬 𝐏𝐞𝐫𝐞𝐢𝐫𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora