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| Capítulo 11.

| Lívia, narrando.


O grande bico que se encontrava nos lábios de Amanda me faziam se sentir uma vencedora. O impacto que a pequena trégua entre eu e Andreas, fez muita gente ficar surpresa. Inclusive a Ana. Ela não me esperava aqui.  Na verdade ela sabia exatamente o que fez e parecia tensa e envergonhada por toda situação, afinal, ela estava bem amiga da Amanda.

O que me deixou confusa foi uma tal de Isa ter aparecido junto com o casal e Amanda. Ela era tão bonita quanto seu nome. Tinha os cabelos longos e loiros.  Os caras estão babando enquanto ela se apresenta. E eu, que nunca fui de um ciúmes doentio, estou a ponto de pular no Belga ao meu lado, que na tentativa de ser gentil a ajudou com a sua mala.

— O generoso Andreas ataca novamente. — murmuro assim que ele para ao meu lado.

— Isso mesmo, só fui gentil. — ele sorri, acaricia minhas costas enquanto encaro a loira simpática abraçar o Barbosa.

— Esqueceu dos pretos é? — Jesus me tira do transe ao aparecer em minha frente e me prender a um abraço de urso.

— Como esquecer de Jesus? — digo, arrancando o riso de todos.

— Eu já estava com saudades das suas piadas com meu nome. — ele se afasta indo para perto da Ana, que até agora não pronunciou uma palavra sequer comigo.

— Então, a gente não sabia que vocês dois iriam vim. — Ana comenta olhando subitamente para mim.

— E? — Andreas a questiona com arrogância no seu tom de voz.

— E que reservamos apenas alguns quartos. — o silêncio reinava e apenas a voz de Ana podia ser ouvida. Impressão minha ou o clima estava tenso?

— Mas isso não é um problema. — Barbosa rebate. — pelo menos não para nós.

— É que esse hotel é super solicitado, está cem por cento ocupado. — Ana rebate.

— É mais fácil falar que não queria a gente aqui. — digo a olhando. — do que ficar inventando desculpas.

Todos arregalaram os olhos. Inclusive Ana, que me olha surpresa.

— Será que sou eu que não queria você aqui? Tem certeza? — Ana se aproxima. O deboche em sua face me irrita. — Porque o Belga não te chamou de primeira?

— Porque não estou aqui apenas pelo Andreas e acho também que esse não é um problema inteiramente seu.  — respondo, estou nervosa.

— Vocês duas estão loucas? — Gabriel Jesus puxa Ana pelo braço. — gente, esse não é nosso maior problema. Calma aí.

— Eu já entendi exatamente tudo. — digo com a voz embargada.

— Uh, ela ficou bravinha. — Amanda diz rindo. — deveria sentir mais vergonha.

— E eu sinto. Vergonha por você. — dou risada. — vamos amor? — me viro pro Andreas que me olha confuso perante o “amor” que saiu da minha boca. — vamos aproveitar que sou bem fértil.  — sorrio. — ao contrário dessa aí.. — praticamente cuspo as palavras em cima da Amanda.

Saio disparada, mesmo sem conhecer o lugar procuro ficar sozinha. Tento acalmar a adrenalina no meu corpo. Eu esperava tudo da Ana, menos a inimizade, menos a incompreensão, ela era a minha melhor amiga.

— Lívia! — Andreas vem atrás de mim. Mas eu continuo andando impaciente. — Ei — me puxa pelo braço.  Me viro deixando as lágrimas expostas em meu rosto. — Calma. — os seus braços me envolvem em um abraço quente. Ele acaricia meu cabelo enquanto deixo o meu choro engasgado sair.

— Pensei que ela gostasse de me ver bem. — comento com Andreas, que tem um sorriso compreensivo nos lábios.

— Ela está com raiva, particularmente de mim. — ele explica. — Lív, não fala mais daquela forma com a Amanda. — ele segura no meu rosto. — é um assunto delicado.

— Eu sei que eu errei. — resmungo. — mas aquela tapada me provocou.

— Ana está se doendo por ela. — Andreas nega com a cabeça. — o porquê, eu nem sei.

— Porque ela sabe que Amanda é meu ponto fraco, minha insegurança.

— Eu amo você. — ele suspira. — sei que é cedo demais para ficar dizendo isso o tempo todo. Mas não consigo segurar. — dou risada.

— Vou fingir que eu acredito. — murmuro, seco as lágrimas.

— Eu senti tanto sua falta. — Andreas enrosca seus braços em minha cintura. — eu senti falta de cada pedacinho seu. — sussurra. Sinto suas mãos abaixarem até meu bumbum, e ele pressionar as mãos em cada lado. — falta desse corpo gostoso.. — dou risada me afastando dele.

— Para com isso. — resmungo. — Na verdade, nem sei porque eu vim. Se caso eu não vinhesse você iria ficar com a Amanda.

— E você com o Barbosa. — Andreas desvia o olhar.

— Não... — ele me interrompe.

— Não estou afim de falar sobre. — murmura. — vou descer providenciar os quartos pra gente. — eu assenti.  — Quer vim comigo? — ele para no meio do corredor, com as mãos no bolso.

— Vamos mesmo ficar no mesmo quarto? — questiono caminhando em sua direção.

— Não sei, tenho minhas dúvidas. — ele ri. Pega em minha mão para caminharmos com elas grudadas.

— Agora quem não quer um quarto com você sou eu. — digo tentando puxar minha mão mas ele impede.

— Ah para. — ele ri. — quase casei com você, tenho mais que direito.

— Amanda quase teve um filho seu, acho mais que direito dela. — faço menção de provocar.

— Isso não é um problema, podemos fazer um agora. — ele me encurrala na parede.

— Para, tem gente olhando. — sussurro.

— Idai? — Andreas se aproxima tanto que seu maxilar está certinho em meu queixo. Ele passa a barba falha em meu rosto e eu resmungo porque tinha agonia de tal sensação.

— Você tá bem engraçadinho né? — reviro os olhos.

— Nem acredito que você está aqui. — ele diz sério. — depois de todo mal que te causei. — ele parece envergonhado. E meu coração fica quentinho e tão pleno ao receber essas palavras. Por mais conturbados que foram os últimos dias, eu estou me sentindo bem o suficiente.

Os conselhos do Barbosa foram tira e queda.

Ele me disse tantas coisas e principalmente me incentivou a perdoar Andreas. Ele abriu meus olhos, ele me deu cartas que eu precisava para retomar até o homem que está a minha frente.

— Deveríamos esquecer. — digo por fim. Encaixo nossas mãos enquanto vamos caminhando até o hall de entrada. — por mais que eu ainda tenha certeza que você goste das loiras. — brinco.

— E você de atacante. Né?

— Prefiro os que vem emprestado. — digo. Ele tem o sorriso perfeito nos lábios.

Arrumamos um quarto para nos dois. Em um andar separado do resto do pessoal, já que poucos nos queriam alí. Eu não sei se fico triste ou feliz ou se apenas aproveito o momento.




























𝐇𝐢𝐥𝐥𝐢𝐠𝐡𝐭 ² • 𝐀𝐧𝐝𝐫𝐞𝐚𝐬 𝐏𝐞𝐫𝐞𝐢𝐫𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora