●07

883 51 130
                                    

|capítulo 07.

|Lívia, narrando.

Dormir e acordar e ficar com todas aquelas palavras na mente. E eu que pensava que um banho gelado resolveria tudo mas nada me faz esquecer.

Ana me encara enquanto termino de tomar o meu café, logo cedo ela apareceu aqui em casa.

— Isso é maluquice. — Ela quebra o silêncio — o que o Andreas tem na cabeça?

— Nossa, você quer mesmo falar dele? — reviro os olhos.

— Posso ler os votos pelo menos? — ela insiste. Dou risada e entrego o celular para ela.

A observo ler e em segundos me aparecer com uma expressão séria e sentimental.

— Vocês são dois idiotas. — ela me devolve o celular. — dois idiotas competindo pra ver quem se machuca primeiro.

— Palavras confortantes as suas. — comento.

— Pensei que iriamos todos para Noronha. — ela bate a mão na testa. — estávamos tão empolgados.

— Mas vocês ainda vão ir, assim como o Andreas também pode querer ir.

— Ele vai ir sim, mas eu disse ao Gabriel que dependesse da companhia que ele fosse levar, poderia esquecer, porque daí quem não iria era eu.

— Tá sabendo de algo que eu não sei? — a encaro. Ana tenta disfarçar mas eu a conheço muito bem.

— Digamos que sim. — ela bufa. — mas prometi a mim mesma que não iria contar porque não quero te deixar triste. 

— Pode me contar agora. — cruzo os braços.

— Pra que? — ela se senta em minha frente. — Não é importante.

— Achei que não tínhamos segredos.

— A loira azeda vai ir com ele. — sinto uma pancada em meu peito. Confirmando ainda mais tudo que Andreas havia dito e tudo que eu havia pensado sobre. — Está satisfeita?

Fico em silêncio sentindo uma imensa vontade de chorar, mas me controlo. Eu deveria ser tudo, menos fraca.

— Bom, eu espero que ele fique bem. — suspiro. — escolhemos isso juntos.

— Da pra ver que você está sofrendo. — Ana nega, — da pra ver no seu rosto.

— Idai? — dou de ombros. — no começo dói mesmo mas passa.

— Vai ficar chateada comigo? — Ana parece preocupada. Vou até ela a abraçando.

— Por que eu ficaria? — beijo o topo de sua cabeça. — quero que fale de mim lá a todo momento. — sorrio. — só pra incomodar.

— É claro que vou falar. — ela sorri. — Não esqueça que eu amo você. — ela me abraça forte.

(...)


De mal a pior eu estava vivendo o meu próprio caos. A quem eu estou querendo enganar? Estou um verdadeiro caco.

Ouço a campainha tocar. Meu coração se acelera, mas é atoa. Andreas não vai aparecer dizendo que me ama e que está arrependido. Pois ele nunca volta atrás. Esse papel sempre foi o meu.

— Camila? — franzi o cenho ao ver a ruiva na porta de casa.

— O que foi? — ela sorri. — Não me esqueci aonde você mora não. — ela me abraça forte e eu estranho. Nos nunca fomos intimas. Tínhamos amigos em comum mas nada além disso.

𝐇𝐢𝐥𝐥𝐢𝐠𝐡𝐭 ² • 𝐀𝐧𝐝𝐫𝐞𝐚𝐬 𝐏𝐞𝐫𝐞𝐢𝐫𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora