𝐇𝐢𝐥𝐥𝐢𝐠𝐡𝐭 ² • 𝐀𝐧𝐝𝐫𝐞𝐚𝐬 𝐏𝐞𝐫𝐞𝐢𝐫𝐚

•18

|Capítulo 18

    |Lívia, narrando.

Dois meses após o retorno de viagem.

Desde que reatamos, Andreas tem sido o meu porto seguro mas nos últimos dias eu tenho sido sua âncora. O seu desenvolvimento em campo está de mal à pior, inclusive, ele vem recebendo tantas críticas que por escolha minha, dele e de seu empresário, ele está afastado das redes sociais. Eu sabia que boa parte era culpa minha.

Ele ocupava a maior parte de seu tempo ficando ao meu lado. Ana deixou bem claro o quanto queria se distanciar de mim e se aproximar de Amanda. A melhor amiga eu já havia perdido. O segundo obstáculo, é o emprego que não saí, não consigo me encaixar em nenhuma área e ficar em casa tem me angustiado de tal forma. O terceiro e não menos importante: Patrícia está se mudando para Portugal e pra piorar está levando as meninas com ela. Zero chances de guarda compartilhada, ela simplesmente decidiu isso sozinha e eu, bom, eu achei melhor não me intrometer.

— Pode ir comigo na terapeuta hoje? — Andreas tem mudado completamente seu comportamento. Ele já era fechado mas agora, bom, agora está tristonho e se irrita facilmente com tudo.

— Não só posso como estarei lá. — lhe mando um beijo no ar. Eu entendia perfeitamente o que ele sentia. Andreas é de longe um cara despreocupado, pelo contrário, o Flamengo se tornou sua vida.

— Ok, obrigada. — murmura. Eu apenas continuo em silêncio a fazer o que estava fazendo, me maquiando.

— Mas se você quiser, pode se abrir comigo também. — me viro para ele.

— Não preciso falar, você sabe. — bufa. Se joga no sofá esticando as pernas.

— É só uma fase ruim e não uma vida ruim. — suspiro.

— Não consigo e isso me chateia. — ele coloca as mãos no rosto. — tem milhares de pessoas lá fora confiando no meu trabalho.

— Eu sei. — murmuro me sentando em seu colo, tirando as mãos de seu rosto o acariciando em seguida. — você vai conseguir, ok? — ele assenti. — eu amo você. Muito. — sussurro.

— Lívia, eu sinto muito se não consegui cumprir com a minha palavra, eu não queria abalar todo mundo com esse meu momento. — odeio o fato dele querer sofrer tudo sozinho.

— Nós vamos sair dessa, tá legal? — deixo um beijo no seu rosto. — eu e você contra o mundo lembra? — ele assentiu. — e olha, vou tentar conversar com a Patrícia mais uma vez. Quem sabe ela não amolece né? Mas por enquanto, tenha paciência com você mesmo.

— Vou ter, prometo. — Andreas me beija com carinho. Agarrando meu corpo junto ao dele. Só eu sei o quanto é delicado esse momento. Nunca imaginei que diria isso, mas tenho medo, medo do que essas palavras negativas e dessas pessoas violentas, existe sim a torcida do Flamengo, mas também existe gente que vai além dos limites.

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Ao chegar no consultório, uma ruiva dos cabelos longos aguardava por Andreas, enquanto eu me sentei e comecei a olhar algumas redes sociais. Embora não esteja interagindo, ando acompanhando tudo.

Uma hora havia se passado, e ele ainda estava lá dentro, o meu peito se contraí pensando no que poderia estar acontecendo. De coração, eu espero que essa sessão de terapia o ajude. Que ele ganhe um incentivo mental.