𝐇𝐢𝐥𝐥𝐢𝐠𝐡𝐭 ² • 𝐀𝐧𝐝𝐫𝐞𝐚𝐬 𝐏𝐞𝐫𝐞𝐢𝐫𝐚

•19

|Capítulo 19
|Andreas, narrando

O treino de hoje foi cansativo. A minha roupa encharcada de suor denuncia o quanto. Enquanto estou na ducha consigo ouvir os gritos do Matheuzinho e Gabriel. Os caras são feras na baderna.

Ainda com a toalha enrolada no corpo, me olho no grande espelho. O que me tornei? Um  medroso?

— E aí Belga, agiliza que tem visita pra você. — Arrasca, com seu sotaque engraçado, bate na porta.

Acredito que seja Lívia pois mal nos falamos direito depois da terapia, na verdade, ela está bem distante e se sentindo culpada. Mas eu sei e todos nós sabemos que nada do que está acontecendo é culpa dela. E que eu tenho a maior sorte do mundo de tê-la comigo no meio desse caos.

— Ah, eu sabia que você vinha. — abraço o corpo da morena em minha frente. O cheiro dela surge no ar.

— Como se sente? — segura firme em minhas mãos.

— Cansado? — dou risada e ela me acompanha.

— Tenho uma boa notícia! — ela vibra. — consegui um emprego.

— Sério? Isso é legal. Aonde? — o semblante de Lívia agora está fechado e ela parecia nervosa.

— Bom, essa é a parte delicada. —mexe no cabelo. — no Palmeiras.

— Tá brincando? — sorrio meio sem graça. — sério?

— Sim, como enfermeira. — explico. — eles me deram uma atenção tão grande.

— E eu fico como? — cruzo os braços, sentindo o mundo desmoronar em minhas costas. —só tenho você.. — murmuro.

— Andreas deixa de idéia! Vai continuar sendo a mesma coisa. — desvio o olhar. Sei que não seria.

— O que a doutora te disse aquele dia? — resmungo.

— Nada que não seja verdade. —  sorri fraco. — qual é amor? Precisamos tentar, não vou sempre ficar em casa, você sabe.

— Só não quero que pense que precise mesmo trabalhar para viver, ok? — seguro seu rosto. — você é minha mulher. O que é meu é seu.

— Eu sei disso. - ela beija minha testa. — obrigado.

Fomos de carro até o apartamento de Lívia, embora parecia tudo bem. Eu sabia que ela havia ficado chateada com minha reação, até eu me chateio. Queria ser bem menos preocupado que isso mas é inevitável quando você tem medo de perder a única pessoa que te faz esquecer do mundo lá fora.

Enquanto estou deitado no sofá, ela mexe em algo na cozinha. Consigo enxergar de longe a sua feição tristonha.

Me levanto e vou até onde ela está. Me posiciono atrás do seu corpo aonde ela acaba levando um susto.

— Desculpa — murmuro.

— Tá tudo bem. — sorri. — eu amo você.

Seguro no rosto de Lívia enquanto ela fica nas pontas dos pés para me beijar melhor.

— Eu estou com tantas saudades de você. — sorrio.

Meu corpo se aquece quando rapidamente ela enrosca as pernas em volta do meu corpo enquanto eu caminho com ela até a bancada de mármore no centro, os cabelos curtos da morena à minha frente agora estão bagunçados, e ela tem um sorriso divertido nos lábios.

— Quer mesmo fazer isso aqui? — murmura beijando meu queixo. Enquanto com uma das mãos acaricia meu membro por cima da calça.

Diaba.

— Você não colabora comigo. — arfo suavemente, ela se afasta um pouco do meu corpo enquanto tira sua blusa. Deixando os seios a mostra.

Me agacho o suficiente para beija-los enquanto ela acaricia meus cabelos. Beijo seu abdômen até chegar no cós de seu shorts. Abro ele, passando os dedos por sua cintura. Abro bem as pernas de Lívia que está sentada sobre o mármore. Beijo seus lábios suavemente enquanto me encaixo em seu corpo, me movimentando devagar, sentindo meu corpo fraquejar. Tombo minha cabeça pra trás, deixando ela beijar todo o meu pescoço.
Aumento o ritmo dos movimentos quando ouço ela gemer baixinho em meu ouvido.

— Andreas — murmura, abafando um gemido enquanto posiciona os lábios na curvatura do meu pescoço. — gostoso.

— Eu te amo Liv. — a voz rouca entrega todo o meu tesão.  — e amo mais ainda foder você.

Dois corpos suados caídos no chão gelado da cozinha.

— Você é linda sabia? — limpo o rosto. — minha vida tá um caos e você muda tudo.

— É o mínimo que posso fazer.. por nós. — ajeita os cabelos.

— Eu sei que eu sou um poço de vacilo.. — começo a falar mas sou interrompido com um beijo rápido.

— Você é incrível. — ela sorri. — um pai incrível, um amigo incrível, um ídolo incrível, um filho incrível... Um companheiro incrível.

— E um péssimo jogador. — murmuro. — entregador como eles dizem.

— Não deveria ligar para eles. — ela nega. — eles não conhecem um por cento do que você é.

— Mas dói... — Fecho os olhos sentindo uma lágrima grossa rolar.

— Você precisa se cuidar. — ela respira fundo. — de um tempo para sí. Ver suas filhas, seria ótimo.

— A Patrícia não facilita. — resmungo. — tudo é do jeito dela.

— É, ela mudou. — Lívia se levanta. — vou tomar um banho, você vem? — Assenti.

Observo o pequeno corpo caminhar em minha frente. Me sentindo um completo sortudo por ainda tê-la comigo.