13.Isso me lembra dos velhos tempos

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Jonathan pov

Quando me dei conta já era 4:59 da tarde. Eu e o pirralho passamos o dia comendo e conversando. Por incrível que pareça, o dia foi tranquilo e bem agradável. Jêck sorria na maioria das vezes que eu falava e parecia mais feliz que nunca, e acho que eu não estava muito diferente.

Mas antes do clima agradável chegar. Acabei por falar boa parte da minha vida para ele, desde dos abusos que sofriamos da governanta. como espancamento por motivos fúteis, ou dar uma crise de ciúmes quando viu meu primeiro namorado, ou seu ódio gratuito por minha mãe, a qual fazia questão de zuar a morte dela sempre que podia. Claro que ocultei boa parte de tudo,algumas coisas eram pesadas demais para falar para ele, como homofobia ao extremo, onde tenho marcas até hoje,ou não fazer nada quando a minha irmã foi quase violentada pelo filho dela, ou a pressão que ela fazia em mim na escola ao ponto de ter crises de ansiedade constantemente. Então apenas falei o que todos já sabiam.Afinal não queria que ele tivesse medo de ir para escola, e muito menos de ser quem é enquanto estiver aqui só por causa de alguém insignificante.

Me arrependo todos os dias de ter dado uns pegas no filha da puta do filho dela.

-Isso não é amor? - perguntou confuso.- As pessoas não fazem isso quando gostam de você? Ela se preocupar por isso te bate tanto.. é assim que funciona..

-Claro que não. Amor é tudo menos isso.- expliquei Mesmo não sendo a pessoa mais adequada para se falar disso.- Ninguém merece esse tipo de tratamento.

Menos a governanta e Robert, eles sim merecem isso.

- hum...pensei que ela era sua mãe.-falou baixinho. Parecia ainda confuso sobre o que eu disse antes.- Desculpa.. As pessoas são confusas as vezes, é tudo tão complicado..

-Agora tá começando a me ofender.- brinco, logo o fazendo sorrir novamente.

Em uma tentativa de consolo, o pirralho segurava a minha mão o tempo todo enquanto me olhava como se eu fosse a pessoa mais sofrida do mundo. Não vou mentir, era engraçado vê-lo tão preocupado comigo assim. Era legal falar com alguém que parecia se importa pelo menos um pouco comigo, alguém que me olhava como se me amasse e quisesse o meu bem independente de qualquer coisa que eu fizesse ou falasse. 

Era esse o olhar confortante que ele me dava. Como se tentasse consolar até minha alma.

Que sensação estranha agora, eu to mesmo tão carente assim para gostar disso? Que triste da minha parte.

Mas óbvio que eu não falei isso tudo por nada.

- Bom, acho que agora é sua vez.- falei. Tirando uma cara de desconforto dele.

O acordo era eu falar sobre mim, e ele sobre ele. Um jeito prático de se adquirir confiança mútua.

- Promete não contar para ninguém?- fala receoso. Apenas assenti, queria mais que tudo saber o que se passava lá dentro.

E o gravador de baixo da mesa tbm..

Eu sei que eu disse que não ia me envolver e nem me importar mais com o estado dele, mas porra, tem como ignorar algo como isso? Nem que seja apenas por curiosidade mas eu quero saber de tudo que se passou por lá.E talvez expor tudo depois.. Desse jeito posso até descobrir como a mãe dele morreu e resolver isso de uma vez por todas. E sem minha irmã no meu caminho agora, vai ser tudo mais fácil 

- Espera o que você queria saber mesmo?- perguntou confuso.

Vamos começar com algo relativamente "fácil".

°·MEU ALUNO...meu anjo·° (romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora