07 | Inevitável Atração

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Vinnie Hacker

Why is it the more you have to say the hardest is to speak?
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Eu mexi o maxilar enquanto esperava Cheryl colocar o vestido. Eu estava sentado no sofá branco da loja imensa e elegante, com várias mulheres indo para lá e para cá, tentando chamar minha atenção, pronunciando meu nome de maneira provocadora.

E tudo o que eu conseguia pensar era na americana mandona e teimosa que tirava minha paciência e brincava de corda bamba na linha estreita que era o meu autocontrole.

Sinceramente, agora que eu tinha Cheryl mandando e discutindo o tempo todo comigo, as mulheres que davam em cima de mim meio que perderam a graça. Fácil demais.

Eu suspirei, tentando tirar da cabeça a imagem de suas coxas com aquelas meias-ligas. E aquele corpete com botões, que enfatizava os peitos dela e deixava os ombros totalmente livres...

Fui interrompido quando a cortina se abriu e a mulher mais bonita do mundo arranjou um jeito de ficar ainda mais maravilhosa.

Eu me levantei sem nem perceber o que estava fazendo, e me aproximei dela.

O vestido vermelho era o próprio pecado vestido em Cheryl. O tecido descia como uma onda do ombro esquerdo até a parte direta de seu quadril. A cintura estreita e o decote que se abria gradativamente eram o próprio instrumento do diabo para fazer um homem imaginar como seria tocar naqueles lugares. O vestido não era apenas elegante, ou apenas lindo, ou apenas provocador. Ele era tudo isso junto. E eu perdi o fôlego quando o olhar de Cheryl encontrou o meu.

Ela não admitiria nem sob ameaça de morte, mas eu conhecia aquele olhar. Ela queria que eu a elogiasse. E Deus, ela merecia isso. Estava...fantástica.

Mas eu estava tentando não puxar demais nossos limites.

- O vestido ficou bom em você.

Eu disse para a mulher mais linda do planeta, usando o vestido mais magnífico já inventado pelas mãos de um ser humano.

Ela suspirou e se virou exasperada, entrando denovo no vestiário. Eu sabia que ela não esperara por isso.

Mas o quê mais poderia ter feito? Eu conhecia a mulher a dois dias, e não conseguia passar nem dois minutos perto dela sem querer toca-la em todos os lugares.

Quarenta minutos depois, ela ainda não tinha aparecido de dentro daquele vestiário. E eu já estava de saco cheio das estilistas oferecidas que me rondavam incessantemente.

Me levantei e parei ao pé da cortina.

- Cheryl? Está tudo bem por aí?

Silêncio. Um grunhido.

- Por que não estaria?

Ela respondeu, mal humorada. Eu dei um sorrisinho discreto.

- Cadê o próximo vestido? Você mesma foi fabricar, a mão?

Ela bufou e a mulher que a ajudava com os vestidos soltou uma risadinha aguda.

- Estou provando meu quinto vestido e-

Eu abri a cortina de repente, sem pensar duas vezes.

Ops.

Na minha frente, as costas e ombros de Cheryl se estendiam nus, sem nenhuma marca sequer. Eu imaginei meus dentes percorrendo seu corpo, me imaginei marcando sua pele com chupões, e meu pau latejou.

A estilista me olhava incrédula, e quando levantei o olhar para o espelho na frente de Cheryl, ela me encarava com os olhos em chamas.

- Você não conhece o significado da palavra "privacidade"? - A americana murmurou, irritada.

Broken Pieces // Vinnie HackerOnde histórias criam vida. Descubra agora