Desejos da carne

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“A vida é uma só.
Não perca sua vida por medo.
Cuidado, pois ela passa
e chegará o dia
em que nós retornaremos ao pó.”
Um poeta que não sabe escrever.

Missouri — Kansas.
19:50PM.

    Sentado no sofá com o corpo inclinado para trás, Lucca estava com o seu rosto paralisado e não fazia a menor ideia disso. E quando o tempo finalmente voltou ao normal, ele conseguiu se movimentar novamente.

    – Gakya, perai!! — Ele tentou afastar Gakya de seu rosto, e no momento em que percebeu que ela já não estava lá, se espantou.

    A garota estava sentada comportadamente no sofá com as pernas cruzadas enquanto mexia em seu aparelho celular.

    Em um momento ela estava lá, mas quando ele havia piscado os seus olhos, ela já estava mais distante dele. Como isso era possível? Em um momento ela se inclinava sobre o seu corpo para beija-ló, e em milésimos, não estava mais nem perto o suficiente para chegar perto de suas mãos.

    – Co-como, como você fez isso? — Ele perguntou espantado. Lucca não podia acreditar no que acabará de acontecer.

    – Fiz o quê? — Ela suspirou.

    – Você... — ele passou as mãos no rosto. Estava suado, e possivelmente sua boca estava pálida.

    – Eu preciso ir. — Gakya se levantou.

    – O quê? Como assim? — Ele se levantou juntamente com ela, tremendo de medo. – Mas a gente nem começou ainda.

    – Meu pai está ligando pra mim. Não quero deixar ele preocupado. — ela dizia enquanto olhava para o aparelho celular.

    – Ahh... tudo bem. — ele começou a acompanhá-la até a porta.

   Gakya guardou o celular no bolso e antes que ele pudesse fechar a porta, ela se virou para olha-ló fazendo com que o garoto engolisse em seco.

    – Eu fiquei sabendo do seu amigo, Lorenzo. — ela disse.

    – Ahh, sim... ele morreu há alguns dias.

    – Eu sinto muito.

    – Eu também. — a voz dele parece falhar, forçando-o a limpar a garganta.

  – Nos vemos na faculdade?

    – Sim, claro.

    Gakya sorriu amigavelmente, e ele retribuiu com um sorriso de imediato fechando a porta em seguida.

    Lucca andou até o sofá e voltou a se sentar dando um suspiro longo.

    – “Estou tendo alucinações?” — Ele não sabia ao certo.

    Gakya passava uma energia diferente para ele. E além disso, seu rosto não lhe era estranho. A sua face, o cabelo, forma de olhar e de falar, era familiar. Mas ele não sabia o porquê disso.

    Olhando para o teto da casa, pensando em como eles poderiam se conhecer mas ambos apenas não se lembram, Lucca foi surpreendido pelo som de seu celular tocando muito alto. Então ele levou a mão até o bolso de sua calça jeans e olhando para a tela do aparelho, ele leu o nome de quem estava ligando; Theo.

Em Teus Sonhos [EM RETA FINAL]Onde histórias criam vida. Descubra agora