– “Suporto o peso da
infelicidade desde o
momento em que
você se foi...”
— Mundo Das Mensagens.Missouri — Kansas.
Velório, 11:30AM.O céu estava em cinzas, parecia que era quase noite, era como se o universo estivesse dando os seus pêsames aos familiares e amigos.
O rosto pálido de Lucca deixava transparecer o seu cansaço. A noite havia sido longa e lúcida, ele não conseguiu pregar os olhos por um segundo, pensando freneticamente neste momento doloroso, onde estaria bem neste lugar, olhando para o corpo de seu amigo deitado no caixão, como se estivesse sendo exibido como uma obra de arte recém criada, e os outros, os outros estariam chorando ao seu redor, pois havia sido mal esculpida, mas tinha tudo para ser bela e cativante.
Lucca nunca pensou que veria ele deste jeito, tão apagado, tão quieto, tão sem vida... não era Lorenzo ali, ele não era daquele jeito, seu rosto não era daquela forma. Era sorridente, era belo e cativante, era recém criado e era uma verdadeira obra de arte por dentro, mas não havia sido mal esculpido. Aquele não era Lorenzo, não para Lucca.
Benny estava bem ao seu lado, derramando litros de mares pelos olhos já cansados. Lucca levou suas mãos até os ombros dela, tentando dá-lhe um pouco de conforto ao acaricia-los genuinamente, mesmo que soubesse que era impossível.
– Lucca? — Theo pegou no ombro dele, levando toda a sua atenção para o outro lado do cemitério.
Quando Lucca ergueu o seu olhar na direção das árvores mortas cheias de galhos secos, ele avistou uma silhueta feminina. Não dava para ver bem quem era por conta da sombra que as árvores faziam, e por parecer que ela queria mesmo se esconder. A silhueta ficava mais clara ao decorrer que andava na direção da cerimônia.
– “É ela!” — Bruscamente ele sai quando se dá conta de quem se trata: Gakya.
Benny passou as mãos nas bochechas ao vê-la e juntamente com Theo, foram atrás de Lucca.
Passando pelas pessoas que ali estavam, Lucca pensava em confronta-lá e exigir que contasse qual era o seu problema, porque ela apareceu de repente, a sensação esquisita que ela causa, a coloração bipolar de seus olhos e principalmente, o que ela sabia sobre o demônio em seus “pesadelos”.
Mas, quando ele estava quase perto dela, quase perto de ver seu rosto claramente, a raiva, a frustração de não ter nenhuma resposta, a tristeza e a angústia, pareciam ter sido substituídas por prazer. Ela estava fascinante naquele vestido preto, ele marcava o seu corpo de uma forma que parecia conseguir vê-la sem, apesar de não ser nada transparente, parecia que ele já sabia como era ela sem nada.
Lucca engoliu em seco. Tudo o que estava passando pela sua cabeça havia sido apagado em questão de milésimos, sua mente havia ficado confusa e os olhos dela, vibrantes e caídos, eram a única coisa que sua mente conseguia transcrever naquele momento.
O quê estava acontecendo? Ele não fazia ideia. Era como se ele odiasse ela, mas no momento em que a enxergasse de perto, não conseguia sentir mais nada além de vontade de tirar toda a sua roupa.
– Olá? — Ela disse dando o seu sorriso amigável, porém, desta vez, estava apagado.
Lucca limpou sua garganta. Ele não sabia o porquê dessa sensação, mas a ignoraria. Ele se recompôs.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Em Teus Sonhos [EM RETA FINAL]
Paranormal- Eu, Lucca, invoco e dou autorização a espíritos sexuais que assumam uma aparência cativante de meu gosto nos meus sonhos e me proporcionem momentos de prazer intensos esta noite. Assim seja, assim se faça. - ele colocou o papel em baixo do prato...