Segredo?

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S/n - Não! Eu não o amo.

Carl vira o rosto em minha direção, a sua expressão era de...decepção.

Carl - Nós somos só amigos. Nada mais - ele falou com a voz um pouco cortada.

Mich - Saíam, eu e Rick temos de conversar com os adultos primeiro!

S/n - Está certo! - levanto as minhas mãos para o alto em forma de redenção, saindo  - A vida de todo mundo estão nas suas mãos - falei isso com um sorriso cínico nos lábios.

Carl - Pai.Michonne... - ele deu um toque no chapéu e se retirou, eu o segui.

S/n - O que foi?

Carl - Ah...nada demais. Dormiu bem?

S/n - Como eu havia dito - encarei o menino. Ele não tinha prestado atenção em nada? - eu fiquei acordada pensando em como volta para o "centro" da cidade.

Carl - Acho que devíamos pedir ajuda ao seu pai. Aliás ele praticamente é a única opção, e estamos com o bem mais precioso dele. Você - ele me encarou.

S/n - E você como ficou depois disso tudo...?

Carl - Eu não estou muito bem, ou estou. Meus sentimentos estão, cada vez mais difíceis de entender.

S/n - Bem-vindo a puberdade - disse abrindo os braços e sorrindo.

Carl - Muito engraçada...

A um silêncio depois de um tempo, então resolvo puxar assunto, eu simplesmente odeio as vezes quando tudo fica quieto.

S/n - Você não se lembra né? Do dia do seu aniversário e tals.

Carl - Ao longo dos anos eu me esqueci. Já que ninguém comemora, e aliás qual vai ser o motivo da celebração?

S/n - Meio que você ter sobrevivido? - disse e ele gargalhou e mordeu os lábios.

Ah...aquele sorriso, aquela boca...

PERA QUE? CALA A BOCA S/N, TA FICANDO DOIDA É? FUMOU UM BASEADO FOI?

Carl - S/n? 

S/n - NÃO, EU NÃO FUMEI.

Carl - TA GRITANDO POR QUE?

S/n - Calma - soltei um sorriso nasal - tava perdida em alguns pensamentos.

Carl - Deu pra perceber. Você tá bem? - ele disse colocando uma de suas mãos na minha cintura.

S/n - Estou - até que eu noto que sua mão estava ainda na minha pele - Que intimidade é essa, Cowboy?

Carl - Não gostou? Você está corando, lindinha - ele pisca pra mim.

S/n - Não. Engraçadinho.

Nós estamos andando mais fundo pela floresta, escutava os pássaros cantarem, nuvens sendo carregadas pelo vento. Carl estava do meu lado e falava sobre alguns dos gibis que ele já tinha lido. Eu estava comendo algumas amoras com Carl.

Carl - Então prefere DC ou MARVEL?

S/n - DC e vc?

Carl - O QUE? DC? - ele gritou fazendo alguns pássaros saírem de seus ninhos por causa do grito.

S/n - Calma Kkkkkk, não precisa gritar. E nem vem DC tem os melhores vilões.

E foi aí que eu avistei um lago.

S/n - Ei, olha! - apontei em direção ao lago, era cristalino.

Carl - UHU - ele deu um grito, tirou o chapéu e a camisa.

S/n - Sério? Você vai entrar?

Carl - Óbvio? Você não?

S/n - Não?

Carl - Vamos lá, eu não quero ir sozinho - ele diz chegando perto de mim e pegando no colo.

S/n - CARL ME LARGA!!

Carl - Vai ou não?

S/n - VOU CHATO - ele me solta fazendo-me ficar em sua frente.

Carl - Nossa Alteza não precisa ofender.

S/n - Isso nem foi um dos xingamentos piores.

Tiro a minha calça ficando a apenas com uma blusa regata, tiro a minha jaqueta e jogo em um tronco. Carl fica me encarando com um sorriso maroto no rosto.

S/n - Ta no cio, Grimes?

Carl - É bem difícil não ser atraído por você. E não, eu não sou cachorro.

S/n - Ai - coloco a mão no peito e ele ri da minha cara - como sempre um cavalo.

Carl - Vai ficar colocando em mim apelidos de animais?

S/n - Quando eu quiser sim! - digo chegando perto dele e pulando na água.

Senti a água fria tocar em minha pele, a cada braçada que eu dava sobre a fina camada d'água era uma sensação inexplicável, aquele lugar era inexplicável. Era tudo bonito demais, eu imaginava como seria ali antes de tudo acontecer, famílias vindo para cá. Tendo casas, chalés, fazendo piqueniques abeira do lago. Crianças brincando e...

Sinto braços pegarem com força minha cintura, tomei um susto pensando e tentei afastar eles com força mas percebi que não era algo ruim. Era Carl.

Carl - Calma sou só eu - ele disse enquanto me puxava pra cima.

S/n - Que susto idiota - bati franco no seu peito.

Carl - O que foi? Pensou que fosse um tubarão? - o garoto disse rindo da minha cara.

S/n - Muito engraçado Carl, muito engraçado - disse sendo sarcástica.

Carl segura a minha cintura novamente e nos aproxima. Vejo ele ajeitar o seu cabelo para trás e me dar um largo sorriso.

S/n - Vai fazer o que?

Carl - Você sabe, nada demais - ele diz se aproximando.

Chego perto dele, me posicionando em seu colo, toco na sua nuca e arranho ela um pouco fazendo o menino sorrir de lado. Como ele pode ser tão gato? Sinto seus braços firmados ainda em minha cintura pressionando elas com força. .

S/n - Vai querer mesmo fazer isso? É um caminho sem volta.

Carl - Ah, eu quero e muito - ele sussura no meu ouvido me fazendo arrepiar.

Sigo em direção a sua boca e nossos narizes sem encontram gelados e um pouco vermelhos. Sinto seus lábios tocarem os meus em um selinho longo, depois ele avança em um beijo molhado, escuto o som das águas, sinto sua boca com gosto de amoras, o garoto pede passagem com a língua e eu sedo. Até que sentimos a maldita falta de ar.

S/n - Prefiro o do seu pai - sussuro no seu ouvido e jogo água na cara do mesmo, saio nadando em direção a margem, escutando o menino gritar.

Carl - EU VOU TE PEGAR, S/N.

Corro até a margem e chego lá. Ele chega também e me segura no ar, depois começa a me fazer cócegas.

S/n - Para com isso - digo entre gargalhadas.

Ele para e me da um selinho.

S/n - Não te autorizei isso.

Carl - Mas eu quis.

S/n - Acho que já deu muito tempo para que o casal resolvesse o que fazer. Vamos?

Carl - E eu disse que a gente não tinha nada...

S/n - A gente não tem - pisco pra ele e dou um beijo na sua bochecha.

Carl - Vai ser segredo?

S/n - O que? - digo fazendo a katia mas ele entende.

Voltamos para o acampamento. A maioria reunida, pessoas que eu não havia prestado a atenção que vinham com a gente este tempo inteiro, algumas feridas e Michonne e Rick em volta delas. Tentando ajudá-las. Eu e Carl chegamos perto deles e eu comecei a refletir.

Eles só estão tentando fazer o melhor para essas pessoas.

Um modo de sobreviver a isso. E modo de viver até.

Não Era Pra Te Amar Onde histórias criam vida. Descubra agora