capítulo 3

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  Ontem, assim que cheguei em casa, tomei um banho e passei algumas horas fazendo trabalhos da faculdade. Acabei pegando no sono depois da 01:00, acho que isso explica o meu humor de agora.
 
   Estou no final da minha segunda aula, Matt e eu estamos conversando enquanto caminhamos em direção ao laboratório. Matt, assim como Emma, é um amigo de infância, e está sempre com a gente (quando não está ocupado com alguma universitária), e cursa engenharia civil comigo. Antes da primeira aula, eu comentei sobre o trágico incidente com o idiota de ontem, o que eu me arrependo amargamente.

  — Então senhorita, já marcou um médico? - faz piada com o que aquele babaca falou. — Sempre achei que precisava, assim vai ter uma explicação por ficar com aquele traste por tanto tempo.

  Devem estar se perguntando quem é esse traste, bom, o meu ex, que me traiu com metade dessa faculdade e que também é um dos idiotas com jaquetas do time de futebol. O capitão dos idiotas, para ser mais exata. Quando Matt ficou sabendo por um dos amigos do time, socou tanto o infeliz que ficou sem jogar durante uma temporada.

   — Acho que vou ter que marcar um médico para saber como eu sou tão incrível. Deve ter alguma explicação, pra tamanha perfeição.
  
  — Você não sabe brincar.

  — Poderia parar de falar sobre senhor babaca de ontem? Eu agradeceria.

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  A aula no laboratório foi um tanto quanto empolgante, Matt saiu 15 minutos antes do fim, e quando eu estava saindo da sala, sou empurrada para dentro novamente e sinto alguém me pressionar contra a porta fechando a mesma.

Tiro a mecha de cabelo que caiu na frente do meu rosto e assim que levanto o rosto, tenho a certeza de que joguei pedras na cruz.

   O infeliz que derrubou o meu suco.

Tá de palhaçada.

   Ele me olha surpreso, antes de revirar os olhos e praguejar baixinho. Empurro ele levemente e começo a reparar no indivíduo a minha frente. Ele é alto, deve ser uns 30 centímetros maior que eu, tem algumas tatuagens nos braços e nas mãos onde segurava uma chave que aparentemente é de uma moto.

O filho da puta é bonito. Um idiota, mas um idiota muito bonito.

  Percebo que estava olhando demais quando ouço ele pigarrear.

  — Você não deveria sair por aí chamando pessoas que mal conhece de babaca.  Não depois de esbarrar e derramar suco em uma delas. -Ele diz isso olhando fixamente nos meus olhos, quem esse garoto pensa que é?? E como sabe o que eu falei?

  
— Eu não esbarrei em você. - é a primeira coisa que digo, e vejo ele travar o maxilar. — Pode me soltar?  - falo olhando para as suas mãos que estão apoiadas na porta depois dele ter se aproximado novamente. Uma perto do meu rosto e outra perto da minha cintura.

Ele parece perceber nossa proximidade e se afasta.

O que está acontecendo?

  — Achei que tivéssemos entrado em um acordo, quando eu disse que você esbarrou em mim e derramou o seu suco na minha roupa, pela sua falta de atenção. - arqueio minha sobrancelha e o olho indignada. — Espero que já tenha marcado uma consulta. Aliás, se quiser uma carona é só pedir. - diz com a voz carregada de sarcasmo e vejo um sorriso se formar em seus lábios.

  — Está me seguindo? Ou apenas querendo pagar o suco que me deve? - decido apenas ignorar  toda a sua ironia.

  — Não estou te seguindo, e não te devo um suco.

— Sim, você deve. - me sento em uma mesa perto de onde ele está. — Se não está me seguindo, o que está fazendo aqui?

  — Eu estudo aqui.- um tom indiferente em sua voz. — Meu nome é Nicolas aliás. - ele diz levantando a mão na minha direção.

— Cecília. - aperto sua mão e ouço o meu celular tocar.

— Te vejo por aí, pequena. - Nicolas diz passando por mim indo em direção a porta.

  — Pequena é a sua rola, seu idiota. - consigo escutar sua risada e pego o meu celular.

Emma me mandou uma mensagem falando que está me esperando.

    Saio da sala e vou em direção aos meus amigos, e não vou falar nada sobre o senhor babaca de ontem estudar aqui.

   Eu não aguentaria os comentários.

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