·········Nicolas·········
Já fazem dois dias que acidentalmente "prendi" a garota do suco, a qual eu descobri que o nome é Cecília, dentro do laboratório.
Acho que é agora que eu tenho que explicar o que aconteceu.
A quatro dias atrás, eu estava saindo da empresa da minha mãe e precisava levar o meu carro para arrumar, porque algum filho da puta arranhou ele.
Arranharam o meu bebê.
Alguém tem ideia de como foi difícil arrumar um Impala 67 em um ótimo estado de conservação?Não foi difícil descobrir quem tinha o arranhado.
Antony, um dos principais do time de futebol americano da faculdade.
Quando o filho da puta negou, e debochou da minha cara dizendo que o meu carro estava arranhado por não passar de uma lataria, eu não me controlei e posso ter acertado um soco em seu rosto. Talvez, só talvez, eu tenha acertado dois. O que resultou em um nariz quebrado e eu tento que assinar papéis em que eu afirmava estar ciente da política de não violência no campus.E foi nesse dia que uma garota desastrada e desatenta, derrubou seu suco em mim.
A garota deveria ter 1 metro e 60, cabelos pretos, e olhos da mesma cor, a boca de um tom de vermelho que parecia ser natural, com um rosto realmente impressionante, e sem nenhum resquício de maquiagem. Eu poderia ter levado tudo isso em consideração antes de gritar com a garota, mas eu estava tendo um dia de merda, e no momento, com a roupa ensopada pelo que eu julgava ser suco de laranja com morango.
Depois de sair de perto da garota eu consegui deixar meu carro para arrumar. Ficando apenas com a minha moto.
Levando em consideração o nosso pequeno diálogo nesse dia, eu não queria ver aquela garota tão cedo. Mas aí, no outro dia de manhã eu vi a mesma ,e escutei ela falando com os amigos sobre o "babaca de ontem que derramou o meu suco" antes das aulas começarem.
Eu estava disposto a ignorar o fato dela estudar na mesma faculdade que eu, e ter me chamado de babaca, quando claramente a errada da história foi ela.
Mas por ironia do destino eu entrei em um laboratório empurrando a garota contra a porta.
Isso para evitar ser expulso da faculdade por arrumar outra briga, quando 4 garotos do time de futebol entraram nos corredores claramente procurando algo, ou alguém.
Eu estava quase pedindo desculpas para a pessoa quando percebi que era ela, não posso negar que fiquei surpreso, mas decidi usar o fato de ela estar me chamando de babaca para iniciar uma conversa, ou melhor, uma leve implicância.
Desde então eu não vi mais a garota, peguei o meu carro, e continuo com a mesma rotina.
Faculdade, apartamento, bar com os amigos, ficar e transar com alguma universitária, empresa...
Eram umas 22:00 quando estava saindo de um bar bem conhecido no centro de NY quando vejo Cecília, aparentemente, discutindo com um cara do outro lado da rua Eu não iria me intrometer, mas aí vejo o cara segurar seu rosto com brutalidade e a empurrar contra a parede, e não parecia ser de uma forma agradável.
········· CECÍLIA ·········
Esse idiota acabou de me ameaçar?
Foi instantâneo, por conta da proximidade desse acéfalo, chutei suas bolas, e assim que ele caiu de joelhos, levantei meu joelho esquerdo em direção ao se rosto.
— Você tá ficando louca? - ele diz com dificuldade tentando se levantar
— Se eu estou ficando louca? Não encosta em mim. Nunca mais. Não bastou me trair com metade do campus, tinha que me seguir e esperar eu sair de um restaurante para me ameaçar?? Falar que me ama e querer me obrigar a voltar com você? - vejo Luigi já de pé tentar se aproximar, mas um homem entra na sua frente.
— Acho que ela já deixou claro que não quer que encoste nela. Se não quiser que eu mesmo resolva essa merda é melhor ir embora
- reconheço a voz de Nicolas. Ele mantém um tom baixo e ameaçador.— Da o fora. Está tudo sobe controle aqui.- Luigi fala revezando o olhar entre mim e Nicolas.
— Vai embora, Luigi. - Luigi fixa seu olhar em mim e tenta se aproximar, mas Nicolas entra na minha frente fazendo com que Luigi saia andando.
Nicolas se vira para mim e parece me analisar com cautela.
— Você tá bem, pequena? - Nicolas diz o maldito apelido de novo.
— Estou, e já disse que pequena é a sua rola. - ele gargalha me fazendo olhar pra ele.
— Acho que um dia você vai tirar sua própria conclusão sobre isso. - olho pra ele com uma sombrancelha erguida, mas ele não espera que eu responda.
— Quer uma carona?
— Na sua moto? Não, vou pedir um táxi, não sou de pegar carona com estranhos. Mas obrigada Nicolas.
— Estou de carro e ja está tarde. Vai demorar para achar um táxi, e não sou um completo estranho. Acho que se eu fosse te fazer algo, não teria vindo te ajudar. - olho pra ele, que realmente tem razão sobre a questão do táxi, e aceno em concordância, andando ao seu lado em direção ao carro, que para a minha surpresa, é o Impala 67 do outro dia no estacionamento.
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entre a razão
RomanceEssa será a história de Cecília e Nicolas, dois jovens de personalidades fortes, e que se encontram no momento mais inoportuno e inesperado possível Amor, tá aí uma palavra que eu nunca entendi ou vivi literalmente. Mas já ouvi dizer que essa peque...