O destino.

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Já no aeroporto, Perseu e Edite estavam eufóricos, só o fato de saber que iria viajar, Edite não se continha de felicidade, não importava a qual destino os dois iriam traçar. No portão de embarque número 23, Edite escutou ser anunciado a ultima chamada para Paris, um choque estremeceu o corpo de Edite.

- Iremos a Paris?. Virou seu rosto rapidamente em direção a Perseu que encontrava-se a seu lado.

- Você sempre quis conhecer Paris não e mesmo?. Perseu disse em tom que a fizesse ter certeza que ele estaria fazendo aquilo somente por ela.

- Sim!. Fora a única palavra que quase não saiu da boca de Edite, em tom de choro, mas que para Perseu já bastava, conseguia ver na feição de Edite a emoção que estava sentindo.

Hora do embarque, o casal já havia passado pelos portões, e eram direcionados aos seus respectivos lugares por uma aeromoça, em alguns minutos o avião iria decolar.

- Perseu, quanto tempo ficaremos em Paris?. Naquele momento Edite havia deixado estar entusiasmada com a viagem demonstrando estar preocupada com algo.

- Iremos ficar apenas 3 dias. Perseu a respondeu com uma pequena preocupação, em pensar que Edite pudesse achar poucos dias.

- Não poderemos ficar 3 dias Perseu! Está marcada para depois de amanhã uma consulta, havia se esquecido disto?

- Como poderia me esquecer? Eu mais que todos gostaria de saber o sexo da nossa criança, foi difícil fazer com que você, mudasse com esta idéia de saber somente na hora do nascimento. Perseu disse em ritmo calmo e quase sussurrando, olhando fixamente em seus olhos, e ainda a confirmou: - Já cuidei de tudo, e remarquei a consulta para o dia posterior a nossa chegada.

A feição de Edite mudou completamente, seu rosto embranqueceu, sentia suas mãos gelarem, seguido de um suave formigamento, a mesma sensação de quando estamos com medo de alguma coisa. Logo desfocou-se de Perseu encostando sobre a cadeira, e fechando seus olhos seguindo de um leve suspiro, naquele momento Edite não dissera mais nenhuma palavra, Perseu então achou que ela estivesse cansada, por causa da gravidez, e a deixou do mesmo jeito em que ela se encontrava.

Hora de levantar pouso, Edite ainda encontrava-se de olhos fechados, não havia dito nenhuma palavra a Perseu, e já não estava se sentindo muito bem, talvez alguma coisa teria mexido com Edite ao ver Perseu se referir a criança, ou até mesmo, estava nervosa por conta da viagem.

- Tenham uma boa viagem. Foram as únicas palavras que Edite conseguira captar da aeromoça antes do avião decolar.

20 minutos de vôo, e aquelas palavras da aeromoça não estavam sendo concretizadas para Edite, a viagem estava sendo uma das mais conturbadoras, várias turbulências deixava Edite pior do que já estava, ela sentia que a qualquer momento poderia passar mal, e o que fariam a centenas de metros do chão, se Edite viesse a passar mal, e precisasse de cuidados médicos?. Foi aí que Edite começou a achar que aquela viagem poderia não ser uma boa idéia. Em torno de uns 10 minutos haviam se passado, Edite estava esperando o momento certo para levantar-se, e ir ao banheiro, esperou alguns minutos até ter a certeza de que não seria pega de surpresa por uma turbulência, o tempo estava chuvoso e conseguia visualizar de algumas janelas a claridade de alguns relâmpagos que adentravam dentro do avião, o que traziam muitas chances de serem pegos por uma outra turbulência, mas decidiu arriscar, precisava lavar seu rosto, pois estava chegando a seu limite, e o medo de passar mal dentro do avião a deixava apavorada, Perseu encontrava-se descansando e nem percebeu que Edite havia saído do seu lado, até o momento em que acordou com gritos vindo do banheiro, ao olhar para o lado não a viu, foi quando levantou-se imediatamente em direção a uma pequena multidão que já se encontrava na porta do banheiro.

- Edite abra a porta!. Disse Perseu com voz gritante dando alguns murros na porta a punho fechado, enquanto escutava seus gritos.

Edite não abria a porta, foi quando Perseu a esmurrou quase a arrancando do lugar, Edite encontrava-se debruçada a pia, chorando e gritando muito, uma de suas mãos estava postas a torneira e a outra sobre sua barriga, Perseu foi ligeiramente em sua direção a levantando-a, perguntando repentinamente o que havia acontecido, Edite não o respondia, somente gritava e chorava muito, não reclamava de dor, o que deixava Perseu e a todos que estavam ali sem entender.

O destino estava chegando, o piloto já estava ciente de todo o ocorrido, e já havia passado o comunicado a torre, onde a esperavam com uma ambulância.
Próximo ao pouso, Edite estava mais calma, já não chorava e nem gritava, mas o clima de dentro do avião não era a mesma coisa, o vôo havia sido conturbador a todos, muitas turbulências e o ataque de Edite o tornara estressante.

-Você pode me dizer o que aconteceu?. Perseu perguntou a Edite depois de vela mais calma.

- Não foi nada Perseu, você não me entenderia. Disse Edite fixando a poltrona da frente, com a feição bem seria.

- Como não entenderia? Tente me explicar, farei o maior esforço para compreender. Insistiu Perseu.

- Só precisamos voltar amor, faça isso por mim?. Edite disse decidida do que queria.

- Mas você queria tanto conhecer Paris, o que houve?

- Só quero voltar Perseu! Péssima idéia fazermos esta viagem, fui pega de surpresa. Edite ia transparecendo cada vez mais ficar nervosa.

Perseu não conseguia entender, havia planejado uma surpresa que tinha certeza que Edite amaria, não imaginaria que ela ficaria estranha de uma hora para outra, e tentaria acabar com a viagem, Perseu encontrou-se muito decepcionado a ponto de responder:

- Tudo bem Edite! Assim que pousarmos entraremos em um avião de volta. O tom de decepção na voz de Perseu não havia comovido nenhum pouco a Edite.

Efeito do pecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora