Revelação a Edite.

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No quarto de Edite, Célia entrou aos prantos, fazendo com que sua filha tivesse certeza de que algo de errado havia acontecido. Edite levantou-se e foi em direção a mãe que encontrava-se debilitada emocionantemente.

- O que houve mãe? O que aconteceu? - Edite estava assustada.

- Filha! - foram as únicas palavras que saíram da boca de Célia, enquanto a fitava com os olhos cheios de lágrimas.

- Por favor! Conte-me o que houve! Eu posso ajudar. - Edite continuava a insistir. Célia ficou parada, cabisbaixa por alguns segundos.

- Filha, temos que conversar, é melhor que se sente! - Célia a pegou pelos braços e sentou junto a Edite.

- Mãe, a senhora está me assustando, conte-me logo o que aconteceu! - Edite olhava para Célia, enquanto lágrimas eram derramadas sobre seu rosto.

- Filha! Não sei como te contar isso.

- Mãe, conte-me logo!

- Filha, Thomas está morto! - Célia sabia que não poderia guardar mais aquele segredo. Edite ficou parada por alguns segundos, colocou suas mãos sobre sua boca, e resmungou quase sendo imperceptível entender o que dizia.

- Não pode ser mãe! Não pode ser! - Edite não conseguia acreditar no que havia escutado.

- Filha, se acalme! - Célia começava a se arrepender, e a ficar preocupada com o estado de Edite.

- Cade o Perseu! Eu quero falar com ele. - Edite começava a ficar mais nervosa.

- Perseu não poderá vê-la agora. - Célia sabia que teria que revelar mais coisas a Edite.

- Porque não? Onde ele está?

- Filha, Perseu foi preso pela morte de Thomas!

- Não acredito! Eu deveria ter contado tudo desde o início mãe! - Edite estava muito nervosa e começava a se culpar.

Célia tomou a palavra e tentou acalmar Edite.

- Filha, tenho que te contar mais uma coisa.

- O que pode ser pior que isso mãe?

- Perseu não o matou! - Célia estava prestes a revelar a Edite, algo que iria mudar a vida de todos.

- Quem o matou? - Edite já esperava o pior.

- Foi seu pai minha filha! - lágrimas de dor desciam no rosto de Célia. Edite se fez em silêncio por alguns minutos.

- Que pesadelo horrível, me acorde! - Edite iniciou uma crise, batendo com suas duas mãos em seu rosto.

- Filha você tem que se acalmar! Irei chamar o Dr. Gomes. - Célia se distanciou de Edite e saiu do quarto, em poucos minutos, voltou com Dr. Gomes, Edite encontrava-se em prantos, não dizia uma sequer palavra, e aparentava não estar ali.

- Edite, tome isto, você vai se sentir melhor! - O Dr ofereceu-lhe um calmante. Edite pegou o calmante, e o copo com água, deu uma golada e se deitou.

- Em alguns minutos ela dormirá! - disse o Dr a Célia.

- Tudo bem Dr, posso ficar aqui com ela?

- Pode sim, Sente-se aqui! - O Dr acompanhou Célia até uma poltrona que estava ao lado da cama de Edite, e se retirou.

Algumas horas haviam se passado, Célia havia também adormecido, quando acordou com a porta se abrindo, ainda meio sonolenta despertou rapidamente ao ver Perseu entrar.

- Perseu? - Célia levantou-se rapidamente da poltrona, e foi em direção a ele.

- Não fui eu Dona Célia! Eu não o matei! - Perseu estava com os olhos tristonhos, era perceptível que queria dizer mais alguma coisa.

- Eu sei Perseu! - Célia começou a chorar.

- Tenho que lhe contar uma coisa sobre a morte de Thomas. - Perseu demonstrava não estar confortável.

- Já sei que você não o matou, eu sei que foi Reinaldo, meu marido. - Perseu fez uma cara de triste, enquanto olhava Edite, com seu rosto pálido e ainda adormecida.

- Mas e Edite? - Perseu perguntou a Célia, como se quisesse saber se Edite já sabia de toda a história.

- Ela já sabe de tudo, eu mesmo a contei, ela estava querendo muito falar com você.

- Tenho que lhe contar mais uma coisa Dona Edite, Reinaldo se entregou, por isso me libertaram. - Perseu colocou as mãos sobre os ombros de Célia tentando conforta-la

- Fique aqui com Edite Perseu - Célia se distanciou em direção a porta, enquanto Perseu sentava-se na poltrona que havia encontrado Célia quando entrara no quarto.

Por algumas horas, Perseu esperava que Edite acordasse, a ansiedade para ter todas as respostas que precisava aumentava a cada minuto. Foi quando ouviu um suspiro profundo e a voz de Edite o chamar.

- Perseu? - Edite levantou-se delicadamente sobre os travesseiros, permanecendo sentada.

- Edite, por que não me contou? - o tom de voz de Perseu não demonstrava estar bravo.

- Perseu, sei que deve estar zangado por não ter contado sobre Thomas, nós crescemos juntos sim, mas você não entenderia.

- Thomas agora está morto Edite. - Perseu complementou antes que Edite terminasse de falar. Edite se fez em silêncio e lágrimas desceram sobre seu rosto.

- Não foi Thomas quem me violentou Perseu, pelo contrário, ele me ajudou!

- Como assim? - a feição de Perseu mudou completamente.

- Eu estava saindo do banho, quando me deparei com um homem que nunca tinha visto, ele me agarrou e comecei a gritar, quando achei que ninguém fosse me ajudar, Thomas entrou no quarto, foi horrível! - As lágrimas que desciam ao rosto de Edite, demonstravam dor ao relembrar tal fato.

- Agora ele está morto! - Perseu se fez paralisado, achou que Edite o tivesse traído com um homem que a ajudou, por alguns instantes Perseu sentira pena de Thomas.

- Thomas poderia ser o único a ajudar a prender esse monstro, e agora ele se foi, morto pelas mãos de meu próprio pai. - Edite colocou as mãos em seu rosto enquanto soluçava, Perseu a abraçou tentando conforta-la.

- Vai ficar tudo bem meu amor, vai ficar tudo bem! - Perseu a abraçava forte, enquanto as lágrimas de Edite o molhava.

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