A chave.

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Perseu encontrou-se por alguns segundos pensativo, tudo parecia tão real que não passou em nenhum momento que tudo pudesse ser apenas um sonho.

Quando Perseu retomou os sentidos, fitou o Dr Gomes e foi logo perguntando:
- Como ela está Dr?

- Calma Sr Perseu, Edite está bem, porém não será possível darmos alta! Provavelmente ela terá que ficar sobre observação, o estado dela e muito delicado e será melhor assim!

Perseu olhou ao seu lado direito e visualizou os pais de Edite ainda dormindo, quando perguntou em voz baixa para que não fossem acordados.

- Dr, posso vê-la?

- Claro! Não o garanto que possa falar com ela, acabei de vir do quarto em que ela está, e encontrava-se dormindo.

- Tudo bem, Só quero vê-la! - Perseu foi logo se retirando em direção ao quarto.

Ao chegar em frente a porta do quarto em que Edite estava, Perseu sentira um arrepio juntamente com uma sensação de medo, não sabia o que viria a descobrir ao entrar no quarto, Edite contaria quem teria feito? Seria uma boa hora para lhe perguntar, ou iria a fazer piorar no estado em que estava? Perseu realmente estava perdido, não sabia o que pensar, como agir, e nem o que estava sentindo. Ao entrar no quarto, da porta conseguiu visualizar Edite ainda dormindo, aproximou-se com seus olhos inundados e a pegou pela mão, ficou parado olhando-a dormir tranqüilamente, foi quando se aproximou ao rosto de Edite e sussurrou em seu ouvido:

-Me perdoa! Por toda raiva que te fiz passar. - e lhe deu um beijo, permaneceu por alguns minutos e complementou.

- Eu vou cuidar de você!

Edite começou a se mover como quem quisesse acordar, seus olhos ainda estavam fechados, era como se fizesse esforços para abri-los, foi quando Perseu apertou suas mãos e a chamou pelo nome.

- Edite! Estou aqui, irei cuidar de você.

Edite virou o rosto em direção a Perseu, ainda com os olhos fechados e disse.

-Thomas? - abriu os olhos e visualizou Perseu parado em sua frente, retornou a fechar os olhos e adormeceu, como se nem tivesse se dado conta de que havia chamado o marido pelo nome errado. Perseu soltou-se de sua mão, e não conseguia acreditar no que havia saído da boca de Edite, primeiro o sonho que tivera, e agora sendo chamado por Thomas. Perseu encontrou-se cego pela raiva, não poderia permanecer mais nenhum momento naquele hospital, saiu do quarto, onde encontrou Célia e Reinaldo na sala de espera.

- Você falou com ela? Como ela está? - disse Reinaldo indo em sua direção ao ter visualizado.

- Eu já sei quem fez isso com ela, eu vou matar esse desgraçado! - Perseu disse sem ao menos o responder, era perceptível a raiva que Perseu passou a todos que estavam ali presentes, e continuou em direção a saída. Célia, ao escutar, correu em direção a Perseu que encontrava-se quase na porta de saída do hospital, pegou-o pelo braço e perguntou.

- Quem Perseu? Quem fez isso com minha filha?

Perseu a olhou enquanto ela ficava parada esperando por alguma resposta, Perseu encontrava-se cego, deu-lhe um tranco, a fazendo soltar-se de seu braço e a ignorou. O relógio marcava as 7:15 da manhã, no caminho de volta para casa, Perseu se perguntava o que faria se encontra-se Thomas ao chegar, sua raiva era tanta que não se responsabilizaria pelos seus atos, aquela palavra de Edite e o sonho que tivera, mexeu com a cabeça de Perseu, ele estava convicto de que teria sido Thomas que teria a violentado.

Ao chegar em casa, Perseu foi para seu quarto, ao deitar em sua cama foi pego pela angústia, seus pensamentos agora eram voltados para o bebê que Edite esperava.

Efeito do pecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora