A prisão.

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Perseu havia sido levado a delegacia mais próxima, lá o questionaram sobre a morte de Thomas, o delegado Raul Fernandes era amigo de Perseu, o mesmo não podia acreditar que seu velho amigo teria cometido tal crime.

Já no hospital, Célia encontrava-se chocada ao saber que Thomas estaria morto, Reinaldo não demonstrava sentir nenhum sinal de sentimento, mas o estado inconformado de Célia em ver que Perseu havia sido levado por policiais, acusado de ser o assassino de Thomas, mexia com ele.

- Você precisa ir ver o que aconteceu Reinaldo - Célia o dirigiu a palavra.

- Eu não posso! Como você viu Célia, Perseu o matou.

- Como pode ser tão frio Reinaldo? Pense na sua filha, como acha que ela vai reagir quando souber que o pai do filho que ela espera está preso?

- Nós nem sabemos se esse filho é de Perseu! - Reinaldo a cortou em tom firme, a fazendo ficar em silêncio.

- Como pode dizer uma coisa dessas? - Célia encontrava-se indignada.

- Você sabe pelo que a nossa filha passou Célia! - Reinaldo em tom mais calmo, tentava desfazer o comentário que havia feito.

Célia não disse sequer uma palavra, seguiu em direção a uma das cadeiras que havia desocupadas, e sentou-se. Logo em seguida chegou o Dr. Gomes anunciando o despertar de Edite, se aproximou de Reinaldo e pediu-lhe que ligasse para Perseu, pois Edite queria vê-lo, Reinaldo colocou as mãos sobre a cabeça e começou a dar pequenos passos de um lado para o outro. Célia que não se encontrava muito distante, levantou-se e explicou para o Dr o que havia acontecido.

- Peço-lhe que entre e fique um pouco com sua filha, mas em hipótese nenhuma diga a ela o que aconteceu com Perseu!

- Tudo bem Dr. Gomes! Não direi nada! - Célia concordou sem hesitar, a notícia poderia acarretar outra crise em Edite.

Na delegacia, o delegado Raul, mandou chamar Perseu em uma sala reservada afim de coletar mais informações sobre a morte de Thomas.

- Perseu conte-me o que houve, porque você fez isso?

Perseu colocou suas mãos algemadas sobre a mesa e inclinou seu corpo dizendo.

- Eu não fiz nada, eu adoraria ter acabado com esse desgraçado com minhas próprias mãos, mas chegaram na minha frente.

- Perseu, nós somos amigos, não diga uma coisa dessas, eu posso te manter aqui.

- Olha! Estou te dizendo, eu não fui o responsável pela morte desse rapaz!

- Tudo bem Perseu, vamos esperar os resultados da perícia, mas teremos que segura-lo aqui!

Perseu encontrou-se em silêncio, fitou-o por alguns segundos, e levantou-se indo em direção a porta onde um guarda já o esperava.

No hospital, Célia e Reinaldo entram no quarto de Edite, que logo lhes lançou um sorriso quando viu seus pais.

- Onde está Perseu? - Edite foi logo perguntando, Célia e Reinaldo se olharam.

- Calma minha filha, Perseu ainda não chegou, assim que chegar direi que quer vê-lo! - Célia tomou a palavra passando as mãos carinhosamente no rosto da filha.

- Tenho algo de muito importante para dizer a Perseu mãe!

- O que é Edite? Quer contar-lhe que Thomas foi quem fez isso com você? Já é tarde, ele já está sabendo! - Reinaldo tomou a frente, deixando Célia e Edite espantadas.

- Nãooo...! Não foi Thomas quem fez isso comigo pai, ao contrário, ele escutou meus gritos e foi me ajudar, tenho que contar a Perseu! - Edite encontrou-se nervosa, tirou o lençol que a cobria e tentou se levantar.

- Não minha filha, Deite-se! - Célia colocou as mãos em seus ombros a levando de volta a cama, antes mesmo de se levantar.

- Não pode ser! - Reinaldo colocou as mãos sobre a cabeça e a fitou.

- O que não pode ser? O que aconteceu? - Edite sentiu que algo de errado havia acontecido pelo tom de voz de seu pai.

- Nada minha filha, descanse, seu pai está nervoso, precisa de ar fresco - Célia se distanciou da filha, pegou no braço de Reinaldo e saiu lentamente para fora do quarto.

- Mas o que houve Reinaldo? Não escutou o Dr?

- Não pode ser, você não escutou nossa filha? Não foi Thomas, e agora ele está morto! - Reinaldo estava pálido, suas mãos estavam tremulas.

- Eu sei! Está sendo difícil para mim também, mas vamos ter que apoiar nossa filha, ela precisa de nós.

- Mas e Perseu? - Reinaldo a perguntou e se fez em silêncio.

- Ele tirou uma vida Reinaldo, isto é errado, ele vai ter que pagar o erro que cometeu, não sabemos do que ele é capaz, vai ser melhor ele ficar longe de Edite e do bebê. - Célia tentava se conformar, tentando buscar uma solução para esquecer tudo o que havia passado.

- Célia! Eu preciso te contar uma coisa, eu fui o culpado pela morte de Thomas. - Reinaldo a fitou com um olhar de arrependimento.

- Reinaldo a culpa não foi sua! Eu poderia ter dito a Perseu que Thomas e Edite se conheciam, ele iria saber de alguma forma, e não poderíamos evitar tudo isso.

- Célia, não é disso que eu estou falando, não foi Perseu... não foi ele!

- Do que você está falando? - Célia se fez surpresa.

- Eu matei Thomas! - Reinaldo derramava em seus olhos, lágrimas de arrependimento.

- Reinaldo! Você está ficando louco? Veja o que está falando! - Célia estava nervosa, seu mundo desabara naquele momento.

- Eu fui atrás dele, eu o matei!

- Você é um louco, se afaste de mim! - Célia afastava-se de Reinaldo, indo em direção ao quarto de Edite, Reinaldo ficou parado vendo-a se distanciar.

Efeito do pecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora