A grande verdade.

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Enfim, todas as respostas haviam aparecido a Perseu de forma clara, dentro daquela caixa haviam várias e várias cartas de Thomás para Edite.

Perseu não conseguia acreditar em tudo que estava lendo, juras de amor e até mesmo lembranças de acontecimentos enquanto ele estava fora de casa a trabalho.

- Como pode existir uma pessoa desse nível? - Perseu se pegou pensativo, a raiva era tanta que não conseguia derramar lágrimas de seus olhos, e no piscar de olhos, ajuntou todas as cartas e lembranças daquela traição, colou-as todas dentro da caixa e saiu com a caixa em suas mãos.

Ao descer as escadas, recebeu um telefonema vindo do hospital, o chamado era referente ao estado grave de Edite e seu bebê, ainda ao telefone se aproximou de Célia, onde logo ao vê-lo já foi perguntando o que havia acontecido a Edite.  Meio minuto havia se passado enquanto Célia ainda o fitava com os olhos em busca de alguma informação.

-Dona Célia, Edite piorou!

- Mas o que houve Perseu? O estado dela é grave?

- Então Dona Célia, não me deram muitos detalhes, vamos ao hospital vê-la.

Célia estava começando a ficar nervosa, virou-se rapidamente e pegou sua bolsa em cima da mesinha que havia ao lado da poltrona em que estava.

- Vamos Perseu! Vamos! - enquanto ainda colocava a bolsa em um de seus ombros, saiu em direção à porta deixando Perseu ainda na sala. Alguns minutos depois, Célia avistou Perseu saindo de casa, onde esperava ansiosamente ao lado passageiro do carro, e com ele ainda estava aquela caixa preta, onde Célia começou a achar estranho o comportamento calmo de Perseu.

Ao entrar no carro, Célia o perguntou.

-Perseu, está acontecendo algo?

Perseu simplesmente a olhou em seus olhos e lhe disse.

- Não se preocupe Dona Célia, está tudo bem!

Célia não se tranquilizou, percebeu que no rosto fechado e voz firme de Perseu algo estaria errado. Ao longo do caminho, Célia não se tranquilizava em ver aquela caixa preta ao colo de Perseu mesmo ele estando dirigindo e resolveu quebrar o silêncio.

- O que há nesta caixa Perseu?

Perseu respirou fundo ainda olhando em direção reta, e ficou em silêncio por alguns instantes, não poderia ele contar tudo o que havia descoberto, primeiramente queria falar com Edite e tirar toda esta história a limpo.

- Não se preocupe Dona Célia, não é nada de mais! - Célia sentiu que no tom de voz de Perseu o mesmo não queria conversar, então decidiu o respeitar.

Ao chegar no hospital, Célia abriu a porta do carro e saiu em disparada a entrada do hospital, Perseu ainda permanecia no carro, e era claro que não queria estar naquele lugar neste momento, logo em seguida encontrando Célia conversando com o Dr. Gomes aos prantos em frente à recepção, Perseu sentiu-se uma frieza em seu corpo.

- O que houve? - Perseu foi-se perguntando ao Dr.

- Edite está na sala de parto, o estado dela piorou e vamos ter que fazer o parto se quisermos salvar ela e o bebê - disse o Dr. Gomes colocando uma de suas mãos aos ombros de Perseu.

Perseu não sabia como reagir, naquele momento a única coisa que sentia era raiva de Edite, por algum instante passou pela sua cabeça que seria muito melhor se ela não se salvasse.

- Tudo bem Dr. - foram as únicas palavras que saíram da boca de Perseu, e seguiu a sala de espera, seus pensamentos estavam a milhão, muitas coisas passavam em sua mente, chegou até a se conformar em perder Edite na sala de parto, mas não sabia qual castigo seria pior, perdê-la por pagar pelos seus erros, ou fazê-la conviver com a culpa de ter errado,  de ter traído o marido que fazia de tudo por ela, e que a amava loucamente, por uma diversão? Um momento? Qual era o grau de relação que os dois tinham? A quanto tempo eles estavam tendo um caso? Somente Edite teria essas respostas, e mesmo com a certeza das cartas que havia mesmo uma traição naquela história, Perseu precisava de mais respostas.

Efeito do pecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora