O passado

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Reinaldo voltava ao hospital, finalmente teria descoberto quem teria a coragem de fazer aquilo com sua filha, seus olhos cheio de lágrimas as vezes ofuscava sua visão, tornando difícil continuar dirigindo, parou o carro no acostamento, se debruçou em frente ao volante, e permaneceu por alguns minutos.
Passada algumas horas, Célia avistou Reinaldo entrar no hospital, foi em direção a ele e perguntou:

- Porque a demora? Como foi a conversa com Perseu? Descobriu alguma coisa?

- Temos que conversar amor! - Reinaldo estava estranho, demonstrava a Célia algo de muito ruim ter acontecido.

- Me conte logo! O que aconteceu? - Célia estava nervosa.

- Perseu disse que Thomas fez isso com nossa filha! - o tom de voz de Reinaldo saira tremido, demonstrava o sentimento de dor.

- Não pode ser! - Célia encontrava-se inconformada, provavelmente os pais de Edite conheciam Thomas.

- Aquele desgraçado! - Reinaldo a abraçou tentando deixa-la mais calma. Célia olhou em seu rosto e continuava afirmando:

- Não pode ser! Perseu só pode estar enganado, eles cresceram juntos, como ele pode fazer isso com ela?

- A culpa foi minha! Eu que provoquei isso! - Reinaldo a dizia enquanto a fitava com um olhar de culpa.

- Você não provocou isso! Você só queria protege-la. - Célia passou as mãos no rosto de Reinaldo, enxugando as lágrimas que desciam.

- Ele parecia um bom rapaz, não o teria mandado ir buscar emprego na fazenda de Perseu se soubesse que isso iria acontecer. - o estado deprimente de Reinaldo era perceptível.

A conversa foi interrompida ao avistarem Perseu entrar no hospital, Célia e Reinaldo ficaram em silêncio enquanto Perseu se aproximava.

- Alguma notícia sobre Edite? - Perseu perguntou. Célia balançou a cabeça negativamente.

- Perseu! Você tem certeza? - Célia dirigiu-lhe a palavra.

- Certeza do que? - Perseu já desconfiava que Reinaldo a tivesse contado.

- De que foi Thomas! - Célia foi logo ao assunto.

Perseu sentiu no tom de Célia como quem já o conheceste.

- Vocês o conhecem? - Perseu dirigiu-lhe a pergunta demonstrando estar surpreendido.

Reinaldo que não havia dito nada desde a hora que vira Perseu entrar no hospital tomou a palavra.

- Sim! Thomas e Edite cresceram juntos, aquele desgraçado.

Perseu não acreditava em tudo que pudesse estar acontecendo, quando acabaria todo aquele pesadelo? Quando achava que não poderia ficar pior, alguma coisa demonstrava que ele estava errado. Perseu sentira-se traído pela esposa, como ela poderia ter escondido isso dele, trazendo para casa dele um inimigo conhecido.

- Não posso acreditar que Edite tenha feito isto comigo! - Perseu estava frustrado.

- A culpa não é de Edite! - Célia o disse pegando em seu ombro. - Também estamos sofrendo com tudo isso, mas a culpa não foi dela.

- Como ela pode me esconder isso? Que cresceram juntos, e que um inimigo trabalhava para mim, e o pior é que ela o conhecia. - Perseu se sentira traído por todos, a sensação de não poder confiar em mais ninguém o tomou conta.

- Eu o mandei! - Reinaldo tomou a frente.

- Como assim você o mandou? - Perseu o olhou ligeiramente.

- Não tínhamos notícias de nossa filha desde que havia se casado, achei que Thomas fosse de confiança já que haviam crescidos juntos. - Reinaldo foi interrompido por Perseu.

- Então o mandou para minha casa? Você fez isso com sua filha seu desgraçado! - Perseu estava furioso, dirigia a palavra a Reinaldo chamando a atenção aos berros.

- Calma Perseu! - Célia o segurava, tentando evitar com que Perseu fosse para cima de Reinaldo.

- Como poderia ficar calmo? - Perseu retrucou a Célia.

- Fique calmo, por favor! - Célia o olhou dentro de seus olhos, o segurando pelos braços, fazendo com que Perseu de alguma forma se acalma-se.

Foi quando então Célia avistou indo em direção a recepção dois policiais, com eles estava uma moça que apontava o dedo em direção a ela, Perseu e Reinaldo, fazendo com que os policiais fossem em sua direção.

- Perseu? - disse um dos policiais ao se aproximarem.

- Pois não? - Perseu o respondeu.

- O senhor está preso pelo assassinato de Thomas Smith. - disse o policial segurando e colocando as algemas em Perseu.

- Como assim estou sendo preso? - falava enquanto se esforçava para não ter que colocar as algemas.

- O senhor tem o direito de permanecer calad... - antes mesmo de terminarem a frase Célia se pôs a frente.

- O que aconteceu? Como assim? Perseu você matou Thomas?

- Eu não o matei, houve um engano! - Perseu a respondeu enquanto era levado pelos policiais em direção a saída, onde havia uma viatura o esperado. Célia abraçou Reinaldo ao prantos enquanto dizia:

- Até quando Reinaldo? Até quando? Quando irá acabar todo esse pesadelo! - Reinaldo a olhou fundo nos olhos e não disse uma sequer palavra.

Uma vida havia sido tirada, como tudo havia acontecido? Seria Perseu o causador de tudo isso? Como Edite reagiria ao saber que Thomas agora estaria morto?. A cada dia o tormento que acompanhava aquela família ganhava mais força.

Efeito do pecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora