A verdade.

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Chegando em casa, Edite fora para seu quarto, enquanto Perseu esperava para falar com Thomas.

- Temos que conversar Thomas!. Disse Perseu ao ver Edite se distanciando.

- Claro senhor! Pode falar. Thomas disse pronto para responder qualquer pergunta.

- Percebo que se tornou muito amigo de minha esposa, estou certo?

- Sim senhor, Edite és uma mulher adorável, ela nos tratou muito bem.

Perseu não poderia perder a cabeça, não suportava escutar outro homem elogiar sua mulher, e ainda mais um elogio de Thomas, o qual não havia lhe passado uma boa visão desde o primeiro momento em que o viu. Perseu guardara muito rancor desde que voltou de sua última viagem, Edite não era mais a mesma, Thomas havia aparecido na vida do casal, os problemas de saúde de Edite os deixava aflito, e muitas dúvidas apareciam do nada quando simplesmente as coisas iam começando a entrar nos eixos.

Ao chegar em seu quarto, Edite parecia estar fadigada, onde se pegou pensando:

- O que Perseu pensava? Por qual motivo não havia me dito que iríamos viajar? Teria me organizado melhor e nada disto teria acontecido.

Apesar dos fatos, Edite estava triste em acabar com seus sonhos de conhecer Paris, talvez nunca mais poderá ter outra oportunidade dessas, pois logo pensou que Perseu nunca mais a levaria depois do que aconteceu.

Enquanto Perseu ainda continuava a tirar algumas faíscas de Thomas, para que pudesse tirar algumas conclusões.

Thomas era muito direto em suas respostas, e um homem de poucas palavras, o que deixava Perseu ainda mais confuso, o fazendo perceber que espremer Thomas com perguntas não o levaria a nada, pois nada sairia dali, mais logo se pegou pensando que se surpreende-se Edite, poderia conseguir alguma coisa. Edite encontrava-se cansada psicologicamente, talvez Perseu conseguirá arrancar alguma coisa dela, seja lá o que ele quisesse saber, mas entre a noite anterior até o presente momento havia sido cansativo para Perseu também, onde encontrava-se cansado, por este motivo decidiu ir descansar e deixar as perguntas para depois, mais uma coisa não saia da cabeça de Perseu, a possibilidade de Edite ter o traído. A sensação que Perseu sentia era das mais angustiantes, estava cercado pelas dúvidas, pela impaciência, tinha medo de perdê-la, e não suportaria saber de uma traição.
Já era final de noite a hora que Edite se levantou, Perseu havia somente tirado um cochilo, não ao lado de sua amada, e sim na varanda de casa, suspenso por uma rede.

***
A dúvida e uma doença devastadora na relação de um casal, destrói tudo o que há por dentro, confunde todos os sentimentos, confunde sua cabeça de uma tal forma que não é possível diferenciar o que sente
***

Edite se aproximou de Perseu, e o chamou:

- Perseu?

Logo abriu os olhos, ao escutar o som da voz de Edite.

- Sim Edite!

- Levante-se, está frio aqui fora!

- Bom pra esfriar a cabeça!. Perseu logo a respondeu quase a interrompendo, e voltou a fechar os olhos.

Edite encontrou-se surpresa, mais uma vez Perseu estava com algo o incomodando, não hesitou em se distanciar do marido que estava quase congelando naquele final de noite, ao entrar conseguiu perceber drasticamente a diferença de temperatura do ambiente, uma vontade imensa a atingiu querendo fazer-la voltar e suplicar a Perseu que entrasse, porém não fora o suficiente para que a fizesse mudar de idéia, e o deixou como era sua vontade, foi em direção a cozinha, pegou uma pequena jarra com água e a colocou para fever, fazer um café o tornaria mais aquecido, e poderia o trazer de volta para dentro de casa. Alguns minutos haviam se passado, Edite pegou duas xícaras de café sobre uma bandeja e foi em direção a porta dos fundos, sobre a brecha das cortinas, Edite conseguia visualizar-lo deitado ainda imóvel, colocou a bandeja sobre a mesa e abriu a porta para que pudesse passar, sentira de imediato um vento gelado passar pela brecha antes mesmo de abrir por completo a porta, foi quando se apressou pegando a bandeja novamente e indo em direção a Perseu, ao se aproximar lá estava ele, imóvel, com os olhos vidrados olhando pro nada, era perceptível ver no olhar de Edite um sentimento de pena, ficou em silêncio o olhando, a fazendo perceber que Perseu nem teria notado a sua presença, logo quebrou o silêncio o chamando pelo nome, o que o fez voltar do lugar em que estava.

Efeito do pecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora