CAPÍTULO 3

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            O que é isso que eu tô sentindo? Por que meu coração bate tão acelerado? O seu cheiro. Sua respiração. Seu coração batendo em sincronia ao meu... A única coisa que importa é sentir a boca dele na minha. Que misto de sentimentos! Que segurança. Que intenso!

            Desde que seus lábios encostaram no meu, parece que o tempo parou. Nada mais importa, eu já tinha esquecido de tudo. Só havia nós naquele parque. Só havia nós no mundo.

            Até aquele instante. Lucas para, e olha através de mim.

            — MEU DEUS! MEU DEUS! MEU DEUS! EU NÃO ACREDITO. PUTA QUE PARIU!!! - Valentina começa a gritar desesperadamente.

            — A GENTE CONSEGUIU!!! - grita Juliano.

            Valentina não parava de gritar. Eu coloquei as minhas mãos em meu rosto, com vergonha. Lucas se afastou e ria sem graça.

            Depois de um tempo, parei para pensar. É impressão minha ou ele estava distante? Sei lá, parecia que ele estava me evitando no decorrer do dia. Será que eu beijei mal? Será que ele se arrependeu? Ai meu Deus, eu estraguei uma amizade. Mas foi ele que pediu pra me beijar. AAAA chega de paranóias.

"AMIGAAAAAAAA" - eu mando mensagem para Eloisa quando chego em casa com eles.

"Oq rolou?"

"Eu beijei, eu beijei ele AAAAAAAAA"

"MENTIRAAAAA, ME CONTA TUDO AGORA"

"Amg, dps eu te conto. Ele ainda tá aqui"

"Ah ok"

"Ai, mas eu queria tanto beijar ele de novo"

"Peraí"

            Não demorou muito, e Lucas me mostrou a tela do seu celular. Havia uma notificação. Era uma mensagem de Eloisa. "Eu acho q ele quer te beijar de novo em". Hahaha, filha da puta. Amo o jeito que meus amigos fazem de tudo pra me ver bem. Dei uma risadinha sem graça.

            Apresentei Lucas para minha mãe como meu amigo. Aparentemente ela gostou muito dele. Eles conversaram. Os 4 conversaram entre si. Na minha cabeça só conseguia relembrar o gosto de sua boca. O quanto eu me senti bem e conectado quando estamos juntos. E o quanto ele é gos...

            — Filho... filho...

            — Ah... oi mãe.

            — Tá tudo bem? Você tá estranho...

            — Nada não mãe... Só coisas da escola... - tentei disfarçar.

            — É tia, relaxa. Muita coisa nesse começo de bimestre. Cê sabe... - disse Juliano tentando dar uma amenizada;

            — Entendi... Bom, vou deixar vocês curtirem aí sozinhos. Vou lá pra cima.

            Ela subiu.

            Do nada, só sinto a mão de Valentina me puxando pra cozinha.

            — Amigo, você não sabe disfarçar nada. Tua mãe percebeu você com essa cara de apaixonado.

            — Sério?... Que apaixonado Valentina, tá na nóia?

            — Não é o que a sua cara diz.

            — É que foi bom, só isso...

            — Tá bom. Então disfarça essa cara. Você tá assustando ele.

O Garoto de ÓculosOnde histórias criam vida. Descubra agora