CAPÍTULO 8

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            Não sei o que me espera em mais um dia. Há acontecendo tantas coisas que eu não to tendo mais tempo nem de respirar. Tem vezes que acho que vou morrer de crise de ansiedade. Tem vezes que a ansiedade me dá sensação de morte. Jurei que esse iria ser o meu melhor ano. E na verdade, está sendo o mais complicado.

            Lucas passou em casa para irmos juntos à escola.

            — Bom dia lindo!

            — Bom dia a... amado.

            AMADO? Meu Deus! Eu quase o chamei de AMOR. Me desesperei.

            — HAHAHA... Ei, relaxa. A gente vai achar quem é o filho da puta que tá fazendo isso com a gente.

            — Tá bem...

            — Então vamos?

            — Tá esquecendo de nada não senhor Lucas?

            — Ah é.

            Ele me encostou na parede e me deu um beijo. Um daqueles seus beijos. Gostosos, quentes, e cheios de sentimentos.

            — Agora sim, vamos. - ele disse com aquele olhar que me derretia.

            Chegamos na escola com todos aqueles olhares de "eles estão juntos?". A vontade era de gritar pro mundo que sim, estamos nos amando, e aproveitando cada momento. Apesar de não nos rotularmos. Uma parte de mim acha isso legal, outra parte liga muito pro rótulo...

            — GENTEEE, AINDA BEM QUE VOCÊS CHEGARAM. - era Valentina que vinha correndo.

            — Que foi amiga? - disse eu.

            — Eu analisei a mensagem, e ela foi mandada de um samsung. E também a pessoa tinha escrito dele com só duas letras: D e L. - disse ela se referindo a ameaça.

            — Tá e daí? - Lucas estava confuso assim como eu.

            — Eu também analisei os contatos de Lucas. E só um que vocês têm em comum bate. É a única pessoa que tem samsung, e que escreve "dele" desse jeito.

            — Desembucha Valentina, porra!

            — Então... é o Bruno.

            Agora toda essa porra faz sentido. Ele descobriu que eu tinha me envolvido com o Lucas, e por Lucas não querer nada com ele, ele ficou puto... O dia no intervalo também. Ele me questionou, e no outro dia a escola toda estava com o vídeo. Um ódio que nunca tinha aparecido, surgiu em mim.

            Saio correndo que nem um louco.

            — PIETRO, AONDE VOCÊ VAI? - Valentina e Lucas correm atrás de mim como o flash.

            A porta da sala de Bruno está aberta, o professor de sociologia acabou de entrar nela. Não me importo com ninguém. Eu sou a flecha, e meu alvo é o Bruno. Vou até ele, e te dou um soco muito forte. Ele cai no chão.

            — QUE MERDA É ESSA PIETRO???

            — ISSO É PRA VOCÊ APRENDER A NÃO SER UM FILHO DA PUTA DE MERDA!!!

            — OS DOIS NA BIBLIOTECA, AGORA! - grita o professor.

            Se ele dedurar pra direção, eu tô fudido. 

            — Alguém pode me explicar o que foi aquilo ali na sala?

            Eu explico pro professor tudo o que havia acontecido. Bruno só fica calado.

O Garoto de ÓculosOnde histórias criam vida. Descubra agora