Capítulo 19

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Mariah:

Manu e Ben saíram correndo. Eu queria fazer isso também. Mas senti tão forte dentro de mim que George se sentia sozinho e perdido naquele momento. Só fiz o abraçar e ele chorou abraçado a mim.

E por incrível que pareça, me senti acolhida em seu abraço também. Como se fosse meu pai, mas meu pai nunca faria isso.
Me permiti chorar ali.

George: Obrigado por tudo, minha filha! A Rute vai amar saber que você deu tanto suporte a nós, ela ama você. - ele diz após nos soltarmos do abraço

Mariah: É, eu também a amo. Ela tem esse dom, né?

George: De fazer as pessoas a amarem fácil? - assinto - Você não imagina o quanto. - sorrio - Irei procurar meus filhos, acho que eles precisam de mim tanto quanto preciso deles.

Mariah: Tenho certeza que sim! - Ele vai se afastando - Ei George - ele me olha - Ela vai ficar bem. Rute é uma mulher incrívelmente forte.

George: Ela é. com certeza! - Ele sai para um lado do hospital e eu saio para o outro.

Fico na recepção esperando um uber que eu chamei e vejo Jordan entrando desesperado no hospital, ele nem me nota ali. Imagino que esteja a procura de Manu. Vai fazer bem a ela ter ele por perto.

Meu uber chega e eu entro no carro. Me permito chorar mais um pouco durante a pequena viajem até meu prédio e aproveito para mandar uma mensagem para Benjamin.

Mensagem: Ei Ben! Estou indo para casa, creio que deseja ficar agora com a sua família. Se precisar de mim, estou a disposição de vocês.
Acredite, as coisas vão melhorar! Fica bem. 🤍
Beijo!

Chego finalmente em casa e me jogo em cima do sofá. Me dou o luxo de nem retirar as botas dos pés. Estou muito cansada para isso.
Mas, passei o dia no hospital e preciso tomar um banho.

Me assusto ao ver que já são quase 01 da manhã. Eu preciso mesmo de um banho e cama.

Tomo um longo banho e deito na minha cama de cabelo molhado mesmo. Sei que irei me arrepender amargamente por isso de manhã, mas eu não tenho a mínima condição de o secar agora.

Em poucos minutos, eu apago.

[...]

Acordo com o meu celular tocando e vejo que é o despertador me chamando para mais um dia.
Levanto da cama e percebo que infelizmente tudo aquilo não foi um pesadelo. É real. O câncer ainda é real...

Mas, as coisas precisam andar. Rute vai ficar brava se souber que eu deixei de fazer as coisas por conta dessa situação. Vou fazer tudo porque tenho certeza que essa é a vontade dela.

Tomo um banho e lavo meu cabelo com mais calma. E como eu dormi com ele molhado, ele estava com um cheiro meio esquisito. Lavei para garantir, né?!

Sequei o cabelo e não passei nada de maquiagem no rosto, só um protetor solar. Coloquei uma roupa bem quentinha, o dia está bem nublado hoje. Um dia desanimador por aqui.
Também coloquei um óculos de sol só para disfarçar minha cara de derrota, peguei minha mochila e sai de casa.

Passei em uma cafeteira que abriu do lado do meu prédio e comprei um café e um croissant também.

Coloquei meus fones e comecei a andar com a sacola do café em mãos.

Depois de poucos minutos andando, paro em frente a floricultura e respiro fundo.
Ontem, depois que a ambulância chegou e os paramédicos colocavam Rute dentro do automóvel, eu tranquei a porta da frente e fiquei com a chave. Sabia que teria de vir trabalhar hoje. Querendo ou não.

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