"Akutagawa, se você continuar lento assim eu não vou poder te levar comigo numa próxima vez!" — Dazai repreendia a lerdeza de seu subordinado enquanto guiava a fuga pela construção desmoronando, apenas mais um trabalho comum para a elite da máfia e seus subordinados.
"Eu sinto muito, senhor" — Akutagawa responde, corria ofegante tentando acompanhar os passos de Dazai, quem não tinha dificuldade em arrombar as portas em seu caminho até a escadaria.
"É PRA HOJE?!" — Chuuya gritava, alguns lances de escada acima deles e ajudando seus subordinados a chegar no térreo.
Dazai e Chuuya, candidatos a executivos. Mori enviava seus melhores subordinados justamente para esse tipo de serviço perigoso para determinar a diferença de nível entre os dois e ver quem receberia a vaga. Para o azar de Mori, eles faziam esse tipo de trabalho juntos. Era uma missão de infiltração em um prédio de uma organização rival na cidade vizinha, supostamente deveria ser apenas uma corrida de quem recuperaria uma informação primeiro. Logo a missão se revelou uma infiltração de nível alto e com grande risco, mas isso não desanimou os mais jovens para a corrida. Um prédio com pouco mais de 150m agora estava em chamas e explodia aos poucos, a corrida acabou, eles precisavam sair vivos com o menor número de perdas agora.
"Senhor Dazai!" — Akutagawa avança em Dazai e consegue utilizar de sua habilidade para proteger ambos de um destroço do andar superior.
"Falei que você conseguia usar como uma armadura!" — Dazai dá tapinhas na cabeça de Akutagawa e grita para o andar de cima — "Chaveirinho, você tem UM TRABALHO!"
"Cala a boca, Dazai! Eu tenho muita coisa pra lidar aqui!"
"Se o teto tá caindo, é porque você não tá lidando bem o bastante!" — Dazai grita de volta e continua mandando seus subordinados subirem, Akutagawa permanecia fielmente ao seu lado enquanto o chão tremia sob ambos e Dazai começa a empurrar o mais jovem escada a cima — "Sobe, vai vai!"
Subindo apressadamente enquanto tudo desmoronava atrás de si era empolgante e eles estavam tão alto. Não pareceria nada além de um acidente infeliz. Com isso em mente Dazai dá um passo errado de propósito, o instinto de sobrevivência acaba o fazendo agarrar no corrimão e ele não pôde deixar de rir, soltando para fazer mais uma vez.
"Desaprendeu a andar, estúpido? Anda logo!" — Chuuya tinha descido para ver a razão da demora, Akutagawa já tinha passado direto conforme foi ordenado. Chuuya percebe o olhar de Dazai, conhecia aquela expressão. Ele agarra o pulso de Osamu com força e começa ao puxar escada acima. O moreno não resiste, mas não diz uma palavra, não precisava, Chuuya entendia apenas o olhando e prometeu silenciosamente algo que somente Dazai entenderia.
— Sabe, da última vez que jogamos, você disse sobre como os humanos são pecadores sujos, você realmente acha que isso é ruim? — Dazai questiona Fyodor ao notar que o russo entrou na sala — O quão ruim seria isso?
— Bem, você disse que não há mal nisso, mas eu tenho a obrigação de impor o castigo ao crime de deixar as terras puras que deus limpou tão imundas. — Fyodor responde dando de ombros e muda de assunto — Então, já jogamos todos os jogos existentes que nos interessam, acho que o único que resta descobrirmos o resultado é o que você não terá a chance de assistir.
— Você fica defendendo que um "deus" morreu por todos para livrar os pecados do mundo, mas você está errado, por vários pontos lógicos.
— Você realmente tem algum?
— Bem, ele falhou em recolher todos os pecado, um ficou para trás e ele habita no meu corpo. — Dazai sorri desafiando Fyodor, quem avança contra Dazai, que continua falando sem medo — Não que eu acredite muito nesse tipo de coisa, é triste imaginar que até o metafísico me abandonou...
— Você realmente não sabe como se portar em nenhuma situação, huh? — Fyodor ri e brinca com o punhal — Mesmo preso e perante a alguém que se tornará deus. Já está criticando minhas referências mas não tem nada melhor, bem irritante. Se quisesse só falar, poderia ter pensado em um tópico que não vai te trazer dor.
— Eu não tenho mais noção de tempo, mas sinto que sua paciência tá encolhendo. — Dazai ri, sem medo, porém internamente ele fazia uma prece silenciosa. Tinha um "deus" que ele esperava que não o abandonasse, ainda não.
×
— Senhor Chuuya! — Atsushi balançava um livro e atravessava a Agência, indo até a mesa de Dazai (qual Chuuya havia tomado posse no seu tempo lá) — Realmente tinha uma página diferente no sumário do livro "pôr do sol"! Eu achei o livro original da página, os dois estão aqui!
— Dazai de merda. — Chuuya ri em comemoração. No fim, Dazai já tinha antecipado aquele cenário, Chuuya junto a agência de detetives procurando por ele. Chuuya ainda sim sentia um pouco de ciúmes, Dazai tinha a família nova inteira se esforçando por ele e ele tinha essa confiança de que eles iriam atrás de Chuuya apesar de o odiarem. Dazai confiava que os novos companheiros priorizariam ele e não os próprios princípios. Chuuya tenta focar sua mente na tarefa, reclamaria por ciúmes para o próprio Dazai depois.
A primeira vista os livros pareciam não ter relação, sendo apenas livros comuns com uma capa diferente da versão padrão, mas os títulos juntos formavam um anagrama para a palavra "diferente" e isso já era o bastante para Chuuya criar alguma esperança de que Dazai estava se esforçando para ser salvo e Chuuya estava lendo a situação da forma correta. O ruivo então se pôs a folhear o livro e viu Kanjis marcados, mas sua mensagem era incompleta.
— Ainda não fazem sentido… — Chuuya resmunga, Atsushi ao seu lado tentava reorganizar os Kanjis em uma folha de papel. Na última página de um dos livros tinha um desenho que Dazai fez com uma careta e isso vira uma alavanca na cabeça de Chuuya — Que miserável!
Chuuya procura pelo bilhete que Dazai mandou: "de novo não" e um desenho. No desenho, mais especificamente no cabelo, as linhas formavam os kanji que completavam as que faltavam dos marcados, formando uma mensagem completa.
— Já temos uma localização. — Chuuya declara.
— E quanto aos outros papéis? Vai realmente só ignorar? — Yosano questiona.
— Não são do Dazai, é pra despistar ou pior, vocês já deviam ter me ouvido e queimado isso.
— Como você tem certeza?
— Eu conheço meu parceiro. — Chuuya diz com confiança quanto aquilo.
— Mas e quanto ao envelope com sangue? Aquilo parecia bem real.
— Porque provavelmente é. Se ele ainda está vivo depois de tanto tempo, a última coisa que se deve esperar é ver ele bem. — Chuuya fala da forma mais suave possível o que esperava daquela situação. Logo a semana iria virar e o 4° dia da 4° semana provavelmente será o último momento possível para eles concluírem a missão de resgate, segundo o que Dazai previu.
— Temos orientação de Dazai, mensagens e talvez mais quando Katai conseguir desbloquear o celular dele. — Kunikida se pronuncia — Logo isso tudo não vai passar de uma história e a Agência vai voltar ao normal. Aquele estúpido não precisava ter feito tanta cena, era só ter contado para gente desde o início o que ele pretendia evitar…
— Você acha que a gente teria deixado ele ir, Kunikida, ou teria mantido distância o bastante sem atrapalhar o que ele planejava? — Yosano pontua — Dazai sacrificou algumas coisas para termos a chance de evitar um mal pior, ao menos, segundo tudo que ouvi desse Fyodor e desse plano dele com "A página".
— O senhor Dazai também deixou uma mensagem na máfia. — Kyouka retorna, logo reportando o que descobriu — Akutagawa saiu sem explicar nada, mas quando eu cheguei ele me só disse que deveria ir naquele momento e saiu. Eu segui ele por alguns quarteirões e ele finalmente disse: "Ordens do senhor Dazai".
— O miserável do Dazai realmente está mobilizando todo mundo para isso, huh?
— No fim, isso é só uma desculpa para ter você e o Akutagawa na agência para que ele não sinta culpa de ficar mais com uma família que a outra. — Yosano brinca.
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Osamu Dazai: Um Homem Em Declínio? (2021)
Fanfiction[Se passa após o arco da Guilda/2° temporada] [Foi escrita em 2021, então peço paciência com a escrita que oscila] "Torne-se um homem que ajuda os outros, mesmo que tudo ao seu redor se distorça, seja uma boa pessoa. Proteja os fracos, ajude os órfã...