Capítulo 9

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Ryujin olhou em volta enquanto Jeongin fechava a porta atrás de si, colocando as sacolas dela no chão. Ela não sabia o que esperar, não estivera nos quartos de muitos homens, então não sabia porque estava surpresa com a decoração simples e elegante de Jeongin.

— O que você estava esperando? — ele perguntou.

— Eu não sei, algo mais quarto-de-jogos-de-solteiro, caverna masculina, acho.

Ele balançou a cabeça.

— Não é bem minha praia.

Ela passou a mão sobre o edredom. Não era algodão, nem seda, mas parecia ser uma mistura dos dois. Ela passou pela cama até a parede ao lado do banheiro. Retratos de todas as formas e tamanhos cobriam a grande parede. Alguns eram de Nomin, ele franzindo a testa, com cara feia, rindo e até mesmo um dele revirando os olhos. Havia muito mais da rainha. Como aqueles feitos do Nomin, cada retrato parecia ser dedicado a uma certa expressão, até mesmo um dela cruzando os olhos e sugando as bochechas. Mas foram os próximos àqueles que trouxeram lágrimas aos seus olhos. Os esboços do pequeno bebê eram mais amadores, mas não menos impressionantes. Conforme a criança crescia, os retratos ficavam mais detalhados. Ela se virou para olhar para o companheiro.

— Você fez isso — ela disse.

Jeongin assentiu lentamente.

— Depois que minha família foi mandada embora, percebi que estava tendo dificuldade em lembrar de certos detalhes da minha mãe, minha mãe biológica. Eu nunca queria esquecer o Taehyung, então comecei a desenhar.

— Por que não tirar uma foto?

— Câmeras não tinham sido inventadas ainda — ele lembrou-a suavemente.

— Oh, verdade.

Ela se voltou para a parede e, enquanto se movia, via Taehyung crescer. Ela passou os dedos ao longo da moldura de um dos últimos.

— Os olhos dele estão diferentes agora — ela observou.

Jeongin foi atrás dela e passou os braços em volta da sua cintura.

— Esse foi desenhado antes dele partir para Lycaonia, antes dele sofrer e conhecer a escuridão. É assim que eu e a mãe ainda o vemos.

Ryujin viu a luz que brilhava nos olhos de Taehyung na imagem. Ali estava um jovem que só conhecia o amor e a felicidade.

— Ele parece mais forte agora.

— E está.

Ela virou-se em seus braços.

— Você fez algum autorretrato?

Jeongin corou e assentiu lentamente.

— Onde estão? Eu gostaria de vê-los.

Jeongin suspirou e se arrastou até sua cama enorme. Ele enfiou a mão sob a saia da cama e tirou uma caixa. Ele se aproximou e a colocou sobre a mesa perto da janela.

Ela se aproximou rapidamente e levantou a tampa. Enquanto tirava cada desenho da caixa, não conseguiu impedir que as lágrimas caíssem. Cada retrato que ele fizera de si mesmo o fazia parecer sombrio e sinistro. Não era nada tão evidente quanto uma língua bifurcada e chifres, mas havia uma clara diferença entre o risonho Taehyung e o solene Jeongin. Era assim que ele se via e isso não poderia estar mais longe da verdade. Cuidadosamente, ela colocou os desenhos de volta na caixa.

— Por que você chora? — ele perguntou, lhe enxugando as lágrimas.

— Eu gostaria de poder te desenhar como eu o vejo, não é nada como aquilo — ela apontou para a caixa.

Encanto e Confusão 11 - Meu ConsoladorOnde histórias criam vida. Descubra agora