UMA VIDA POR OUTRA

96 11 0
                                    

Os dois ainda conversavam, quando de repente, foram surpreendidos por uma chuva de flechas.

‒ De onde está vindo isso? ‒ espantou-se Soluço.

Usando a luneta do rapaz, Viggo constatou:

‒ São o Ryker e os caçadores!

‒ Esse cara não desiste nunca?

‒ Você não faz ideia, mas acho que agora ele está atrás é do Banguela.

Fazendo manobras evasivas, Soluço tentava desviar do ataque, mas devido ao peso extra, Banguela não conseguia voar tão rápido. Avistando um vulcão adormecido em uma ilha próxima, Viggo teve uma ideia.

‒ Soluço, me deixe na cratera daquele vulcão.

‒ Você ficou doido? E se ele entrar em erupção?

‒ Eu só estou atrapalhando você e o Banguela. Por favor, me deixe lá em cima enquanto vocês dão um jeito naquele maluco. Ele não pode me alcançar lá em cima.

Sem ter outra alternativa, Soluço deixou o amigo em segurança dentro da cratera e foi combater Ryker e seus homens, quando Astrid e Tempestade apareceram para ajudar.

‒ Astrid? O que está fazendo aqui?

‒ Salvando sua pele.

Juntos, os dois conseguiram derrotar seus inimigos. Passado o perigo, Soluço foi buscar Viggo, mas quando o bom homem ia pegar sua mão, o vulcão estremeceu e o chão sob seus pés se defez, mas o rapaz conseguiu segurá-lo antes que ele caísse na lava.

‒ Aguenta Viggo! Eu peguei você.

Houve um novo tremor e dessa vez, foi Soluço quem ficou por um fio, sendo agarrado por Astrid. Temendo pelo jovem, Viggo sugeriu:

‒ Esqueça de mim e salve sua vida.

‒ Eu não vou te abandonar. Segura firme!

O bom homem permaneceu agarrado ao amigo, mas o vulcão sacudiu outra vez e agora era Astrid quem estava em perigo, agarrada a borda por uma só mão. Apesar de sua força, ela não conseguia puxar os dois em meio aos tremores e seus dragões não podiam se aproximar devido ao calor e a instabilidade do solo.

Temendo pelos jovens e seus dragões, Viggo olhou nos olhos de Soluço e se despediu:

‒ Que Thor te abençoe, meu querido amigo.

Dizendo isso, ele soltou sua mão, caindo no rio de lava fervente.

‒ NÃO!

Sem ter que suportar o peso do amigo, Soluço conseguiu se balançar, alcançando a borda e assim, ele e Astrid puderam se salvar, saindo rapidamente, pouco antes do vulcão explodir. Ao ver essa cena, Soluço sentiu seu coração sangrar e com os olhos marejados, ele disse tristemente:

‒ Ele se foi...

Ignorando a presença de Astrid, ele fez um afago em Banguela e pediu:

‒ Leva a gente pra casa, amigão.

ASAS DA AMIZADEOnde histórias criam vida. Descubra agora