O DIA DOS CAÇADORES

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Certa manhã, Viggo e Soluço estavam em sua patrulha de rotina, quando ouviram um barulho e quase foram atingidos por uma pedra flamejante. Recuperando o fôlego, o rapaz quis saber:

‒ Em nome de Thor! De onde veio isso?

Olhando pela luneta, Viggo se assustou.

‒ Essa não...

‒ O que foi?

‒ É um Fogo de Bala!

‒ Aquilo é um dragão ou um navio? ‒ o jovem também começou a observar, desviando de outro disparo.

‒ Na verdade, os dois. Isso só pode ser coisa do Ryker, usando um dragão como arma. Ele passou dos limites!

‒ E as boas notícias não param de chegar. Ele também trouxe uma armada inteira, mas por sorte, eles ainda estão bem longe de Berk, o que nos dá tempo de chamar reforços.

‒ Eu não teria tanta certeza disso. O tiro do Fogo de Bala tem um alcance de quase 2 quilômetros.

‒ Como sabe tanto sobre esse dragão? Não há nada sobre ele no Livro dos Dragões.

‒ Eu li sobre ele quando era criança, mas nunca pensei que ficaria cara a cara com um.

‒ Você está falando igual ao Perna de Peixe. Temos que encontrar os outros agora!

Enquanto tomavam o rumo de Berk, Viggo soprava um berrante para alertar os demais cavaleiros, que estavam patrulhando outras partes do arquipélago. Já em terra, os dois explicaram a situação e como estavam em menor número, Stoico enviou um pedido de ajuda aos Exilados.

Assim como Viggo havia dito, os disparos do Fogo de Bala já atingiam Berk, mesmo estando à distância. Aflito, Soluço comentou:

‒ Temos que fazê-lo parar de atirar ou Berk será totalmente destruída!

‒ Mas ele deve estar sendo obrigado a nos atacar! Não podemos machucá-lo! ‒ interveio Perna de Peixe.

‒ Existe outra maneira, mas vamos precisar de uma ajudinha do Estripador Submarino, o inimigo natural do Fogo de Bala.

‒ Já li sobre eles. São dragões marinhos que podem sugar navios inteiros com um redemoinho.

‒ É a nossa melhor chance. Mas como vamos encontrar um dragão desses? ‒ Astrid quis saber.

‒ Cuidem da armada, que eu dou um jeito nisso.

Sem demora, Viggo e Lua Cheia voaram até a criatura. Como ele suspeitava, Ryker estava comandando a operação toda e assim que notou sua aproximação, atirou uma flecha com raiz de dragão para derrubar a Fúria da Luz, mas ela foi mais rápida, desviando do ataque e atirando um jato de plasma que quase o atingiu em cheio.

‒ Quando me disseram que meu irmãozinho idiota tinha arranjado uma Fúria da Luz, não consegui acreditar, mas agora que vejo com meus próprios olhos.... Ela deve valer uma fortuna lá nos Mercados do Norte. Onde a conseguiu? ‒ Ryker teve a audácia de perguntar.

‒ Isso não é da sua conta.

‒ Olha só como o fracote ficou autoritário...

‒ Eu adoraria passar o dia inteiro jogando conversa fora, mas preciso salvar o meu lar.

Dizendo isso, ele pediu para Lua Cheia acertar os homens que incitavam o Fogo de Bala, fazendo-os se jogar ao mar. Logo o dragão parou de atirar e furioso, Ryker gritou:

‒ Por que você não desce do seu querido dragãozinho e vem me enfrentar cara a cara?

‒ Foi você quem pediu.

Saltando para o convés, Viggo sacou sua espada e a encostou no queixo do irmão, que riu ironicamente.

‒ Você não me assusta.

‒ Isso é problema seu.

Os irmãos começaram seu duelo, no qual o caçula estava sendo superior. Enquanto isso, Soluço e seus amigos tentavam afundar o máximo de navios que conseguiam, contando com a ajuda dos Exilados.

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