DE VOLTA À BERK

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No dia seguinte, os amigos partiram bem cedo. Viggo estava muito empolgado por voar em um dragão pela primeira vez e durante todo o caminho, Soluço lhe contou como havia conseguido selar a paz entre vikings e dragões, bem como todas as aventuras incríveis que vivera com seus amigos desde então.

Os dois pararam para almoçar e descansar um pouco. Viggo se sentia honrado por ter encontrado amigos tão especiais, mas tinha medo de não ser aceito em Berk por causa de suas origens.

Mais tarde, assim que a lua nasceu, os viajantes chegaram ao seu destino. Bocão foi o primeiro a recepcioná-los e ele parecia muito surpreso, pois ninguém esperava que Soluço retornasse tão cedo, ainda mais em companhia de um estranho.

O jovem prometeu explicar tudo outra hora, mas agora só queria ir para casa e falar com o pai. Stoico também estranhou o retorno tão breve do filho, mas ficou muito feliz e o abraçou tão forte, que quase quebrou suas costelas.

Quando finalmente se deu conta da presença de Viggo, quis saber:

‒ Filho, quem é esse homem?

‒ Esse é o Viggo. O Banguela e eu o resgatamos em uma ilha além das nossas fronteiras e ele precisa de proteção, então...

‒ Como é?

Soluço resumiu o drama do novo amigo e como tinha bom coração, o pai permitiu que o recém-chegado passasse a noite na casa. Ele ficou muito agradecido, mas se sentia um tanto desconfortável.

Durante o jantar, ele contou um pouco mais sobre sua vida. Logo após a refeição, Soluço subiu para seu quarto com Banguela e o novo amigo, pois todos precisavam descansar. Os dois ficaram conversando até a hora de dormir.

No dia seguinte, Soluço estava ansioso para apresentar Viggo aos seus outros amigos, mas infelizmente, as coisas não saíram como ele planejava, pois eles não foram nada receptivos, principalmente quando souberam que o novato era de uma tribo de caçadores.

Perna de Peixe foi o único que lhe deu um voto de confiança ao ver como ele se dava bem com os dragões, mas os outros não levaram isso em conta e acharam que ele fosse um espião da Ilha dos Berserkers em busca de vingança pela prisão de Dagur.

Soluço ficou muito desapontado e triste por seu novo amigo ter sido tratado com tamanha frieza. Viggo fez um grande esforço para não demonstrar abalo diante de seus acusadores, mas estava chorando por dentro.

Sem dizer uma só palavra, o bom homem abaixou a cabeça e saiu cabisbaixo. Ao ver isso, Banguela empurrou Soluço de leve, para avisá-lo do ocorrido. Percebendo a ausência de Viggo, o jovem saiu correndo do local, indo encontrá-lo não muito longe dali.

‒ Desculpe pela grosseria de meus amigos.

‒ Agradeço muito pela sua generosidade, mas não posso viver em um lugar onde não me querem. Espero que a gente se reencontre algum dia.

‒ Você não pode ir. E se o Ryker ainda quiser te pegar?

‒ É um risco que terei que correr.

‒ Eu não vou desistir de você.

‒ E por quê?

‒ Porque você é meu amigo e não se desiste dos amigos.

‒ Você vale ouro, Soluço. Mas o que ostros vão pensar?

‒ Eles só precisam te conhecer melhor. Dê tempo ao tempo, que todos verão como você é gentil e inteligente. Eu arranjarei tudo e em breve, você vai se sentir parte de Berk.

Viggo refletiu por um instante e sorriu.

‒ Thor te abençoe, meu rapaz.

Feliz, Soluço o levou até a oficina de Bocão, com quem conversou por alguns minutos. Comovido com o drama do novato, o ferreiro disse que estava mesmo precisando de um ajudante e aceitou empregá-lo. Viggo ficou muito grato e já começou a trabalhar.

Depois de acalmar os ânimos dos amigos, Soluço foi falar com o pai a respeito de Viggo. Depois de uma longa conversa, Stoico permitiu que o bom homem ficasse morando em Berk, em uma casa que estava vaga havia alguns meses. O jovem ficou muito feliz e correu para dar a boa notícia ao amigo.

ASAS DA AMIZADEOnde histórias criam vida. Descubra agora