O melhor amigo da história (livro 1)

Não sou seu brinquedo

Bra manda várias mensagens, que ignoro.

Eu e yoongi ficamos bebendo, resolvo passar a noite aqui, já que estou sem condições de ir para casa dirigindo. É a primeira vez que tomo um porre por causa da Bra. Que continua me ligando. Não quero falar com ela bebado então desligo o telefone.

....

No outro dia chego atrasado na empresa e com uma ressaca que me deixa sem coordenação motora suficiente para ensaiar coreografia. Falo que estou indisposto e volto para casa, continuo ignorando Bra, fugindo da conversa que pode acabar com nossa amizade ou nos tornar um casal.

O final de semana chega e me tranco no estúdio em casa. Eu estou sendo idiota, infantil e covarde. Mas eu só estou sendo humano. E soube que Namjoon passaria o fim de semana com os pais, bem longe de Bra. O que me daria um tempo para pensar em como falar a verdade para minha amiga. Estou pensando nisso em meu estúdio.

Alguém bate na porta e parece que estão batendo na minha cabeça.

— Se for o Namjoon, que já voltou e tá vindo falar da Bra eu esqueço nossa amizade por cinco segundos e chuto a canela desse talarico. Apesar que Namjoon não sabe dos meus sentimentos, se soubesse não teria beijado a minha mulher, minha pelo menos nos meus sonhos.

— O que você tá..., Quem deixou? — não consigo formar frases enquanto Bra me olha com raiva. Está de braços cruzados, vestindo uma pantalona creme e uma blusa de tricô.

— Posso entrar? — pergunta sem tirar os olhos dos meus. Eu confirmo e dou passagem, a minha amiga entra e eu fecho a porta.

— Falei com sua irmã. — responde as perguntas que formulei e não saíram. — eu to preocupada com você, com a gente. — Bra me olha insegura — você tá agindo estranho, me ignorando... bebendo... — me questiono como Bra sabe que bebi, começo a ficar encurralado. — no fundo era por isso que não queria entrar no seu mundo, coincidência ou não você ficou assim desde que eu conheci o Namjoon. — Bra me olha desconfiada.

— Bra — tento pensar por onde começar...

— Não demora muito porque eu to começando a perder a paciência.

— A verdade é que... — penso e o medo de perder Bra me paralisa. Por que sou tão inseguro? Por que acho que entre mim e Namjoon a minha amiga vai preferir meu amigo? Talvez porque eu não seja tão bonito e inteligente. Não, não pensa assim Hoseok.

— Você quer que eu me afaste dos seus amigos? — a mulher na minha frente me questiona. Eu não posso ser egoísta. Essa história não diz respeito só a mim e meus sentimentos por Bra. Envolve Namjoon, meu irmão. Vou conversar com ele então converso com Bra.

— Não Bra, eu vou explicar tudo, mas não agora, —sorrio mais calmo.

—. Nossa amizade é mais importante que qualquer envolvimento romântico com o Namjoon. — a brasileira solta essa frase a queima roupa.

— Envolvimento romântico? Mas vocês mal se conhecem, não tá indo rápido demais? — começo a pensar que yoongi tinha razão: eu vou ver Namjoon e Bra juntos e não vou poder falar nada.

— Eu acabei saindo com Namjoon nos últimos dias e estamos nos conhecendo — O sorriso de Bra é proporcional à dor que me envolve. Parabéns Hoseok, você deixou a mulher da tua vida escapar.

— Vocês estão juntos? — essa frase sai rasgando meu corpo. Os segundos que Bra leva para me responder, parecem anos. E pavor toma conta do meu rosto. Aperto a mesa atrás de mim.

— Não tecnicamente, estamos saindo e estamos nos conhecendo. — Os olhos de Bra brilham — mas eu acho que se continuar assim, vou acabar me apaixonando. — a mulher que eu amo se aproxima e sinto vontade de correr, mas estou encurralado.

— Fala alguma coisa. Fala alguma coisa. Não chora, não chora. — repito em pensamento

— Eu realmente não posso falar agora — começo evitando levantar o rosto porque já sinto as lágrimas ardendo em meus olhos. — mas não mudou nada nós continuamos amigos. Eu só me afastei um pouco de você, porque estava no estúdio escrevendo umas músicas. — uma lágrima escorre então tento limpar discretamente.

— A gente pode conversar hoje? Quando terminar aqui no estúdio— por favor Bra vai embora, seguro mais forte na mesa atrás de mim.

— Não Bra, eu não sou seu brinquedo, sempre disponível, eu tenho uma vida. — me arrependo de ser grosso e descontar minha tristeza em Bra.

— Eu sei, desculpa. — me arrisco a olhar para o rosto da brasileira e Bra me olha triste. — Hoseok você nunca foi um brinquedo.  Eu vou ficar esperando até você me falar a verdade.

Eu me viro e sento na cadeira de costas para Bra. Ouço a porta abrir e fechar. Então choro.

Não me odeiem