---> 𝐏𝐑𝐈𝐍𝐂𝐄𝐒𝐀 𝐊𝐎𝐎𝐊

8.5K 311 145
                                    

*✿❀ - ❀✿*

Morar em uma cobertura em Nova York não é nada ruim, o problema é as pessoas com quem você convive. Família é apenas uma palavra, ter o mesmo sangue não significa engolir calada as merdas dos outros.

Tinha acabado de sair do banho, meu cabelo ainda estava molhado, tinha o costume de secá - lo com o secador, mas estava muito cansada para fazer isso. Apenas deitei na cama e fechei os olhos, havia passado o dia todo na academia, mal podia sentir meu corpo.

Mamãe nunca bateu na porta antes de entrar, ela nunca se importou com minha privacidade. Passou pelo pequeno corredor que ligava o banheiro ao meu quarto e logo surgiu na minha frente:

- Já arrumou as malas, Cassidy? - pergunta dando um tapinha em minha perna indicando que eu deveria levantar.

- Ainda não entendo porque eu tenho que ficar na casa da tia Rose enquanto Adam pode fazer o que quiser. - resmungo levantando.

- Adam não é meu filho, você é, por isso vai fazer o que eu mandar. - tira a mala do armário e coloca em minha cama.

Meu vôo estava marcado para as seis da manhã, Adam era quem me levaria para o aeroporto, mas não acordou no horário e Charles se ofereceu para me levar:

- Está entregue. - sorri ao estacionar o carro.

- Obrigada, Charles. - sorrio falso levando minha mão á maçaneta.

- Tudo o que fazemos é para seu bem, Cassidy. Sei que não gostaria de passar o verão todo com o Adam, fui eu quem sugeri para te mandar 'pra lá. - Charles diz com gentileza.

- Da próxima vez, deixe que eu tomo minhas próprias decisões. - bato a porta ao sair.

O vôo foi tranquilo, pensei em tudo o que perderia nesse verão, não é como se eu tivesse algo que me prendesse em Nova York, mas lugares desconhecidos me deixavam com frio na barriga.

Um motorista me esperava segurando um plaquinha com meu nome, Pavarell, engoli seco e o segui. Pegamos uma balsa que levou um bom tempo para chegar até a ilha, estive sozinha todo aquele tempo olhando para o mar e imaginando o que me aguardava naquele fim de mundo, as pessoas gostariam de mim pelo que sou ou teria que continuar vivendo uma mentira?

Finalmente, a mansão Cameron!
Pus o primeiro pé para fora do carro e já consegui avistar Sarah ao lado de um canteiro de flores agachada como se estivesse mexendo em alguma coisa naquela terra.
O motorista derrubou uma de minhas malas, o barulho das rodinhas atingindo o chão fez Sarah perceber minha presença:

- Oi! - a loira correu até meu encontro. - Você deve ser a Cassidy? - me cumprimenta com um beijo falso em minha bochecha não encostando suas mãos em mim. - Tava ajudando uma doninha que mora no nosso jardim, por isso a terra. - mostra as mãos sujas.

- É um prazer, Sarah. - sorrio.

O quarto de hospédes ficava no andar de cima com todos os outros, o meu era no mesmo corredor do de Sarah, imaginei como isso seria bom.
Não era como se eu fosse acordar no meio da noite com Adam batendo na porta cheio de tesão, ele não estava ali, eu não tinha com o que me preocupar.

- Você é mesmo da família da Rose? A sua vibe é tão diferente da dela. - Sarah debocha, solto uma risada.

- Não gosta dela? - deixo a mala no canto do quarto e me sento na cama com Sarah.

𝗗𝗔𝗡𝗚𝗘𝗥 | 𝐫𝐚𝐟𝐞 𝐜𝐚𝐦𝐞𝐫𝐨𝐧 [+18]Onde histórias criam vida. Descubra agora