𝗗𝗔𝗡𝗚𝗘𝗥 | 𝐫𝐚𝐟𝐞 𝐜𝐚𝐦𝐞𝐫𝐨𝐧 [+18]

---> 𝐉𝐉 𝐌𝐀𝐘𝐁𝐀𝐍𝐊

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O lado pogue de Outer Banks era bem diferente do lado kook, mas serviria como um esconderijo de fuga de Adam.

A loja do pai de Pope ficava no centro do bairro, vantagem para mim que pingava suor. Corri mais alguns quilômetros e avistei a porta da loja aberta, Pope estava lá dentro conversando com alguém não visível do ângulo em que eu estava.

Tirei os fios de cabelo grudados no suor do rosto e os amarrei em um coque bagunçado. Quando entrei na loja, Pope e Jj se demonstraram tão assustados quanto confusos.

—— Correu uma maratona? —— Jj apontou para mim olhando de cima a baixo.

—— Vocês não vão acreditar no que aconteceu. —— Pope me ofereceu uma cadeira, ambos se olharam confusos e se aproximaram do balcão para ouvir meus relatos.

Não omiti nenhum detalhe, desde que interroguei Charles na cozinha á enfrentar Adam com um caco de vidro.

—— Cassidy, você devia ir na polícia. —— Pope sugeriu

—— Eu não posso. —— suspirei —— Eles devem ter sumido com as provas e Charles faria de tudo pra incriminar o filho. Além disso... —— encarei um canto qualquer para não dizer olhando nos olhos deles —— Eu não consigo contar pra ninguém o verdadeiro motivo do Adam.

—— E a casa do Jonh B? Ele não deixou nenhuma chave? —— Jj perguntou ao amigo

—— Sabe como ele é cuidadoso quando vai pescar com o pai.

—— E a sua casa? —— Jj arqueou as sobrancelhas ao perguntar novamente

—— Meu pai não deixaria ela entrar sem saber cada detalhe da história —— Pope se virou a mim com pena, apertei os lábios e assenti

—— Não posso levar ela pra minha casa —— Jj sussurrou, mas pude ouvir pelo silêncio do local.

Pope deu de ombros sem ter resposta para o amigo. Jj umedeceu os lábios e jogou o cabelo para trás o cobrindo com um boné.

—— Você pode ficar lá em casa até decidir o que fazer, mas tem que seguir as minhas regras. —— Jj agachou para olhar em meus olhos, respirei fundo e assenti deixando escapar um meio sorriso.

A casa de Jj era como a dos outros pogues, talvez um pouco mais bagunçada. Ele subiu na janela para olhar o lado de dentro e desceu tirando uma chave do bolso indo em direção a porta de entrada.

—— Sorte sua que meu pai não tá aqui. —— disse enquanto destrancava a porta —— Vem, entra. —— Jj me puxou pela cintura colocando-me para dentro e certificando que seu pai não estava por perto, depois disso fechou a porta

Havia latinhas de bebidas alcoolicas pelo chão da sala e algumas garrafas de bebidas em cima da mesa e dos móveis. Maços de cigarro em alguns cantos e uma pilha de louça suja na pia.

Jj voltou do quarto me entregando uma camiseta.

—— Você tá toda suada, pensei que quisesse se lavar. —— suas bochechas coraram

—— Muito fofo da sua parte —— peguei a camiseta com um sorriso que ele retribuiu falhando em esconder

O banheiro não estava totalmente sujo como o resto da casa, mas havia algumas roupas espalhadas.
Lavei o rosto me apoiando na pia e molhei o cabelo. Troquei meu cropped folgado pela camiseta que Jj havia me emprestado e voltei a me encarar no espelho vendo a cara de choro pela situação em que me meti.

Jj estava deitado na cama jogando uma bolinha de tênis no teto e deixando cair em sua mão, quando bati na porta avisando minha entrada, ele deixou que a bolinha atingisse sua barriga

—— Bem melhor agora. Aquele suor todo estava me incomodando. —— me sentei no pé da cama de costas para ele —— Sabe, Jj... Acho que o Rafe poderia me ajudar se eu conseguisse entrar em contato com ele.

—— Eu tenho o número da Sarah —— franzi o cenho e me virei para ele quando ouvi sua resposta

—— Por que você tem o número da Sarah?

—— Sei lá —– deu de ombros —— Eu só tenho.

—— Seria ótimo se eu conseguisse falar com ela. —— me sentei na cama com as pernas uma em cima da outra —— Não quero que arrume problemas com seu pai.

—— Cassidy, deixa que eu lide com os problemas que envolvem meu pai. —— ele tocou minha coxa erguendo seus olhos, nos encaramos por alguns segundos e ele coçou a garganta tirando o celular do bolso para me dar —— Espero que ela atenda.

—— Vai atender. —— peguei o celular e liguei para Sarah que atendeu perguntando o porquê Jj estava ligando para ela, seu tom de voz mudou quando disse que era eu

Contei o acontecido para minha melhor amiga e disse para que nos encontrasse na casa do Jonh B — Jj disse que esperaríamos do lado de fora, assim não teria risco de seu pai nos encontrar.
Sarah confirmou que viria á nosso encontro e desligou dizendo que sentia muito por mim.

Levantamos da cama para ir á casa do Jonh B quando ouvimos o barulho da porta da frente abrindo. Jj me puxou de volta para a cama e fechou a porta.

—— Jj! —— ouvimos seu pai gritar.

Jj sinalizou com o dedo nos lábios para que eu não fizesse nenhum barulho. Ouvimos barulho de garrafa de vidro rolar pelo chão até atingir a porta do quarto. Jj forçou os olhos fechados com medo que seu pai abrisse a porta, mas tudo que ouvimos foi seu ronco vindo da sala.

—— Vamos sair pelos fundos. —— Jj sussurrou.

Ele abriu a porta devagar e pegou minha mão para que saíssemos juntos dali. No caminho do corredor para a cozinha, avistamos o pai dele no sofá com uma latinha de cerveja na mão derrubando o líquido no carpete.
Cutuquei Jj que engoliu seco e nos direcionou para a porta dos fundos que ficava na cozinha.

[...]

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