Capítulo 2

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SERKAN

Abro os olhos e a luz clara me incomoda, fecho os olhos por mais um tempo e volto a abri-lo novamente. Olha em volto e vejo paredes brancas, ao lado da minha cama tem um aparelho que faz barulhos irritantes. Logo percebo que estou em um hospital. Busco na minha mente o porquê de eu estar ali e aos poucos à memória vai voltando.

Lembro que saí tarde do escritório e que quando estava no estacionamento fui atacado com socos por 2 homens encapuzados que depois me empurraram para dentro de um veículo. Forço a mente tentando lembrar de mais coisa, mas não adianta. Sinto uma pontada forte na altura da costela - MALDIÇÃO! - exclamo. Tento levantar minhas mãos para ver o que é, mas não consigo, estou muito fraco. Sem contar que tem uma dezena de fios conectados em meu corpo.

A porta do quarto se abre e uma enfermeira aparentando ter uns 30 anos me olha e exclama:

- Sr. Bolat, que bom que o senhor acordou. Como se sente?

- Péssimo - digo

- Vou chamar o médico para examinar o senhor.

- Obrigada - digo.

Minutos depois o médico entra no quarto acompanhado da enfermeira, é um coroa alto de uns 60 anos.

- Boa tarde, Sr Bolat! Eu sou o Dr. Halil e vou examiná-lo agora. Você poderia me dizer se sente alguma dor? - pergunta.

- Estou com uma dor na altura da costela e um pouco de dor de cabeça. - Repondo

- Essas dores são normais. A enfermeira Nora te dará uns analgésicos. - Diz enquanto examina meus olhos. - O senhor se lembra do que aconteceu?

- Só uma parte, no qual fui agredido com socos e empurrado para dentro de carro.

Ele me observa atentamente

- O senhor levou um tiro, é um milagre que esteja vivo.

- Um tiro? - pergunto surpreso - Você sabe de mais alguma coisa?

- Sei, mas estou proibido de falar sobre isso antes de você falar com o delegado. - Diz levantando os ombros em sinal de desculpa.

- Como é que é? - Digo incrédulo - Eu exijo saber o que aconteceu!

- Eu sinto muito, mas não posso falar nada. - Diz o médico.

- Chama então o delegado logo. - Grito em frustração

- Vou ligar para ele, mas acho melhor você receber a sua namorada. Ela está aflita no lado de fora.

Olho incrédulo para o médico

- Eu não tenho nenhuma namorada. Agora por favor ligue para o delegado.

- Está bem, Sr. Bolat - diz sem se alterar e vira para enfermeira - Liga para delegacia e avisa que o Sr. Bolat acordou e que ele deseja ver o delegado imediatamente. - ela assente com a cabeça e sai praticamente correndo do quarto.

- Eu acho que dar tempo de você falar com sua namorada antes do delegado chegar.

Mas que porra! Qual a parte de não ter namorada ele não ouviu? Desisto de discutir com o médico e concordo com a cabeça apesar de não está muito a fim de receber Selin. Eu tinha terminado com ela 4 dias antes do acidente. Não aguentava mais suas crises de ciúmes. Sem contar que o tesão tinha acabado há meses.

Olho na direção da porta e lá está ela com uma calça Jean, camiseta e tênis. Seu cabelo loiríssimo está preso em rabo de cavalo. Era raro ver Selin em trajes tão básicos, ela sempre estava com o que era de mais caro e elegante.

- Amor, que bom que você acordou. Está se sentindo melhor? - diz com aquela voz fina que no último mês tem me irritado profundamente.

- Estou bem, mas acho que você esqueceu que eu terminei o nosso namoro. - Digo com impaciência.

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