Capítulo 25

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3 meses depois

EDA

Os meses passaram rápido desde que Serkan e eu nos reconciliamos. Das poucas sensações de felicidade que tive da vida, nada se comparava ao momento que eu vivia atualmente. Ver minha filha crescer feliz e saudável e ter o homem da minha vida me amando e mimando o tempo todo, era muito mais do que eu poderia imaginar.

Eu sabia que o Serkan ainda se culpava pela forma que havia me tratado, mas eu não queria que ele se sentisse assim. Quando o perdoei foi com todo o meu coração e jamais desejei que carregasse esse fardo. Mas eu  sabia  também, que isso seria um processo lento até mesmo para mim, que apesar de tudo, ainda possuía minhas inseguranças. Eu sabia que precisava de ajuda, e esse era um dos motivos de eu continuar com a minha terapia.

Nos últimos meses muitas coisas foram resolvidas, a começar com as notícias espalhadas pelas imprensa e os comentário ofensivos direcionados a mim. Depois tomei ciência de que algumas dessas ofensas foram direcionados a kiraz, uma criança indefesa. Serkan, junto com sua equipe jurídica resolveram tudo. As pessoas dos comentários foram identificadas e estavam sendo processadas.

Também houve um momento em que ele foi parado por um paparazzi que questionou sobre as notícias de relacionamento com a tal empresária. Ele negou a informação, criticou a imprensa e ainda disse para que estávamos juntos, que eu era o amor da sua vida.

Eu chorei quando vi a reportagem, pois apesar de estamos juntos e acreditar no amor dele, não esperava que ele fosse fazer uma declaração assim para a mídia.

Serkan também  me convenceu a visitar a minha cafeteria. Fui com muita relutância, mas chegando lá fiquei surpresa ao me deparar com o local tão cheio e barulhento. Muito diferente do que estava acostumada aqui na Turquia. Ali realmente parecia um pequeno pedaço do Brasil. Eu sabia que a cafeteria vendia bem, mas era diferente poder ver o sucesso assim de perto.

Fui apresentada aos funcionários e passei um bom tempo conversado com a gerente. Fiquei feliz com o trabalho que ela estava realizando e agradeci a equipe por todo empenho e dedicação ao trabalho e me comprometi mentalmente a analisar as finanças para ver a possibilidade de algum aumento ou bonificações para eles.

Ter visitado a cafeteira me tirou um peso das costas, mas eu pretendia continuar da forma que eu estava. Administrando de longe, pois tudo ali corria muito bem.

As coisas na minha vida  também corriam muito bem. O único ponto de atrito era a insistência do Serkan para que eu me mudasse para casa dele. Eu estava um pouco relutante, pois achava tudo ainda muito recente. Ele, claro, discordava. Dizia que havíamos ficado longe por muito tempo e que não devíamos mais perder esse tempo.

Apesar de não morar na mesma casa, nos víamos diariamente e em noventa por cento da semana ele dormia comigo. Ele até chegou a me perguntar se a minha resistência  em morar com ele era por causa da Melo, já que ela ainda morava com ele. Eu mais do que rapidamente neguei. Eu amava Melo, que além de  minha cunhada, era minha amiga. Uma amiga que serei eternamente grata por tudo o que fez e ainda faz por mim.

Saio de meus devaneios e olho justamente para Melo no outro lado da mesa. Ela exibe um sorriso de orelha a orelha. Estávamos todos reunidos para conhecer o seu namorado, Kaah, que era um cirurgião cardíaco.

Enquanto os  observo, sinto algo bater no meu rosto e cair dentro do meu decote. Tiro o pequeno pedaço de brócolis dali e viro para olhar Kiraz que faz uma festa com a comida.

Havíamos iniciado nas últimas semanas a técnica blw e tem sido uma experiência interessante, não só para ela como também para nós. Principalmente em relação a bagunça, não tinha uma parte de seu corpo que saía limpa.

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