Capítulo 4

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SERKAN

Entro no carro com um sorriso no rosto, meu encontro com Eda foi melhor do que eu imaginava. Antes da porta da casa dela abrir eu já sentia aquela eletricidade percorrendo meu corpo, mas nada me preparava para as sensações que me atingiram quando ela finalmente abriu a porta.

Aquela mulher era um espetáculo, os cabelos longos estavam presos em um coque frouxo, seu corpo era cheio de curvas que nem a roupa larga conseguia esconder. Estava vestindo uma calça de pijama e regata e percebi em seguida que ela estava sem sutiã. Fiquei com água na boca com essa imagem e voltei rapidamente o meu olhar para o seu rosto com medo de ser descoberto, contudo, o impacto não foi diferente. Aqueles olhos invadiram a minha alma. Nunca tinha visto olhos tão lindos, e os dela eram brilhosos e sorriam para mim, sua boca estava um pouco aberta em surpresa e aqueles lábios eram indecentes demais para o meu gosto.

O efeito que causou em mim não foi percebido por ela que durante nossa conversa se manteve fria e desconfortável, mas consegui perceber que ela estava afetada por mim, a respiração descompassada a entregava. Relutou um pouco para sair comigo, mas no final acabou aceitando.

Relembro os acontecimentos das últimas semanas. Ter que ficar de repouso me deixou mal-humorado e para completar ainda sinto desconforto onde levei o tiro. O médico disse que essa sensibilidade permaneceria por mais algum tempo.

Nem percebo quando o carro estaciona na garagem do prédio. Burak, meu motorista, abre a porta do carro e saio.

- Sr. Bolat, eu queria saber se o senhor vai precisar de mim para mais alguma coisa hoje.

- Por quê? – Pergunto

- Minha esposa ligou para dizer que está indo ao hospital com meu filho mais novo. Ele está com febre alta e estou preocupado.

- Pode ir e leve o carro. Fique o tempo que precisar e melhoras para o Can. Qualquer coisa que precisar é só avisar.

- Muito obrigado, Sr. Bolat.

- Nada, é melhor você se apressar.

- Ok. – diz já entrando no carro e saindo da garagem.

Entro no elevado e vou para a cobertura, o apartamento é muito grande, o que não me agrada muito, mas foi ali que passei toda minha vida e me traz lembranças felizes. Não tenho coragem de me desfazer, contudo, ao mesmo tempo que traz essas lembranças felizes também traz tristeza ao recordar que foi ali que recebi a pior notícia da minha vida, a morte dos meus pais e do meu irmão mais velho.

Lembrar deles me causa uma tristeza que não consigo controlar, embora tenha passados tantos anos desde a morte deles em um acidente aéreo. Minha irmã e eu ficamos órfãos muito novos. Eu com 15 anos e ela com 10. Fiquei na tutela do meu tio até completar 18 anos. Foi quando eu comecei a frequentar a empresa do meu pai para entender o funcionamento da mesma e depois que me formei assumi a presidência da Artlife Enterprise Co.

Minha Irmã mais nova, Melek, preferiu morar com meus tios, pois lá ela tinha a companhia de Ceren que tinha a mesma idade dela.

Agora ela está uma moça linda de 25 anos, mora França e é chefe de um restaurante renomado. A falta que sinto dela é surreal, meu sonho é que morasse comigo, mas é teimosa.

Alargo a gravata e caminho pela sala até o bar onde me sirvo de um conhaque. Hoje o dia foi produtivo, voltei para a empresa e ainda marquei um encontro com uma bela mulher.

Sou interrompido dos meus pensamentos por vozes altas na cozinha e fico puto. Será que não se fazem mais funcionários discretos?

Vou na direção das vozes a fim de acabar com qualquer discussão, mas quando chego na cozinha me deparo com um furacão de cabelos marrom falando alto e mexendo os braços pra todos os lados e automaticamente um sorriso se estende nos meus lábios.

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