SERKAN
Eu me sentia perdido desde o dia que deixei a casa de Eda. Quando cheguei lá minha única preocupação era verificar se minha filha e ela estavam bem, e me desculpar por tudo o que tinha dito e feito. Mas foi uma surpresa chegar e encontrá-la bem, sem nenhum resquício de abalo por tudo que tinha acontecido há apenas algumas horas.
Foi muito difícil ouvir ela dizer que não queria me ver. Tentei inclusive demovê-la dessa ideia, mas nada adiantou. Eda estava decidida e isso me apavorou. É claro que eu não queria ficar longe durante a gestação da minha filha, mas não tinha muito o que fazer a não ser dar esse espaço a ela.
Quando cheguei em casa e comecei a ler toda a documentação que me foi entregue pela Ceren meu mundo caiu ainda mais. Naqueles documentos havia detalhamento de tudo que ela tinha passado e minha vontade era vomitar com cada palavra que eu lia naquele relatório.
Eu me sentia um merda pela forma como tratei ela todo esse tempo, e isso só piorou quando eu peguei a pasta amarela que a Selin havia me entregue e ver que ali já continham todas as informações que a Ceren havia me passado. Eu poderia ter evitado todo esse sofrimento há muito tempo se não tivesse sido covarde. Esse pensamento me fez lembrar da pergunta que Eda me fez. Será que eu também pediria desculpa se a situação fosse outra?
Eu realmente não sabia e isso me fez questionar se realmente eu amava de verdade, pois ao amor supera tudo. Então, outras de suas palavras entram em minha mente, "as vezes o amor não é suficiente".
Será que o meu amor por ela não seria suficiente para ultrapassar os meus preconceitos? Eram muitas perguntas em minha mente que eu não tinha resposta. No final cheguei à conclusão de que esse nosso afastamento seria bom para amadurecermos.
Eu só não contava que com apenas uma semana sem vê-la eu estaria surtando de saudade. Manter-me afastado ao longo dos meses foi a coisa mais difícil de fazer e a única coisa que ainda mantinha minha sanidade era as informações que Melek me passava e quando a saudade ficava insuportável, eu não resistia e ia atrás dela, mas apenas a acompanhava de longe.
Era possível ver o quanto a maternidade a deixava feliz, ela brilhava como nunca, e perceber isso me causava um misto de sentimentos. Eu ficava feliz em ver que ela estava bem, mas ao mesmo tempo eu sentia que eu não era importante. Que minha ausência não fazia falta para ela.
Foram meses tenebrosos, mas por nenhum momento deixei de acreditar que as coisas se acertariam entre nós. Nem que eu tivesse que passar a minha vida se desculpando com ela.
Esses meses longe só me fizeram perceber o quanto, por vezes, nos privamos de viver muitas coisas boas em nossas vidas em nossas vidas por puro preconceito. Mas é na dor que a gente aprende, e eu havia aprendido.
Na última semana eu me sentia ainda mais sensibilizado com toda essa situação com a Eda. Talvez, pelo fato de saber que em poucos dias minha filha nasceria e eu não participaria desse momento e andava ansioso por isso. Não conseguia dormir, comer e trabalhar direito por causa disso. Era torturante.
Minha vontade era ir até Eda e implorar para que me permitisse participar do parto, mas eu não queria correr o risco de causar nela algum estresse nesses últimos dias e me conformaria apenas com a visita após o nascimento.
Olho em volta ao meu redor com descontentamento. A casa estava vazia desde que Melek foi morar com Eda nesse final de gravidez.
Como se ouvisse o meu pensamento, o telefone toque e vejo que é minha irmã.
- Melek, está tudo bem?
-Tudo perfeito irmão – Diz animada.
-Posso saber o motivo dessa animação?
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Recomeços
RomantikEda Yıldız teve uma vida muito difícil desde o falecimento de seu pai quando ainda era criança, e por consequências do destino acabou virando garota de programa. Um incêndio no local em que trabalhava foi a oportunidade que viu para reescrever...