Capítulo 17

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SERKAN

Estávamos todos no quarto e tinham acabado de recolher o meu sangue e agora recolhiam o da Eda.

O que me irritava na Eda no momento era sua falta de reação a qualquer coisa que eu falava dela. Ela não gritava, não debatia e tão pouco desmentia as acusações que eu fazia.

Eu realmente esperava uma reação agressiva por parte dela quando eu falasse sobre o exame de DNA, mas isso  não aconteceu, pelo contrário ela aceitou tudo pacificamente.

Vejo a médica se aproximar dela e dizer que havia assinado a sua alta. Fez algumas recomendações sobre sua alimentação e disse que se ela tivesse qualquer problema era para mandar uma mensagem para ela, pois queria acompanhar a perto a evolução do seu quadro.

Após recolherem todo o material necessário, o o Dr. Cenk avisou que o resultado do exame seria enviado para os nossos e-mails dentro do prazo estabelecido e que se tivéssemos qualquer dívida era só ligar para ele.

Estava me preparando para ir embora quando ouço Eda perguntar a enfermeira se teria como ela pedir alguém para chamar um táxi para ela assim que terminasse de se arrumar, pois seu celular havia descarregado.

Ao ouvir isso me ofereço para levá-la, mas ela recusa dizendo que preferia ir de táxi. Não vou negar que fiquei chateado com sua recusa, mas não questiono sua escolha e me despeço dizendo que voltaria a fazer contato com ela se o resultado da paternidade fosse positivo.

Os dias após a realização do exame foram infernais. Eu não conseguia me concentrar em nada além do maldito resultado do exame. Minha razão dizia que era melhor o exame dar negativo, mas meu coração, percebi alguns dias antes, queria que o resultado fosse positivo.

Não voltei a procurar Eda, embora minha vontade fosse ir lá e vê se ela estava melhor. Lembro da última vez que a vi no hospital. O quanto estava abatida e magra.

Eu havia entrado naquele quarto vestindo uma máscara de indiferença, mas por dentro eu sofria. Queria poder voltar ao tempo e retirar tudo o que disse a ela naquela quarto. A raiva me cegou no momento que a vi, pois percebi que ela ainda me afetava profundamente. No fundo eu desejava acordar e ver que tudo o que aconteceu não passava de um pesadelo.

A minha relação com minha irmã ficou um pouco estremecida quando ela descobriu que eu havia pedido o exame de DNA enquanto a Eda ainda estava internada. Segundo ela minha ação foi desumana.

Depois de suas palavras eu realmente me senti mal, pois mais uma vez eu havia agido por impulso. Era sempre assim quando se tratava da Eda.

Os dias foram passando até finalmente chegar na data limite para a entrega do exame de DNA que poderia mudar minha vida para sempre.

Eu toda hora atualizava a caixa de e-mail para ver se tinha chego, mas quando chegou não tive coragem de abrir e acabei chamando a Melek. Ela abriu o e-mail e leu, virou-se para mim e com um sorriso disse:

- Parabéns, você agora é oficialmente pai!

Ao virar o computador para mim ela aponta para a parte inferior do documento onde está escrito.

....e após análise do material colhido concluímos que o alegado pai tem probabilidade de 99,999999% de ser o pai biológico.

A emoção que senti no momento foi indescritível.

Eu seria pai, eu seria pai de um bebê junto com a Eda.

Na mesma hora levanto do sofá e vou em direção a porta.

- Onde voce vai? - Pergunta Melek

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