Twenty. (20171027)

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OLÁ OLÁ. Bom, em primeiro lugar eu queria dizer que infelizmente tô com COVID, mas eu tô bem e já passei pelo médico, tô tomando os remédios e vida que segue. Em segundo lugar, quero dizer que com isso de ficar uma semana inteirinha isolada no meu quarto, eu vou tentar me dedicar o máximo possível pra dar andamento na fanfic e ao menos tentar chegar na reta final dela com tudo que tenho planejado na minha mente. É isso, sem mais delongas, espero que gostem do capítulo. Eu escrevi ele ouvindo Lowkeye - NIKI e aconselho vocês a ler enquanto escutam, vou deixar o video aqui.

OBS - Blackpink House começou a ser gravado em Agosto, mas aqui a gente faz de conta que aconteceu um pouco mais tarde. 


Rosé POV

Quando o dia amanheceu hoje, um pensamento rondava minha mente sem parar. Noite passada, depois de chegar de mais um dia cheio na YG, Jennie foi direto para o quarto e disse que precisava descansar e preferia não se juntar a nós na nossa sessão de filmes, algo que era bem raro já que ela era sempre a mais animada depois de Lisa, elas inclusive brigavam toda vez na hora de escolher o que assistir. Desde então não consigo parar de pensar no que poderia ter feito com que ela evitasse estar conosco, ela sequer respondeu minhas mensagens. 

Será que ela se arrependeu? Será que mudou de ideia? Ou agora que já sabia como era estar comigo, tudo tinha perdido a graça e ela descobriu ser apenas uma curiosidade? Com essas perguntas martelando em minha cabeça, levantei e caminhei em passos lentos até seu quarto no fim do corredor. Abri a porta bem devagar para que o barulho não a despertasse e entrei no cômodo ainda escuro pelas cortinas fechadas. Nós geralmente não temos muitas folgas, mas como estamos a apenas alguns dias de começar a gravação de um reality show a empresa está nos dando algum tempo em casa e por isso não precisamos sair de casa hoje. Kuma levanta a cabeça e fica de pé, se aproximando da beirada da cama enquanto eu fecho a porta e me locomovo dentro do quarto. Kai prefere dormir do lado de fora, deve estar pela sala no tapete. 

Jennie está dormindo completamente enrolada em seu cobertor e parece imersa em um sono profundo, nem mesmo a movimentação de Kuma no colchão é capaz de fazer com que ela se mova. Levo o indicador aos lábios e murmuro um "shhh" baixinho para que o animal não faça barulho quando apoio os joelhos na cama e me acomodo atrás de Jennie, usando de muita leveza em cada movimento para que ela não desperte. Segundos depois, ela se vira na cama e assim que minha visão se adapta bem ao escuro, consigo ver perfeitamente as feições tranquilas na mulher a minha frente.

Nas últimas semanas meus sentimentos vieram a tona e ganharam tanta força que a ideia de estar longe de Jennie me dói. 

Você já gostou tanto de alguém que o sentimento parece ter criado vida e se tornado algo físico, se manifestando como um aperto no peito quando você pensa no quanto ama aquela pessoa?

É assim que me sinto quando olho pra ela. 

Observo a pequena pintinha acima de seu olho, próxima da sobrancelha, e não posso evitar de sorrir com a constatação de que cada pequeno detalhe dela apenas torna o conjunto todo ainda melhor. Meus dedos formigam para tocar na pele macia de suas bochechas, mas me controlo e apenas continuo passeando meus olhos por seu rosto, sempre me demorando um pouco mais em seus lábios rosados e inchados pelas horas de sono. Antes de Jennie eu nunca havia pensado em me relacionar com uma garota, mas tudo pareceu tão natural desde sua declaração que eu somente me deixei levar, nunca pensando pelo lado de Jennie ser alguém do mesmo sexo. Quer dizer, e daí? Amor é amor e esse é o menor dos nossos problemas. Cada segundo que passo na cama de frente para ela é quase como uma tortura, quero beijá-la e segurar seu corpo nos meus braços enquanto ela dorme. O cheiro do perfume invade o quarto e deixa um cheiro gostoso no ar. Cheiro de Jennie. 


- Cem mil wons pelos seus pensamentos.

- Merda, que susto!


Me assusto com sua fala repentina e ela abre os olhos, sua risadinha me deixa brevemente fora do ar. Será que isso é estar apaixonado? Essa sensação de estar flutuando só por estar perto da pessoa?


- Você não é tão delicada quanto pensa, Rosie Posie. - ela abriu lentamente os olhos e sorriu -

- Desculpa, não queria te acordar. - sussurrei o mais baixo que pude -

- Não tem problema, eu vou voltar a dormir logo. Você perdeu o sono?

- É, eu não consegui dormir direito essa noite. - admiti -

- Por que? - o sorriso sumiu de seu rosto e ela tocou com as pontas dos dedos na minha bochecha, afastando meu cabelo dali -

- Por que você não quis assistir filme com a gente ontem? - questionei já sentindo minhas bochechas esquentando -

- Eu só estava muito cansada, Rosie. Acho que vou ficar gripada ou algo assim, meu corpo parecia mais pesado que o normal. - ela parou e afastou um pouco o rosto, franzindo a testa - O que isso tem haver com você não ter dormido bem?


Mordi o lábio inferior e sustentei seu olhar por segundos antes de desviar o meu e por fim respirar fundo, fechando os olhos.


- Fiquei com medo de você ter percebido que não queria mais estar comigo. Sei que é ridículo, mas esse pensamento não me deixou dormir. Pensei que estava me evitando.

- Não é ridículo, Chaeng. Vem aqui. - ela abriu os braços e eu me aproximei, me encaixando no meio deles por cima do cobertor, isso evitou o contato direto de nossos corpos - Você é a garota por quem eu sou apaixonada e esse sentimento existe em mim já faz tanto tempo que eu não consigo lembrar de um momento em que ele não tenha estado aqui dentro. Isso não vai sumir assim, de uma hora pra outra. Acredite, eu não teria me aberto com você se não tivesse certeza do que sinto.

- Desculpa, unnie. - retribuí seu abraço me apertando o quanto pude em seus braços quentinhos - Eu fiquei assustada, não quero ficar longe de você. Não quero ter que recuar quando meu coração quer correr.


Admitir isso em voz alta foi mais fácil do que pensei que seria porque as coisas com Jennie sempre foram assim, fáceis. Faz parte da natureza dela trazer leveza aos ambientes em que está inserida. Nosso abraço durou mais alguns segundos antes que ela pedisse com uma voz manhosa para que eu deitasse com ela por baixo do edredom, o que eu rapidamente obedeci e logo estávamos abraçadas outra vez, mas agora eu podia sentir o calor de sua pele me aquecendo.


- Jennie... - ela emitiu um som nasal para que eu continuasse e eu afastei um pouco o rosto para conseguir olhar para ela - O que nós somos? 

- Somos o BLACKPINK. - reviro os olhos e ela, com seus pequenos olhos felinos quase fechados, ri - Eu não sei, Rosie. O que você acha que somos?

- Não sei o que somos, mas sei o que deveríamos ser. - o sorriso dela se tornou suave e meu coração acelerou, acabei engolindo a seco com o aperto no peito que me tomou por completo quando ela se aproximou e cobriu minha boca com a sua em um beijinho lento e superficial - 

- O que deveríamos ser, então? - indagou, voltando a mostrar seu famoso "gummy smile" -

- Eu quero ser sua namorada, Jennie. Quero ter certeza que você é minha e quero que saiba que eu sou sua, em todos os sentidos. Quero te olhar nos ensaios e sentir meu coração bater mais rápido só com o pensamento de estarmos juntas, com a sensação de que sou eu quem você quer mesmo que o mundo inteiro se jogue aos seus pés. - ela aos poucos foi ficando séria e acabou suspirando, me dando brecha pra continuar - Mesmo que ninguém mais no mundo saiba, eu quero ser sua namorada. Mesmo que sejamos um segredo, que tenhamos que nos esconder em um quarto de hotel durante uma tour, eu não me importo. Quero rir com você dos rumores de namoro porque fala sério, quem vai imaginar que na verdade nós somos um casal? - senti Jennie me apertar um pouco mais e precisei buscar forças pra continuar - Mas mais do que tudo, eu quero que você queira isso também.

- Nunca imaginei que esse dia ia chegar, ainda tenho a sensação de estar sonhando. - pelo tom de voz eu poderia chutar que Jennie estava chorando, mas ela se recompôs rapidamente - É claro que eu quero tudo isso com você, Rosie. Ser o motivo da sua felicidade, dos seus sorrisos apaixonados e saber que eu sou a única capaz de fazer isso é o suficiente pra mim, não preciso de mais. Se você não se importar em termos que fazer isso as escondidas, você sabe que-

- Eu não me importo. De verdade, eu não ligo, Jennie. Sei que rótulos não significam nada, mas eu quero a sensação de que isso é real, de que nós somos de verdade. 


Ela sorriu mais uma vez, e eu senti por um segundo que meu coração tinha se derretido por inteiro e corria pelas minhas veias com a intensidade dos batimentos. Ela se aproximou mais uma vez, agora com seus dedos encaixados na minha nuca e nossos narizes se roçando quando ela sussurrou, tão perto que pude sentir o ar deixando sua boca.


- Pede. - eu já estava de olhos fechados completamente fora de órbita, não tinha uma única célula minha que não estivesse inebriada, meus sentidos estavam embaralhados só com a presença dessa mulher - 

- O que quer que eu peça... - minha pergunta saiu sem força alguma e eu já estava entregue -

- Pede pra eu ser sua namorada, Rosie. Não é o que você quer? - eu assenti - Então...

- Eu não deveria comprar flores ou te levar pra jantar? - Jennie roçou seu lábio inferior entre os meus e eu tentei avançar para um beijo, mas fui impedida - Droga.

- Não preciso de flores ou um jantar, você me basta. - mesmo que ela estivesse no comando da situação, pelo tom fraco de sua voz eu pude perceber que ela estava tão ansiosa quanto eu - 

- Quer namorar comigo, Jennie?


Nossa conversa estava resumida a sussurros. Eu me arrepiei com o hálito quente dela sendo despejado contra o meu ouvido quando ela respondeu em um sopro:


- Eu quero namorar com você, Rosé.


Qual é a chance de se sobreviver a um ataque cardíaco tão jovem? Eu estava prestes a descobrir. Meus sentidos imploravam para que eu apresasse as coisas, mas eu precisava manter a calma e agir com naturalidade, não queria que Jennie se assustasse com a minha necessidade urgente de ter mais dela a cada segundo. Por isso, quando finalmente senti sua boca cobrir a minha, segurei o pescoço dela com a mão direita e aprofundei o beijo roçando nossas línguas, o que me causou um arrepio e um friozinho na barriga quase instantaneamente. Os únicos sons que se ouviam ali era o ruído baixinho do ar condicionado e os pequenos estalos provocados pela pressão de nossos lábios unidos quando mudávamos a posição de nossos rostos. Em um determinado momento, Jennie encaixou uma de suas pernas em meio as minhas e eu fiz o mesmo, nós continuamos nos beijando por mais algum tempo e por fim ela encerrou o beijo com alguns selinhos.


- Eu ainda tô com sono, podemos dormir mais um pouco? - questionou já se aconchegando em seu travesseiro -

- Claro. Quer que eu vá pro meu quarto? - ela rapidamente negou e me puxou contra seu corpo, me obrigando a encontrar uma posição mais confortável -

- Fica aqui, namorada. 


Eu sorri com a menção da palavra e me agarrei ainda mais a ela. Não posso deixar Jennie escapar nunca, porque se antes eu era completa, com ela eu transbordo.

Behind The Spotlights [Chaennie]Onde histórias criam vida. Descubra agora