Amor de Verão (Andi e Emilia)

Enfrentando os Medos

Andi POV

Eu tinha uma grande dificuldade de enfrentar meus medos, não era fácil para mim e principalmente enfrentar algo que eu nunca havia sentido ou descoberto antes. No caminho para a cabana de Emília, alternava entre respirar e suspirar profundamente, como uma forma de tentar afastar a leve ansiedade de falar o que eu queria.

Dou três batidas na porta e sou recebida por uma garota estranha pra mim

 - Olá, Emília está? - pergunto

 - Oi, não, está na sala de dança ensaiando - diz e eu agradeço a ela pela informação

 Ok, sala de música, espero que o estúpido do Sebastian não esteja lá. Mas até chegar no novo local era mais um processo de ansiedade e sofrimento. 

 A porta estava aberta e eu fui adentrando a sala, Emília ensaiava uma coreografia sozinha, estava linda e perfeita fazendo os movimentos de forma suave e tranquila, mas não deu nem cinco segundos de paz e o Sebastian mostra-se presente, se juntando a ela na coreografia. Em um reflexo rápido ele percebe minha presença e para a dança na hora, indo logo parar a música no computador.

 - O que fazes aqui? - ele questiona

 - Vim falar com a Emília - falei - Com licença, por favor

 - Não está vendo que a Emília não pode? - ele diz vindo em minha direção - Estamos ensaiando para acabar com a bandinha ridícula de vocês na competição 

 - Sebas, me deixa falar com ela, cinco minutos - Emília se pronuncia pela primeira vez - Não vai atrapalhar nada, vai tomar um ar ali fora

 Ele resmunga algumas coisas no ouvido de Emília, que me parece apreensiva, e saí da sala batendo porta.

 - Então, o que te trouxe aqui? - ela questiona - Achei que não queria mais falar comigo

 - Bom, eu não queria mesmo - falei - Mas algo chamou até aqui e eu sinto que preciso falar isso, tipo agora

 - Então fala, sou todo ouvidos - ela disse tranquila

 - Emília...Eu... - eu tentava falar mas simplesmente não conseguia formular uma frase 

 - Você... - ela diz

 - Eu gostaria de te convidar pra jantar na minha cabana hoje, era isso - digo sem nem pensar - Sabe, fazer algo diferente, acho que eu preciso resolver umas coisas com você e seria o melhor horário

 Puta merda. "Melhor horário"? Quem em sã consciência fala isso? Péssima, Andi. Péssima.

 - É, parece bom. Acho que consigo ir - ela diz e dá um sorrisinho muito lindo - Pode ser por volta das oito horas?

 - Claro, claro - respondo - Ficarei te esperando lá, as oito...

 - Acho que já deu, né? - Sebas entra como um louco na sala - Fora da sala, por favor, já teve seus cinco minutos

 - Realmente, Sebastian esgotei meu tempo - digo a ele - Mas antes eu preciso de uma última coisa, um presentinho pra você

E com toda a força que me foi concebida naquele momento, eu desconto toda minha raiva, angústia, medo, ansiedade naquele rosto de psicopata através de um soco. Obrigada aos deuses da força, sei lá se existe, mas fizemos um trabalho magnifico. Meus anéis ajudaram a deixar minha marca e faze-lo sangrar muito.

 - Até logo, Sebas... - digo e saio da sala de dança

 Pude ouvir os gritos de Sebastian comigo, mas o soco foi tão forte que ele não conseguiu nem se levantar, provavelmente deve estar doendo até a alma, só um troquinho por tudo o que ele faz com os outros.