1.

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Mary se encostou na porta dos refrigeradores enquanto 'lutava' para conseguir abrir a embalagem de chiclete. Fezco encarava com entretenimento á sua parceira de negócios e 'irmã' ter tanto trabalho para abrir a pequena embalagem de chicletes de cereja.

— Esses filhos da puta a cada dia que se passa fazem essa merda mais difícil de abrir — Mary resmungou para Fezco, que apenas assentiu. — Ash saiu?

Yeah, foi fazer umas entregas — informou. Mary bufou e guardou a cartela de chicletes no bolso e, então, esticou um maço de dinheiro na mão de Fezco. — Do mês?

— É... falta só mais um dia pro ano novo, já fechei a conta — falou. Sua expressão era séria. Passou a ponta do dedo pela tatuagem pequena em sua garganta, um pequeno "selfish".

— Quer passar o ano novo comigo e com o Ash? — perguntou, enquanto contava cada cédula de cinquenta dólares. Viu pela visão periférica os olhos de Mary brilharem, mesmo estando com o semblante sério.

— Sério?

— Uhum — resmungou, confirmando, dando um sorriso de lado para o sorrisinho mal-contido da garota, ela assentiu rápido, animada, feliz. — Certo... a gente vai passar o ano-novo numa festa, só aparece aqui amanhã e você vai com a gente. Ou nos encontramos lá, 'ce que sabe.

— Certo. A gente vai junto então.

Eles ficaram em silêncio novamente; Mary voltou ao trabalho de tentar abrir a embalagem de chicletes.

— É sobre isso porra — sussurrou, vitoriosa, quando conseguiu rasgar certinho o pacotinho, e pegou um chiclete. Definitivamente, cereja é o melhor sabor.

Quando algumas pessoas chegaram na lojinha de conveniência de Fezco, Mary reconheceu quem era, eles compravam drogas consigo.

— Rosemary?

— Marco — cumprimentou de volta. Sua expressão que estava relaxada, agora, voltou á costumeira séria e atenta.

— Fezco — ele cumprimentou e se aproximou do balcão — Tem umas parada aí, né? — ele sussurrou a pergunta. Mary não pode deixar de notar o cabelo amassado e andar um tanto... torto. Ele tá virado? Se perguntou.

— Mary, acha lá o que ele quer? — Fezco perguntou encarando a garota, que assentiu e murmurou um "vem" 'pra Marco segui-la.

Eles entraram na salinha e Mary se jogou na cadeira giratória, abriu o microondas e tirou os vários pacotes de drogas; os expôs encima da mesa e encarou Marco, esperando que ele falasse o que queria — apesar de já ter alguma boa ideia do quê.

— Cocaína — ele começou a falar, revisando o olhar entre Mary e o tanto de drogas na mesa. A garota apertou o olhar para ele e assentiu.

— Quantos gramas? — perguntou, enquanto pegava os vários pacotinhos e os pesava rápido numa balança pequena.

— Cinco.

Ela assentiu enquanto pegava um dos pacotinhos super-embalados e colocava na frente de Marco, ainda segurando o saquinho quando disse...:

— Duzentos dólares.

— Essa merda aumentou o preço? — indagou baixo enquanto tira dinheiro do bolso.

— Um pouquinho — murmurou, concordando. — Vai querer mais alguma coisa? Pra tomar depois que isso aí acabar...

Ela viu o olhar de Marco brilhar para suas palavras, se sentiu podre por alimentar o vício dele, por viver do dinheiro de pessoas como ele, era por isso que tinha tatuado "selfish" em sua garganta; por seu egoísmo.

𝘖 𝘐𝘕𝘐́𝘊𝘐𝘖 𝘋𝘈 𝘌𝘜𝘗𝘏𝘖𝘙𝘐𝘈 - Ashtray.Onde histórias criam vida. Descubra agora