7.

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Votem e, comentem bastante! Vocês tão sem ideia de como eu tô AMANDO ler os comentários, sério gente, passatempo favorito.



Ashtray estacionou o carro do outro lado da rua onde a faixa de areia começava. Mary já estava de remexendo no banco para tirar os all star.

— Vai molhar os pés na água comigo? — perguntou, puxando a meia do pé.

— Não.

— Hum. Melhor 'pra mim que preciso sentir esse seu chulé — falou, de nariz empinado. Ashtray fez uma cara verdadeiramente indignada, e falou...:

— Não tenho chulé.

— Isso é o que você acha, meu bem, e eu, digo: você tem um chulézão — debochou. Não era verdade, Ashtray fazia questão de passar talco nos pés e no tênis; ele não tinha chulé.

— Certo, não vou nem falar do seu salto do ano novo — murmuro, para provocar o ego de Mary. E... bom, era verdade, aquele salto fazia alguma merda nos pés da garota, e no quando os tirava: bam! Chulé.

— Ah, cala a boca — com um sorrisinho sem graça, resmungou. — Pega a maconha que eu tô com a seda e o isqueiro.

— Tem piteira? — perguntou, enquanto saia do carro e trancava.

Nop — falou, começando a caminhar para a faixa de areia. — Tem canga? — "não", foi sua resposta. — Que merda, a gente só tem as 'coisa de maconheiro safado.

Ashtray teve que morder a língua para não gargalhar, Mary não tinha jeito. Ele também não, talvez fosse por isso que ela sempre estivesse perto de si.

— Vem, meu bem, a gente vai conseguir ver o pôr-do-sol.

Mary falou, e segurou o garoto pela mão, puxando-o para onde iam se sentar — pouco longe de onde começava a areia mais úmida. Sentiu suas bochechas esquentem, suavemente, após reparar que chamou Ashtray de "meu bem" não ironicamente. Sentiu um sorrisinho querer fugir de seu controle e, por isso, ela virou a cara para frente 'pra que ele não visse seu rosto.

Parou em pé onde iam se sentar, e então começou a dobrar a barra da calça pra cima.

— Mas agora? — Ash perguntou, num resmungo.

— Sim, agora.

O garoto continuou resmungando "essa porra do caralho" enquanto, também, enrolava a barra da calça para não molhar. Quando terminaram, Mary entrelaçou seus dedos nos Ash, e começou a caminhar para a água — só parou quando a água das ondas quebradas alcançaram seus pés.

Mary esticou e remexeu os dedinhos dos pés, contra a areia. Os pelinhos de seu braço se arrepiaram na hora pelo contato frio repentinamente. Ashtray segurou mais firme sua mão da garota quando sentiu a água chocar contra sua pele.

Ficaram alguns minutos ali, beliscando o pé um do outro de vez em quando, chutando água e até se pisando. Aquilo era parte eles.

Puxando a mão de Ash para irem se sentar, Mary se sentou sob seus joelhos, na areia, e puxou a mão de Ash para que ele também se sentasse. Puxou uma folha de seda do bolso e então pediu a maconha já dechavada.

Mary terminou de enrolar o beck e então mordeu a pontinha para arrancar o pedacinho de seda sobrando. Pegou o isqueiro e, com o beck entre os lábios, o ascendeu. Sentiu o olhar de Ash sobre si enquanto fazia aquilo. Puxou um trago e prendeu.

— Quer? — perguntou e esticou a mão em direção a ele. Ashtray pegou o baseado entre os dedos e puxou um trago.

Mary pensou em como Ashtray ficava bonito fumando. Fumando sob a luz do sol quase se pondo; fumando ao seu lado.

Ash olhou para a garota e deu um sorrisinho de lado.

— Quer ouvir música?

— Quero — aceitou, viu ele puxar o fone bluetooth e entregar um em sua direção. Ele ligou o celular e deixou a playlist dele tocando.

Boy I think about it every night, and day
I'm addicted, wanna 'jam inside your love.

— Adoro essa música — ela sussurrou, de olhos fechados e balançando a cabeça.

Ash entregou o beck para Mary e ela puxou um trago longo. Ficar chapada era definitivamente uma de suas coisas favoritas no dia-a-dia; não era saudável, não que ligasse, mas adorava. Alguns hábitos não eram tão bons quando outros.

I would'n wanna have it any other way...

I'm addicted, and I just cant't get it enough — cantou, baixinho e suave.

Mary abriu os olhos e notou que o céu começava a tomar a cor alaranjada. Seu coração e sua mente estavam relaxando, seu corpo também. Ashtray se sentia em paz naquele momento, a música, o som das ondas quebrando, a companhia de Mary e a brisa.

Os próximos minutos foi de Mary e Ash revisando quem ficava com o baseado, vez ou outra soltavam a fumaça na cara um do outro e, se empurravam com o ombro. E num momento qualquer, riram quando um passarinho começou a baixar o outro por um pedacinho de comida.

— Não acredito que você tem essa música na playlist! — Mary exclamou supresa quando a batida da música começou. — Você?

— Cala a boca ou eu troco.

— Não, é sério, eu tô muito surpresa — gesticulou, mexendo o beck no ar.

— Eu vou apagar essa merda na sua língua se você não calar a boca — avisou, com o olhar apertado para Mary, que deu um sorrisinho e negou, puxando um trago antes de levar o beck preso entre os dedos até os lábios de Ash.

— Da um trago — murmurou, a mão encaixada no rosto dele.

Ashtray segurou o pulso de Mary e, encaixou os lábios na ponta do baseado. Ashtray encarou-a nos olhos e, Mary deu um sorrisinho mínimo por isso — que... puta merda —, ele puxou um trago e prendeu, arrastando a ponta do nariz nos dedos da mão dela. Carinho.

I had all and then most of you
Some and now none of you

Mary prestou atenção na letra da música e deu um sorrisinho preso entre os dentes, Ash abaixou o pulso dela de seu rosto, mas continuo a segura-lo suavemente.

Take me back to the night we met — sussurrou, cantando. Não estava só cantando, nah, se lembrou de quando conheceu Ashtray e foi por isso que deu mais um sorrisinho quando terminou de cantar a pequena frase.

Por que sua mente estava a fazendo pensar naquilo? Não sabia, mas era bem estranho estar lembrando aquilo, naquele momento.

A luz do pôr-do-sol estava alaranjada. Ela iluminava os rostos deles, de forma tão encantadora que Mary comparou há quando estavam drogados.

A garota se aproximou mais de Ash e seus ombros ficaram encostados, continuaram ouvindo a música e, as vezes, não só ela cantava algumas partes. Ashtray de pouco-a-pouco não estava se importando de Mary ver seu lado "suave".

Ela passou o cabelo que caia em seu rosto para trás da orelha e virou a cabeça em direção á Ash, que a olhou de canto de olho e deu um sorrisinho de lado como quem dizia "estou vendo você, pode falar se quiser".

Uma ideia veio em sua mente, ela passou a ponta dos dedos sob a tatuagem em sua garganta, suavemente arranhou a unha lá.

Puxando um trago e prendendo, Mary segurou Ashtray pelo queixo e virou o rosto dele para si.

Ela esfregou a ponta do nariz no dele, sentiu suas bochechas esquentarem e viu, rapidamente, as orelhas dele avermelharem. Aproximou seus lábios dos dele e os roçou, tão de leve; sua mente e sua vontade gritavam juntas, a principal era: cole logo seus lábios no dele!

I had all and then most of you
Some and now none of you

𝘖 𝘐𝘕𝘐́𝘊𝘐𝘖 𝘋𝘈 𝘌𝘜𝘗𝘏𝘖𝘙𝘐𝘈 - Ashtray.Onde histórias criam vida. Descubra agora