6.

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— Porra do caralho, avisa que eu sou mais eu! — falou alto, comemorando, quando enfim achou a chave da porta perdida no meio daquele tanto de cascalho.

Mary entrou em casa e foi direto para o quarto de visitas que era muito mais um esconderijo para guardar dinheiro e, as vezes, drogas — Fezco preferia que Mary não as guardasse em casa, então eles tinham outro lugar para guardá-las.

Começou a contar alguns maços de dinheiro para reabastecer o que precisava. Precisava comprar mais bala.

Enfim, por agora, precisava começar a pesar todas as drogas que ela tinha em pó, e então separá-las. Isso demoraria algum bom tempo.

— Aqui vamos nós — sussurrou, enquanto colocava o encima da mesa e começava a fazer carreiras com o cartão. Já tinha feito aquilo tantas vezes que sabia que aquele tanto em uma carreira equivalia á cinco gramas e mais uns "quebradinho". — Você vai me dar uma grana fodida — disse para a cocaína muito bem embalada no plástico-filme.

Colocou música no celular e continuou fazendo o que precisava. Rue não respondeu sua mensagem, sequer visualizou. As próximas horas foram assim, batendo o cartão na mesa, fazendo meia-dúzia de carreiras de cocaína, MDPV, heroína, mefedrona e alguns outros.

Sua mente viajou em como aquilo matava gente 'pra caralho, como a euforia temporária e extrema se tornava uma necessidade, um vício e isso podia te levar a uma overdose. De como uma abstinência te fazia enlouquecer a ponto da morte. Deu um pigarro quando sua garganta coçou, onde sua tatuagem estava; trabalhava com o que quase matou Rue.

Seus olhos ameaçaram começar a arder pelas lágrimas mas Mary foi rápida em piscar várias vezes e voltar sua mente para prestar atenção na música que tocava.

So what we get drunk? So what we smoke weed? We're just having fun — começou a acompanhar a letra, e continuava batendo o cartão na mesa, fazendo mais carreiras.

E essa era parte de sua vida.

Mary sentiu seu pulso doer assim que soltou o cartão na mesa; seu celular tocou, alguém estava ligando. Ela se levantou e foi até o balcão da cozinha, viu as horas: 13:58... passou três horas sentada. Voltou a prestar atenção na tela quando o celular vibrou mais uma vez.

Ashtray o rabugento favorito

Deu um sorrisinho para o nome do contato antes de atender.

— Muito que bom-dia — começou a falar quando atendeu a chamada. Ouviu a risadinha nasalada do outro lado da linha, antes de sua resposta vir..:

Muito que bom-dia, Mary — falou o bordão deles, mesmo já tendo se encontrado há algumas horas atrás. — 'Tô saindo 'pra ir te pegar, 'pra entrega. Pega as encomenda que tu tiver aí também.

Okay. Quando chegar manda mensagem.

— Tá.

E desligou.

Mary piscou e então foi atrás de seu bloco de notas, pegou tudo o que precisava de três pedidos. Era isso. Correu colocar seus all star branco e, então, seu celular apitou. Bem na hora — pensou.

Saiu de casa e colocou a chave da porta no bolso, ah, 'tava fora de mais uma caçada de chave no cascalho. Viu Ashtray dentro do carro, ela sentou no banco carona e o olhou.

𝘖 𝘐𝘕𝘐́𝘊𝘐𝘖 𝘋𝘈 𝘌𝘜𝘗𝘏𝘖𝘙𝘐𝘈 - Ashtray.Onde histórias criam vida. Descubra agora