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Ficar trancado com Cassie em um lugar tão pequeno quanto o meu carro parecia a porra de um castigo

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Ficar trancado com Cassie em um lugar tão pequeno quanto o meu carro parecia a porra de um castigo. Esse é o meu carma? Estar tão perto, mas tão longe? Porque dói pra caralho.

O perfume dela flutua até mim, e é o mesmo cheiro que eu senti quando ela colou o corpo no meu e me montou. É torturante.

Eu sei que ela ainda está abalada pelo lance com a Ren, mas também sei que ela acreditou em mim. Eu acho que deve ter sido tipo um gatilho, e trouxe de volta a mágoa de tantos anos atrás. Não posso fazer nada quanto a isso, apenas torcer para que ela me perdoe.

O caminho hoje era mais longo, o dobro da primeira vez. Liguei o rádio em uma estação de música pop, apenas pra não criar briga sobre isso, e dirigi em silêncio.

Ela estava mexendo no celular, digitando e digitando sem parar. Até que ela soltou uma risada, mas me olhou com um olhar de desculpas e volta para o celular.

─ Ainda tá puta comigo? 

Arregalo os olhos quando percebo que a pergunta saiu de mim antes mesmo que eu percebesse.

─ O quê? ─ ela parece tão surpresa quanto eu. ─ Não, eu já disse que tô de boa.

─ Sério? ─ ela assente. ─ Não parece.

─ O que você quer dizer?

─ Eu quis dizer que parecemos estranhos de novo, Cassie. Moramos no mesmo apartamento, e mesmo assim, eu só te vi três vezes essa semana.

Ela não me olha quando me responde.

─ Você acha que eu ando te evitando?

─ Se não for isso, então sua agenda anda bastante ocupada ultimamente. Você sabe, entre trabalhar e estudar, mas não que isso te impeça de sair com aquele cara.

Coisa errada a dizer. Puta merda, como eu sou idiota.

Para a minha surpresa, ela ri. Tão alto que acho que alcançou os outros carros. 

─ É disso que se trata? ─ ela para de rir aos poucos. ─ Você tá com ciúmes do Josh?

Penso em negar, mas... Pra que? Não, prefiro ser direto sobre isso. Chega de fazer rodeios, isso só nos levaria de volta para quando tínhamos dezesseis anos, e não é o que eu quero.

─ Sim.

Ela se cala imediatamente.

─ O que? Você parecia ter muita coisa a dizer a respeito. Por que tão quieta de repente?

─ Você é um idiota.

De volta a estaca zero, então.

─ Eu nunca deveria ter cedido. Não deveria ter aceitado essa coisa estúpida de noivado falso e nunca deveria ter me aproximado de você de novo. ─ ela diz tudo rapidamente, e mal consigo registrar cada palavra.

─ Cassie, eu...

─ Não. É a minha vez de falar. ─ ela me cala. ─ Eu cansei de olhar pra você e me lembrar do quanto você me machucou no passado, então de agora em diante eu vou apagar aquilo da minha mente e fingir que nos conhecemos há um mês, no estacionamento do prédio.

Sorrio um pouco.

─ Eu não. ─ respondo.

─ Claro que não. Não foi você que questionou seu próprio valor por um ano inteiro enquanto me via com outros garotos agarrados em mim na sua frente todos os dias.

Merda, eu era um babaca, não era?

─ Você nunca me deixou me explicar.

─ E o que você diria? "Foi mal, Cassie, eu só me assustei pensando que você iria querer um relacionamento depois que tirei a sua virgindade e escolhi esfregar na sua cara que posso ter quantas garotas eu quiser e estou feliz com isso"? Não, obrigada.

─ Era isso que você pensava de mim?

─ Olha nos meus olhos e me diz que você não me daria uma versão embelezada dessa merda.

Não posso. Porque é exatamente o que aquele Aaron faria.

─ Eu não sou mais aquele idiota, Cassandra.

─ Bom. Sua futura namorada tem sorte, então.

─ Meu Deus, Cassie. Você escutou uma palavra do que eu disse nas últimas semanas?

Ela se cala.

Sei que estamos chegando quando passo pela placa da cidade. Dez minutos, no máximo.

─ Eu não sou o melhor nisso, beleza? Ainda tô aprendendo muita coisa. ─ admito. ─ Mas acredite em mim, coração, aquela vez no hotel não foi a primeira vez que eu te vi depois da formatura. Nem a segunda e nem a terceira.

─ Você é meu perseguidor, então?

Dou risada.

─ Se é assim que você quer chamar, então tudo bem. ─ passo pelos portões da enorme propriedade, admirando os carros bonitos e caros estacionados. ─ Mas não acredite, nem por um segundo, que eu não teria arrumado qualquer outra desculpa pra falar com você. Essa merda com o meu pai foi apenas o pretexto perfeito.

─ Você tá falando como um sociopata agora, Aaron. Tá me assustando.

─ Desculpa. ─ sorrio, e ela relaxa. ─ Não quero que você duvide que eu mudei, Cass. Por favor, só dá uma chance.

Ela lambe os lábios e puxa o trinco da porta assim que eu paro o carro.

─ Eu posso pensar no seu caso.

Não vou mentir, essa porra fez o meu dia.

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