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Pego a toalha e começo a passar pela mancha molhada nas costas de Cassie

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Pego a toalha e começo a passar pela mancha molhada nas costas de Cassie.

─ Você encontrou com a Debbie? ─ pergunto. Ela solta um riso de escárnio.

Ela me encontrou, na verdade. ─ ela se afasta de mim, virando as costas contra a pia. ─ Muito obrigada por me avisar que você tinha um lance com ela. ─ ela ironiza.

Pressiono meus lábios juntos, sabendo que vacilei mais uma vez.

─ Eu não te contei porque é insignificante. ─ falo, colocando a toalha em cima da pia. ─ Sim, eu e ela nos víamos de vez em quando depois da formatura, mas era só isso. E ela se mudou há mais de um ano, cortei contato com ela e segui minha vida.

Cassie balança a cabeça, murmurando algo que eu não entendi.

─ Você vai me desculpar, Aaron, mas eu vou embora. Que se foda o seu pai e essa fachada toda. ─ ela passa por mim, e eu a deixo ir.

Não é como se eu tivesse o direito de segurá-la aqui.

Cinco minutos depois, estou indo na direção do meu pai.

─ Aaron. ─ paro perto dele.

─ Estou indo embora. ─ falo, mortalmente sério. ─ E chega dessas festas de merda.

Chega quando eu disser chega, Aaron.

Solto um riso de escárnio, balançando a cabeça.

─ Vai se foder, pai.

Saio de lá as pressas, mas não encontro Cassie em lugar nenhum ao redor dos carros.

Ela pediu carona a alguém? Ou um Uber?

Entro no carro, torcendo para que ela esteja em casa quando eu chegar, e dirijo o mais rápido que consigo sem ser irresponsável.

Consigo ouvir o barulho do chuveiro assim que entro no apartamento, e suspiro em alívio.

Vou para a sacada, pegando o meu celular. Disco rapidamente um dos poucos números que decorei.

Raven atende no segundo toque.

Você meio que interrompeu uma sessão de pegação maravilhosa, então espero que seja importante.

Aposto que ela e Vinnie não vão demorar muito para oficializar as coisas de vez. Desde o começo, eu já sabia que eles não escapariam um do outro.

─ Eu preciso de uma luz, Ren. ─ me debruço na grade. ─ Parece que quanto mais eu tento me redimir, mais merda eu faço.

Com a sua colega de apartamento, suponho?

─ A própria. ─ suspiro. ─ Eu não quis te contar antes, mas eu meio que tenho um histórico de merda com ela desde a adolescência. Eu esperava que esse tempo dela morando comigo servisse para eu resolver tudo de vez, mas só piora a cada dia.

Eu preciso que você seja mais claro, Aaron. Que merda você fez?

Começo a listar todos os meus vacilos com Cassie desde que a conheci. Raven as vezes murmura algumas coisas, mas não me interrompe.

─ ... e, hoje, a mesma garota apareceu, distorcendo a história toda e me colocando como um babaca enorme, e agora eu não sei como resolver as coisas.

Aaron, meu querido amigo, tem um método antigo chamado diálogo. Que tal você tentar?

Quero rir, mas não consigo.

─ Não acho que funcione mais. Na última vez que tentei, acabei perdendo meus sentidos e a beijei. Paramos na cama dela e eu não tive a chance de dizer tudo o que eu queria.

Assim eu não tenho como te defender, Aaron. ─ ela diz. ─ Você precisa esclarecer tudo imediatamente.

─ Eu sei disso! Mas como?

Cara a cara não funciona, então você precisa arranjar um jeito de fazer isso de um jeito diferente. Talvez uma mensagem, ou qualquer merda do tipo que a faça saber o seu lado da história.

Automaticamente, uma ideia surge na minha mente.

─ Eu te amo, Ren. Você é a melhor.

Minha melhor amiga gargalha.

─ Eu sei, eu sei. ─ ela se gaba. ─ Agora vai consertar suas merdas.

Depois de me despedir, encerro a ligação e vou para o meu quarto.

Percebo que Cassie já saiu do banho e está no próprio quarto agora. Solto um suspiro e fecho a minha porta.

Abro a minha mochila da faculdade e tiro duas folhas do caderno. Acho uma caneta perdida no bolso e me sento na cadeira da escrivaninha.

E começo a escrever.

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