Prólogo

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Jeon __________ P.O.V.

Passo uma última vez o pincel por minhas bochechas e largo-o na penteadeira junto dos outros cosméticos. Confiro minha figura no espelho do móvel e arrumo pela terceira vez a fita branca que se destaca entre os fios escuros do meu cabelo, finalmente conseguindo o resultado que queria.

Suspiro desanimada e levanto-me da cadeira estofada caminhando vagarosamente até o closet. Dou de cara com outro espelho de corpo inteiro na entrada, e paro para avaliar minha imagem novamente.

Visto um uniforme que pensei que nunca mais usaria. Uma saia preta de pregas, curta demais para ser considerada parte de um traje escolar e uma blusa branca de botões com o brasão do colégio bordado no peito. Nos pés calço meias 7/8 brancas e tênis Adidas da mesma cor.

Sinto-me satisfeita por minha aparência impecável, mas infeliz por todo o resto.

Hoje é o primeiro dia do meu último ano como colegial e apesar de eu estar próxima de concluir mais uma etapa da minha vida, não estou nem um pouco animada.

E esse meu desânimo se dar ao fato de eu estar de volta ao inferno que muitos conhecem pelo nome de Seul.

E eu definitivamente não queria está aqui.

Deixar Londres nunca esteve nos meus planos. Jamais cogitei a idéia de largar tudo que conquistei ao longo dos anos para trás. Em hipótese alguma pensei que pisaria novamente nesse casarão frio e solitário que muitos da família Jeon já chamaram de lar, mas que para mim não significa muita coisa.

Foram longos e maravilhosos dez anos longe daqui.

Dez anos que se prolongariam muito mais se meu pai, Jeon Dak ho não tivesse sido facilmente manipulado por Jeon Sarah, sua esposa e consequentemente minha madrasta.

Sarah e eu não nos damos bem desde que nos conhecemos há quatro anos. A mulher imbecil sempre deixou bem claro o quanto minha presença era incômoda e que um dia conseguiria me mandar para bem longe.

Eu sempre debochei disso.

Jamais imaginaria que ela conseguiria.

Meu erro foi pensar que a quantidade absurda de descolorante que ela passava nos cabelos havia afetado seu cérebro. Ela não estava blefando. E quando uma informação idiota de que todos da família Jeon haviam estudado a vida toda ou pelo menos cursado o ensino médio num famoso colégio da Elite coreana foi dita por meu irmão mais velho, Jungkook, uma luz se acendeu na cabeça não tão oca de Sarah que viu a oportunidade perfeita para usar seus joguinhos de manipulação e convencer o marido de que seria uma desonra sua herdeira mais nova ser a única a não fazer parte de uma tradição familiar tão “importante” como esta.

A loira oxigenada foi esperta e está onde estou só confirma que dessa vez ela venceu.

Ela conseguiu me mandar para bem longe.

Balanço a cabeça afastando os pensamentos e adentro o closet bem-arrumado à procura de um sobretudo. É inverno e não penso que o blazer que acompanha o uniforme seja quente o suficiente para me aquecer.

Quando finalmente encontro um preto qualquer visto-o rapidamente, pego minha mochila sobre a cama, meu celular na mesinha da cabeceira e saio do quarto.

Quando chego à cozinha sou cumprimentada por duas empregadas que se ocupam com seus afazeres, me curvo em respeito a elas.

ㅡ Deseja algo, Srta. Jeon? ㅡ Heijoon, a mais velha entre às duas mulheres me questiona e nego, abrindo a geladeira e pegando minha garrafinha de água.

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