Surpresa.

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Bang Chan P.O.V.

Finalmente chego ao meu destino.

Os portões do grande casarão se abrem depois que me identifico na guarita. Gotas de uma garoa repentina empossam pequenos buracos da estradinha pavimentada, banham os gramados, agitam a água da fonte e batem contra a lataria do Porsche de Jisung estacionado mais a frente. Desço do carro debaixo de chuva e corro até a entrada depressa. A porta está aberta e eu invado a casa sem anúncio. Encaro o vestíbulo vazio e um trovão ressoa entre o barulho das gotas que chicotiam o teto e as janelas. Tiro a jaqueta molhada e enfio a mão nos cabelos úmidos.

Subo as escadas depressa e saco o celular mandando uma mensagem para Changbin, como o combinado.

Atravesso o corredor e faço o percurso que leva até o cômodo que sei que _______ está. Franzo o cenho quando me aproximo. Apuro os ouvidos. Escuto duas vozes trocarem farpas, mas nenhuma alterada.

Sei quem são.

Apresso-me para escutar melhor e paro ao lado da porta entreaberta.

— ... Me fala a verdade seu cretino! — ______ se exaspera.

— Já falei, sua louca! Eu só estava mexendo no seu cabelo porque VOCÊ pediu!

— Eu nunca pediria isso pra você!

— Isso de dizer "nunca" já não é válido pra você.— Jisung ri. — Você me pediu cafuné, e eu até admitiria que foi super fofo, mas te odeio, então não foi.

Escuto um estalar de lábios.

— Você está mentindo. — A voz débil de ______ insiste.

— Por que eu mentiria?

— Mentir é uma arte dos homens!

— Ser insurportável é uma arte das mulheres?

— Gosto de ser insurportável só com você, babaca!

— Eu até poderia me sentir especial depois dessa, mas você é insuportável com todo mundo, garota!

— Acredite, com você sou mais ainda!

— Não perca seu tempo com isso, lindinha. — Ele solta o ar pelo nariz, zombeteiro.

— Eu nem me esforço!

— Que maravilha! Agora volte a dormir.

— Não quero!

— Não é um pedido, é uma ordem.

— Que eu não vou obedecer!

Jisung solta um grunhido e parece prender a respiração. Está a ponto de perder a paciência.

— Coisinha insuportável, que tipo de bêbada é você que acorda depois de meia hora dormindo?! Pensei que só acordaria amanhã, umas 15:00 horas da tarde!

— Meu sensor deve ter indicado que tinha um perigo por perto.

— Sou a melhor pessoa pra velar seu sono.

— Não confio em você. — Ela resmunga com a voz dengosa.

— Eu não te faria nenhum mal.

— Mas você me faz mal desde que nos conhecemos, Jisung!

— Eu posso tentar mudar, já disse isso.

— Não faça esse esforço.

— Eu faria esse esforço por você.

— Eu não faria por você.

Há um outro silêncio prolongado que me deixa ansioso. Não sei o que pensar, só sei que se estivesse no lugar de Jisung, e escutasse tais palavras, eu me magoaria muito fácil.

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