__________ P.O.V.
“Nunca confie em estranhos, maninha… Nunca…”
Me custa muito admitir, mas Jeon Jungkook tinha razão quando me advertiu sobre isso tempos atrás.
É uma péssima ideia confiar em desconhecidos.
Péssima ideia.
Presumo que se tivesse dado ouvidos aos avisos do meu maninho, não passaria por situações tão embaraçosas, entretanto, nunca fui sinônimo de obediência quando se tratava de qualquer ordem vinda do meu irmão mais velho nada exemplar.
Começo a me arrepender.
Talvez, se não tivesse gritado e esbanjado rebeldia todas às vezes que ele tentou me adverti sobre algo, não estaria presa num armário minúsculo, escuro e empoeirado, acompanhada de um delinquente.
Quando o garoto me puxou pela mão, pensei que o mesmo havia tido uma ideia brilhante para nos salvar da possível ameaça que se aproximava, porém, quando alcançamos o fim do corredor, acabei descobrindo que as coisas não seriam tão fáceis como imaginei.
Estávamos em um corredor desativado e selado por uma parede de concreto.
Não havia saída e pelo sorrisinho do cretino, ele parecia já ter ciência desse fato.
Já estava pronta para aceitar que terminaria meu dia na sala da diretoria, mas o garoto me agarrou pela cintura e me puxou para dentro de um local escuro e abafado.
Um armário.
A porcaria de um armário que mal cabe uma pessoa!
Recordo-me do que meus olhos tiveram o desprazer de ver ao longo da nossa corrida pelo corredor e faço uma careta frustrada. Cheguei a conclusão de que minha situação é grave. Caso algum funcionário do Yochida nos ver, não serei advertida por estar fora da sala em horário de aula, serei expulsa por vandalismo.
Mesmo eu não tendo feito absolutamente nada.
Está banhada pela mesma tonalidade que pinta quase toda a extensão das paredes do corredor me põe em maus lençóis. Aquela tinta que o garoto carregava consigo, era arma de um crime. Caso formos pegos, serei taxada como cúmplice de um depredador de propriedade escolar.
Já disse que estou ferrada?
— Aigoo, sei que sou cheiroso, mas dá para parar de fungar no meu pescoço? — O garoto sussurra contra meu ouvido e eu aperto os lábios, tentando tranquilizar minha respiração. Não para não incomodá-lo, mas para não matá-lo.
Preciso me acalmar.
Puxo o ar e solto-o vagarosamente pela boca, cerrando as pálpebras. Encosto a cabeça em seu peito, pois é a única posição mais confortável que tenho e ele não questiona. Escuto as batidas lentas do seu coração e me irrito com sua calmaria. Fecho as mãos em punhos e meus braços tremem pela força que exerço. Quase solto um rosnado furioso, mas não posso me exceder. Preciso controlar minhas ações pelo meu bem.
Mas… argh, como ele pode estar tão calmo?!
Estou quase tendo um ataque de nervos!
— Ei, Benzinho, relaxa — A voz que adentra meus ouvidos é tão mansa que me emudece. — Não precisa ficar tão nervosa, hm? — Seus dígitos massageiam os nós dos meus dedos com tanta delicadeza que involuntariamente meus punhos se abrem. A carícia abandona minhas mãos e sobe por meus pulsos, braços, ombros e adentram meus cabelos. Seus dedos desatam alguns fios rebeldes e sobem por minha nuca carinhosamente. As unhas curtas roçam no couro cabeludo com tanta leveza que a tensão em meus músculos desaparecem. Sinto algumas mechas sendo puxadas suavemente para baixo e ergo o queixo. Seus lábios resvalam na minha bochecha e eu abro os olhos. Lufadas do seu hálito quente choca-se contra minha boca e meu raciocínio volta com tudo. Quando percebo o que ele está prestes a fazer, me assusto.
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Schoolgirl Life
FanfictionPara Jeon __________, o último ano do colegial seria igual a todos os outros, perfeito na sua mais completa normalidade. Porém, depois de uma decisão inesperada tomada por seu pai, a garota se ver obrigada a arrumar as malas e abandonar tudo que co...